Orelha 🦅
Fiquei observando os bagulhos até a Lua aparecer com os moleques, abri maior olhão quando vi que ela tava loira de novo e Gaspar tava com maior cara de felicidade.
Goiaba: A Luana parou de ser feia.- Apontou rindo e eu soltei uma risada.
Luana: Se manca, linda de qualquer jeito.- Revirou os olhos e eu olhei pro Miguel que empurrava o carinho do Jorge.- Contratei um cuidador pro meu filho.
Miguel: E ela vai me dar chocolate.- Falou me olhando e eu abri um sorriso, piscando.
Luana: Por que você já tá sem camisa? - Reclamou com o Gaspar.- Se ajeita e vem tirar foto cara.
Gaspar: Foto...- Reclamou baixo, se levantando.- Tu já viu bandido tirar foto?
Goiaba: Que bandido o que cara? Tu é bandido?! - Falou indignado.- Escuta ele não doutora, ele acha que é bandido mas não é nada.
Orelha: Maior pastor ali na igrejinha.- Entrei na onda vendo ela soltar uma risada.
Mariana: Se vocês estão falando, eu acredito.- Deu os ombros e eu encarei ela, ela tava sentada duas cadeiras depois da minha, a que tava entre nós dois tava vazia, e isso me dava um visão tranquila dela.
Gaspar foi até a mesa que tinha um bolo e o Miguel se sentou do meu lado, encarei ele e ele deu os ombros.
Orelha: E aí, tá tranquilão? - Passei a mão pelo cabelo dele.
Miguel: Sim, a tia Lua perguntou se eu queria dormir aqui. Ela falou que tem muito chocolate pra comer depois da festa.- Falou me encarando, pela primeira vez depois de uns dias eu vi a animação dele.- Posso?
Orelha; Vai me abandonar assim mermo? Que isso cara, traição.- Ele sorriu fraco.
Miguel: Mas é chocolate! - Eu soltei uma risada.
Orelha: Pode ser. Amanhã de manhã vou comprar os bagulhos que tu me pediu, posso te buscar depois do almoço então?! - Ele me olhou pensativo.
Miguel: Você vai pra onde?
Orelha: Resolver uns bagulhos do corre.- Cocei a cabeça e ele concordou.
Miguel: Compra o sorvete de morango, não esquece.- Confirmei com a cabeça e sorri de lado, olhando pra cima e a doutora me olhava.
Mari: É seu filho? - Neguei.
Orelha: Quase um sobrinho, mais o menos isso.- Ele olhou pra ela.
Andressa: Miguel, quer tirar foto? - Chamou atenção dele e ele olhou pra trás, confirmando. Ela chamou ele e ele foi correndo, me fazendo voltar a encarar ela.
Mari: Ele entrou com você com uma carinha de choro, parecia ter acontecido algo se ruim.- Comentou.
Orelha: A mãe dele morreu duas semanas atrás, bagulho difícil né. Principalmente pra ele que nem entende muita coisa direito, só tinha ela.- Falei olhando pra ele.
Mari: Voce deveria levar ele pro psicólogo.- Desviei o olhar pra ela.- Desculpa a intromissão, claro. Mas é uma boa, fazer ele ter contato com pessoas da idade dele também, pelo visto ele gosta muito do Jorge...
Orelha: Mas esse bagulho aí que tu falou, não é só pra adulto não? - Ela negou.
Mari: Não, e tenha certeza que vai fazer um bem enorme pra ele.- Confirmei com a cabeça.- Posso te indicar um, ele trabalha lá na clínica também.
Orelha: Da hora isso aí, vou atrás pô.- Fiz legal.- Valeu.
Ela sorriu fraco desviando o olhar e eu olhei pro corpo dela vendo que era maior gostosinha sem aquela roupa que ela sempre tava usando, fiquei encarando as coxas dela até ela perceber e me encarar, levantando a sobrancelha. Desviei o olhar olhando pros moleques que tavam na mesa e Goiaba era o único que prestava atenção em mim.
Encarei ele que me olhou com uma cara de riso e eu desviei o olhar, sendo chamado pra tirar foto também, e o pai foi na maior marra.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...