CAPITULO QUATRO

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— E ela disse "é o JP, Leon"

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— E ela disse "é o JP, Leon"... Como se ela estivesse de frente para um desses pombos do Central Park e repetisse "é um pombo qualquer, Leon. Vá até ele". Será que ela tem consciência que estamos falando de João Pedro Rossi e que ele não é qualquer um? — disparo a falar enquanto coloco os potes de sobremesa na mesa para nós três pegarmos e Lynda esbanja um sorriso no rosto. — Por que tirou as tranças?

— Enjoei delas — dá de ombros e eu paraliso para analisar seu cabelo cacheado ganhando forma conforme seca. — Continue, pare de se distrair.

— Enfim, ela jogou os processos na minha mesa e sentou na dela como se isso fosse normal e aceitável.

— Mas você não queria trabalhar, Leon? — ela indaga pegando um pote de sobremesa e colocando sorvete no mesmo para Adam que se encontra sentado atento a tudo.

— Eu queria, mas é que em um momento eu não tinha NADA e um minuto depois eu tinha TUDO — digo um pouco alterado e Lynda solta uma risadinha.

Eu estou tão aflito que pego o pote de sorvete sem colocar em nenhum outro recipiente, uma colher e deixo meu corpo cair pesadamente na cadeira enquanto bufo.

— Eles falam que ela é decidida e dura na queda, já eu acho Jade inconstante e questionável de alguma forma — completo mal humorado.

— Então seu problema é com a mulher e não com os processos? Ah... — minha irmã senta em nossa frente. — Quer leite condensado, Adam?

— Muito doce — ele responde, apenas responde. Sendo o garoto de poucas palavras que meu irmão caçula é e sempre foi, Adam muitas vezes vira monossilábico perto de Lynda que gosta de tagarelar o tempo inteiro.

— O meu problema não é a mulher — tento refutar o comentário da minha irmã, mas não existe nenhuma outra explicação plausível para o meu estresse no trabalho que não seja: Jade Rossi.

Ela é... O inferno!

A cada dia que passa eu começo a levar as palavras de Nicolas que aquela sala é o reino gelado da Frozen a sério, porque só há um momento que o clima é quebrado e a tensão é dissipada: quando o pequeno Matt está lá. No entanto, o garoto é tão calado quanto a madrinha e meu irmão, permanecendo apenas sentado em um jogo de cadeiras de mesa e cadeira de plástico feito exclusivamente para ele. Ele pinta, joga no telefone, uma única vez jogou no meu e depois saí da sala de repente dizendo estar com fome.

É tudo que Matt faz.

Tão frígido e calado como Jade.

Se ele, ao menos, parecesse trinta por cento com Bethânia — sua irmã que é sempre uma doçura de menina, além de extremamente faladeira —, eu me sentiria mais confortável em ficar no mesmo ambiente que Jade. Porque, além da frieza inquestionável dela, ainda há o inferno quente do seu corpo e de seus olhos verdes.

THE LAST (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora