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— Então? Estou esperando — pontuo quando passamos tempo suficiente sentados em um restaurante. — Quero ouvir o que tem a dizer.
— Jade... É complicado. Eu não tenho a menor ideia de como vou dizer isso pra você. Eu estava cheio de coragem e, de repente, estou sem coragem nenhuma, tenha paciência — pede e eu suspiro fundo, tentando me controlar.
— Arabella vai se casar — digo de repente e Leon levanta seus olhos cor de café pra mim. — Você vai levar seus irmãos?
— Está me convidando, Jade?
— A minha irmã que te convidou, Leon — rebato com certa severidade na voz depois de me dar conta do seu tom presunçoso. — E eu sei que você tem irmãos.
— Eu sei que você sabe — dá de ombros e eu suspiro fundo, procurando por qualquer garçom para me tirar dessa situação. — Acho que agora é o momento perfeito.
— Pra que? — franzo o cenho entrelaçando os dedos em cima da mesa.
— Somos só eu e meus irmãos, Jade. Eu tenho que leva-los — agora eu enrugo mais ainda a testa e ele abre um meio sorriso, como se a minha confusão o divertisse. — Não tem... Não temos pais. Aliás, eu e Lynda não. Adam teve sorte.
— Eu não estou entendendo absolutamente nada — murmuro tentando encontrar um meio de entender isso.
— Meus pais falecerem em um acidente de carro anos atrás. Meu irmão tinha acabado de completar um ano e eu e Lynda ficamos com a responsabilidade de cuidar dele para que os dois pudessem ter uma noite de casal, normal. Eles... Eles gostavam muito disso — o vejo engolir em seco conforme o mundo simplesmente paralisa ao meu redor. — Nessa noite minha mãe estava... Porra, ela estava linda demais. Usava um vestido vermelho que eu e Lynda tínhamos escolhido para ela usar.
Ele se cala de repente e eu sinto uma lágrima cair do meu rosto sem que eu consiga ter controle.
Leon mal me olhar nos olhos. Ele conta tudo, as palavras saem da sua boca, como se ele estivesse repetindo o que disse para alguém anos atrás. Não é como se eu estivesse aqui, é como se ele dissesse para si mesmo todos os demônios nos quais ele é obrigado a lutar todos os dias.
— Eu fico grato em saber que ambos morreram na mesma hora. Que eles não viram um ao outro agonizando ou morto, que eles não tiveram tempo de pensar ou se martirizar sobre o que aconteceria conosco. Eu agradeço por isso. Na verdade, eu somente agradeço por isso — eu deixo mais lágrimas caírem dos meus olhos e agora as írises dele se chocam com as minhas. — Eu... Eu passei pelo inferno na terra depois disso.
— Eu... — começo e enxugo as lágrimas.
— Não. Nada disso. Deixe-me terminar — me interrompe com seriedade e eu concordo quieta. — Depois disso eu tive que abdicar da guarda dos meus irmãos porque não tinha condições financeiras de cuidar deles. Por sorte, foram adotados em menos de seis meses por um casal maravilhoso. Eles tentaram aproximação comigo na época, mas eu tinha interesse apenas em ver meus irmãos. De qualquer forma, Lynda e Adam estiverem em boas mãos até que eu tivesse um trabalho, que eu estivesse formado e tivesse como abriga-los.