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— Lola, Lola, Lola... Que senta na minha ro...
— Leone! — Ávila repreende meu sobrinho que, na verdade, é um primo de segundo grau, e eu coço minha testa no mesmo instante.
— Aaaaoooo Lola! Onde está a comida?!!! — o garoto continua, sendo insuportável somente como o pai dele consegue ser.
— Enfia no seu...
— Lola — a voz de repreensão de Adam chega aos meus ouvidos antes mesmo da imagem do meu cunhado e eu sorrio, sentada em minha poltrona, ao encará-lo e ver o homem que se tornou. — Você está deixando eles falarem o que querem assim?
— Já são grandinhos para entenderem certas coisas — respondo. — Só peço que não fiquem falando assim quando Polyana estiver perto.
— Ávila? — ele se vira para o sobrinho que tem os olhos fixos no telefone. — Não está colocando ordem nisso?
— Pra Leone se consertar só nascendo de novo — meu filho responde e eu reviro os olhos, porque era exatamente isso que eu falava a respeito de Nicolas antes.
— E por que não sai desse telefone? Viadinho! — Leon joga uma almofada em Ávila que respira fundo cinco, seis, sete vezes para não explodir.
Meus filhos são o oposto do que eu e Leon são. Eles não são calmos, não são pacientes, não são maduros e muito menos frios. Ávila e Lola são o inferno de explosivos, muitas vezes tivemos que entrar no meio de brigas deles. A sorte é que eles têm Adam, a única pessoa que parece conseguir enfiar alguma coisa na cabeça de ambos.
— Eu estava pensando... — Lola surge com uma panela de brigadeiro na mão. — Está na hora de vocês aprenderem a fazer esse inferno de do... Ei, titio! Eu não te vi!
— Claro que não, estava ocupada xingando seu primo — Adam abraça a sobrinha e depois bagunça os cabelos cacheados dela. — Não corte mais esses cachinhos, por favor.
— Meu pai quase enfartou quando viu — agora ela cai sentada ao lado de um Leone mais calmo ao comer. — Não foi, mãe? Ele não queria que eu cortasse, mas estava levando muito do tempo quando eu ia pentear.
— Inclusive, Leon não veio junto de ti? — questiono.
— Ele está lá fora com Helena, Nathaniel e os meninos. Estão conversando algo sobre mais cavalos — Adam encosta na parede agora e o meu peito se enche de orgulho mais uma vez.
Ele, Lynda, meus filhos e meus sobrinhos me surpreendem cada dia mais. Mas Adam... Céus, Adam era apena suma criança quieta, que sofreu racismo na escola e hoje é um homem extraordinário. Ele nos auxilia com os sobrinhos ao máximo, é um médico de renome, só é alguém muito... Sozinho.
— Quer, tio? — Lola oferece arrumando seus cabelos e os olhos verdes brilham quando ela encara uma figura importantíssima para seu crescimento. — Está com os braços grandes em... Tia Petúnia deve estar gostando.
