CAPITULO VINTE E DOIS

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Eu entro no cemitério e alguma coisa de errado começa a acontecer comigo, porque eu — andando — enfio os dedos nos cabelos e começo a chorar como nunca fiz antes

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Eu entro no cemitério e alguma coisa de errado começa a acontecer comigo, porque eu — andando — enfio os dedos nos cabelos e começo a chorar como nunca fiz antes.

Os espasmos de soluços invadem meu corpo até que eu consiga me aproximar do túmulo de meu avô, sentando no cão e puxando minhas pernas até os joelhos estarem na altura dos meus seios e me deixando chorar em paz.

A forma como Leon me mandou ir embora é o que mais machucou no processo inteiro.

O jeito como expressou a sua dor nos olhos por eu não ser capaz de assumir o desejo por ele é o suficiente para eu explodir, chorar, tremer e soluçar no cemitério, na frente da lápide de meus avós.

O questionamento se um dia Leon irá me perdoar é o suficiente para que eu feche os olhos e enterre a cabeça em meus braços.

Eu não quero perde-lo, não quero perder a amizade que tenho dele, mas a ideia de perde-lo para a morte depois que eu estiver cem por cento entregue é tão devastadora que eu não consigo nem raciocinar mais.

— Ei — uma voz alcança meus ouvidos com calma e eu engulo em seco. — Jade... Jade, inferno...

— Está sozinho?

— Não — ele nega.

— Quem está com você? — sussurro de volta.

— Bem... Sua mãe está comigo — engulo em seco mais uma vez, perdendo toda a coragem de levantar os olhos. — Viemos trazer flores, jamais imaginaríamos que você estaria aqui.

— Filha... — agora é a voz de minha mãe e eu levanto os olhos, sentindo mais lágrimas caírem ao encontrar as dela escorrendo por suas bochechas. — Jade, o que está havendo? O que faz aqui sozinha? Foi por causa da conversa que tivemos?

— Não — nego afastando meu rosto quando ela tenta enxugar algumas lágrimas.

— Jade, ela só quer ajudar — eu me afasto dos dois para me levantar e abaixo os olhos quando minha chora mais do que antes.

— Eu quero... Eu quero ficar sozinha — passo os braços em volta do meu corpo.

— Eu não vou deixar — minha mãe se posiciona de modo teimoso em cima dos paralelepípedos e eu enxugo minhas lágrimas. — Ou você vai pra casa ou você vem embora conosco, no mais eu irei ficar aqui até você decidir ir. Não vou deixa-la sozinha, Jade. Eu já te deixo sozinha demais e agora eu não vou cometer esse mesmo erro.

— Eu estou bem sozinha.

— Não está! — ela esbraveja de volta e eu me assusto com o tom. — Eu sei que tem algo de errado! Eu sei que você e mais algumas pessoas estão me escondendo alguma coisa e eu ODEIO ISSO, Jade. Odeio ser a última a saber o que está acontecendo com a MINHA filha. Porque quem te carregou fui eu, quem colocou você no mundo fui eu, quem amamentou você fui eu e JUSTAMENTE EU não estou sabendo de nada da sua vida!

THE LAST (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora