PRÓLOGO

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— Dom, que bom que chegou! Meu pai amado! Eu esperei por anos! — ela grita assim que me vê e joga os braços em volta de meus ombros

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— Dom, que bom que chegou! Meu pai amado! Eu esperei por anos! — ela grita assim que me vê e joga os braços em volta de meus ombros.

— Você continua... Nova? — questiono e ela me mostra um sorriso que por tantos anos eu vi por meio de fotografias.

— Você também está, bobinho — eu franzo o cenho e ela toma minha mão, me puxando para algum desconhecido dentro de outro lugar desconhecido. Além de estar me guiando, como sempre fez. — Você está estranhando agora, mas depois você acostuma.

— Você estava aqui o tempo inteiro?

— Sim! — grita, sempre grita. Essa mania ela não perde nunca, talvez tenha sido dela que Letícia puxou essa mania de gritar. — Eu vou te mostrar como eu acompanhei tudo.

Ela me puxa para um gramado e depois me empurra para sentar, se encaixando no meio das minhas pernas e no meio dos meus braços. Como eu senti falta disso...

— Olhe, — ela aponta para um lugar a frente de nós e eu aperto meus olhos para conseguir distinguir alguns cabelos ruivos — é daqui que eu vejo e vigio tudo. Desde sempre.

— É mesmo? — insisto e ela concorda sem me olhar, então eu apoio meu queixo em seu ombro e afundo o nariz em seus cabelos vermelhos. — Seu cheiro continua o mesmo.

— Dom... — ela repreende e pela sua voz sei que está sorrindo. — Aquela é a Suzanna.

Eu levanto os olhos imediatamente para encontrar nossa primogênita sentada no sofá de sua casa folheando algumas fotos de álbuns nossos. Dayane está de um lado da avó e Renata está do outro.

— Essa dupla... — ela sussurra em minha frente. — Suzanna já compreendeu o sentido da vida, ela e Dave já entenderam tudo.

A cena muda agora e eu vejo nosso filho do meio, rodeado por seus cinco filhos e suas noras. Sol está ao lado dele e acaricia seu cabelo com certo receio, enquanto Patrícia e Amélia estão sentadas no outro lado tentando chamar a atenção do avô.

— E Helena?

— Helena é um pouco mais arredia, você sabe disso — sussurra em resposta e a cena muda para nossa caçula ruiva em minha casa, no Texas. Ela está olhando para tudo, para os porta retratos, para os móveis e há lágrimas rolando por suas bochechas, estas que ela faz questão de enxugar assim que Ulisses – seu cunhado – entra na casa. — Ela também entendeu tudo, mas seu luto está sendo maior do que os dos outros.

— Por que eles não estão juntos? — questiono.

— Eles estavam até Helena decidir ir para o Texas. Ela quer arrumar algumas coisas, organizar tudo e deixar para visitas — eu concordo silenciosamente. — No entanto, não são nossos filhos que me preocupam.

THE LAST (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora