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— Sobre? — arqueio as sobrancelhas e finjo estar completamente inabalável, inclusive fecho a passagem dela para o interior do meu apartamento porque sei que ela entrará aqui na primeira oportunidade.
Eu entraria em seu lugar.
Céus, eu sou como ela quando quero intimidar alguém.
— Deixe-me entrar — ordena e eu não controlo o impulso de fazer uma careta. — Não adianta, Jade. Eu te conheço o suficiente para saber que há algo de errado e sei que está tentando me impedir.
— Suzanna...
— Tia — corrige e eu bufo, fazendo-a abrir um meio sorrio. — Vamos.
Eu lhe dou passagem e fecho a porta quando acaba de passar pelo meu corpo.
Eu estou com medo quando movo meus olhos até os seus tão idênticos aos meus, eu sinto todos os meus membros tremerem e os pelos de meu corpo se arrepiarem quando ela desce suas írises sobre meu corpo.
— Você ia sair? — questiona deixando seu corpo se aconchegar no sofá e eu tiro meu sobretudo enquanto bufo.
— Ia trabalhar — sussurro.
— Tenho certeza que Gael entenderá o seu atraso — ela diz com autoridade e eu quase me pergunto quem é o dono da empresa. — Sabia que quando ele tomou a liderança da empresa junto de Hugo, eu e Dave tivemos que ajuda-los? Ficaram perdidos, não sabiam ser líderes, sabiam ser filhos dos líderes.
— Entendo — concordo.
— Jorginho sabe ser líder... Letícia sabia ser filha de líder até se tornar mãe, depois soube lidar facilmente com a rede de hospitais Rossi.
— Não estou entendendo seu foco aqui — pontuo e ela abre um sorriso.
— Quando eu ajudei Gael a ser um empresário, a como fazer dinheiro, conquistar seu público, atingir suas metas, eu vi para quem nossos advogados empresariais trabalham. Como... Thaís, por exemplo. Thaís é advogada empresarial, inclusive ela é a segunda no comando depois de Helena a lidar com a rede de hospitais — eu engulo em seco. — Thaís sabe, prontamente, para todas as empresas para quem advogamos e, adivinhe... Há um hospital no norte do estado de Nova Iorque, bem pequeno e pouco famoso, filiado aos nossos e as nossas empresas.
Eu abaixo o olhar imediatamente.
— Me conte — é tudo que ela sussurra e com a cabeça baixa, eu a vejo cruzar as pernas e se colocar numa posição mais confortável no sofá. — É a sua oportunidade.
— Eu passei mal — é tudo que eu digo.
— Sim, você foi a um hospital — murmura e eu levanto meus olhos até os dela.
— Se você já sabe, por que está aqui e me perguntando?
— Estou te dando uma chance de ser sincera com alguém da sua família — eu encaro a serenidade no olhar dela por um certo período e bufo novamente. — Vamos lá, Jade. O que te impede?
