Sala dos Marginais

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Autora POV*

 Enquanto a aula corria bem na outra sala, na sala ao lado reinava o caos. Pessoas jogando bolinha de papel de um lado. Uns jogando mochila do outro. E outros tacando mesa mesmo, porque é doidão mesmo.

No último caso, Kazutora e Baji. Essa baderna durou até mesmo depois do professor entrar, tendo que se esquivar dos ataques e se sentar na sua mesa. Isso após desviar de um aluno que foi arremessado por Hanna.

- Bando de sem futuro!- o professor chama atenção de todos.

Ele logo anuncia a chegada de três alunos novos na sala, e para todos fazerem silêncio, mesmo que por um segundo. E Após o anuncio, os três novatos logo adentram a sala. Todos param quase que instantaneamente para ver os novatos.

Mitsuya POV*

Afrouxei um pouco o mata- leão que estava fazendo no Kazutora para prestar atenção nos novos alunos. E entre eles, entra um garoto que me chamou atenção. Não tem nem como não notá-lo.

'Alto pra porra!'

Ele tinha o famoso corte, calvo careca. Brincadeira, ele tem a cabeça raspada e seu corte forma uma espécie de desenho, mas não consigo ver por causa do ângulo. Seus "cabelos" são de um azul escuro,  assim como os seus olhos.

 Devo admitir, ele é gostoso pra caralho! Sem contar sua cicatriz nos lábios, que é só a cereja do bolo.

Seria um ótimo modelo. Consigo ver todas as combinações de cores e roupas que eu poderia costurar para o mesmo.

- Bom dia. Me chamo Hakkai. Hakkai Shiba- diz sério.

Por um instante, parei para processar o que ele havia dito. Ele falou Shiba?! Se ele for mesmo irmão de quem eu acho que é, o irmão dele é realmente barra pesada.

Olhei pro lado e percebi que Kazutora estava deitado sobre a mesa do Naoto, sensualizando pro Tachibana. Coitado.

'Quando foi que eu soltei ele?!'

-  Boiou aí Mitsuya? Deu até pra dar uma escapada, né amorzinho?

 Ele olha para o Tachibana e o mesmo apenas revira os olhos.

- Já falei que esse não é o meu nome!- diz indignado- E senta logo.

Ele diz se referindo a cadeira ao seu lado, mais o Kazutora é insistente, e se fazendo de sonos, foi sentando no colo do Naoto.

- Puta que pariu- murmuro.

- Aí não! Animal, aqui!- aponta pra cadeira estressado.

- Amorzinho, você não explica- responde sorrindo se sentando ao lado do Tachibana.

Assim que me sentei, de cara percebi que não havia sentado na cadeira, e em seguida escuto a estridente risada do Hanma, então, arrisco uma olhadinha pra trás e vejo o novato me encarar surpreso e corado.

- Por Kam! Foi mal!- me levanto rápido.

 O mesmo abaixa a cabeça de vergonha e resolvo zoar um pouco.

- Devia pagar um lanche antes?- ele me olha confuso- Aí você come o lanche primeiro e me come depois- digo sorrindo malicioso e ele faz cosplay de tomate.

- CARALHO, 'CÊ VIU BAJI?!

O escandaloso Kazutora vira para Baji e Hanma e os três começam rir juntos,

'Aí, ai. O dia vai ser longo!'

Baji POV*

Paramos de rir quando o professor lembra que falta mais dois alunos. E, de raiva, Hanma arremessa outro aluno, mais ele erra o alvo e acerta um dos novatos que estava próximo do alvo... Que era o professor.

Ele vai para ajudar o menino que foi atingido, o mínimo, não? Ele se aproxima para ajudar e do nada ficar congelado no lugar. Ué?!

Oh, não. Soltei um breve risada, já entendi tudo. Anos de amizade, afinal.

'Lá vai o emocionado do caralho'

O professor faz uma falsa tosse pro alfa de quase dois metros sair de perto do pobre garoto, e como resposta ele encara fixamente o professor, como se pudesse pular em sua garganta.

Ele retomam a apresentação. Só não 'tô prestando muito atenção pela fome, tenho que parar de pular o café da manhã. Minha mãe nem sonha. E sonhar ela me bate.

- Bom dia. Meu nome é Chifuyu Matsuno- diz em um tom calmo.

Com os olhos ele procura um lugar para sentar. Parecia meio indeciso, procurando o menos pior, não julgo, é sempre assim os primeiros dias.

O observo mais um pouco, ele tem belos olhos, parecem duas esmeraldas grandes e chamativas. Lindo. Seus lábios são meio rosados e finos. Sua boca parece ser tão macia de beij- QUE?! NÃO FOI ISSO QUE EU QUIZ PENSAR!

Saio desse conflito interno por sentir uma movimentação estranha. Olho para o meu lado e lá estava o novato, comendo dentro da sala...

- Isso aí é, Yakisoba?- pergunto o encarando sentindo água na boca.

- Quer dividir?- pergunta.

Ele logo tira um rashi da bolsa e eu aceno que sim, 'tava morrendo de fome, e, de qualquer forma, amo Yakisoba. Ele me entrega os rashi's com um sorriso tão brilhante quanto seus olhos.

Um sorriso lindo por sinal. Por um momento consigo sentir um cheiro de tulipa amarela. Viciante.

Com isso me veio uma memória repentina de uma aula em que estávamos falando sobre a "linguagem das flores".

Acho que o professor já explicou sobre a tulipa amarela. O significado dela era... Lembrei! Era,  "O Sol Brilha em seu Sorriso".

' Não fode. Combina com ele'

Hanma POV*

Droga de professor do caralho, arrombado, desgraçado, filho da puta, mal amado, resto de aborto, pedaço de merda, infeliz, broxa, corno, trouxa, sozinho, sem pai, sem mãe, ordinário, tudo que há de ruim!

Logo agora que eu estava tendo um lindo momento romântico com o carinha de óculos! Porra ele é muito o meu tipo.

- Kisaki Tetta. E se fizer piadinha com meu nome vou tacar a mesa do professor - diz bravo.

Esse tom de ameaça e comando faz ele parecer tão sexy e superior. Então é isso que eles chamam de amor? Calma, muito cedo!

Eu aceno para o mesmo se sentar na minha mesa, não confio nos marginais daqui da sala, e parece que ele também não, porém, ele não parece se intimidar com os olhares dos outros lhe direciona.

Está tão na cara que os betas e alfas estão o comendo com os olhos, não quero nem imaginar como é estar na pele dele, sinto desconforto por isso.

Assim que ele se senta eu abro um sorriso para o mesmo.

- Onde eles estavam olhando?- é a primeira coisa que ele pergunta.

- Como?

- No meu corpo. Para onde eles estavam olhando?- ele refaz a pergunta após perceber que eu não havia entendido.

- Não sei se devo dizer, pode ser desconfortável- falo o encarando.

- Tanto faz. Eu não ligo- ele diz.

Ele me encarou com uma expressão de "raiva" e "tanto faz", mas no fundo de seus olhos o desconforto e o desapontamento eram eminentes.

Não só com a sociedade que avançou mas parece que ainda está na idade da pedra mais sim consigo mesmo, e eu não o julgo por isso, quantas vezes eu desejei ter nascido beta? Deve ser o mesmo com ele.

O puxei para um abraço no começo ele estranhou meu ato repentino. Eu até entendo, mais meu lobo pedia para que eu o confortasse.

Ele me xingou com mais palavrões do que eu xinguei o professor mentalmente, mais depois de um tempo ele se acalmou e me abraçou de volta, hesitando um pouco, mais me abraçou, e após isso sem nem perceber liberei feromônios de felicidade que parece ter feito o pequeno ômega se acalmar em meus braços até dormir.

Tokyo High SchoolOnde histórias criam vida. Descubra agora