Capítulo 09

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Sarah

Assim que acabou o meu horário de expediente sai quase que correndo, para não ficar nem um segundo a mais ali.

Depois de um mês intenso de trabalho, só quero minha cama, minha casa, meu cantinho para descansar.

Chego em casa mais rápido que o comum, na verdade, nem sei como consegui chegar de tão cansada que estou. Chego já tirando os sapatos, casaco e a bolsa, depois vou direto para pia do banheiro e lavo as mãos, sem ao menos tomar um banho e trocar de roupa, vou direto para a cozinha.

Hoje irei fazer um doce de leite, passei o dia desejando isso, ou seja, ou como esse doce hoje, ou ficarei até mesmo louca.

Pego os ingredientes e começo a misturar.

Não sou boa na cozinha, mas até que com doce eu sei me virar. Pelo menos, nunca me queimei ou queimei algo, quando estou fazendo meus doces.

Não demorou muito para eu terminar, e quando vou colocar no recipiente para deixar descansando, ouço a campainha.

Assim que ouço vou atender a porta. Sabia que iria ser um dos vizinhos, já que não ouvi o interfone.

Quando abri vejo a Mônica do outro lado da porta.

— Atrapalho? — ela pergunta depois de me olhar da cabeça aos pés.

Sigo o olhar dela e vejo que me sujei um pouco.

— Imagina, estava fazendo um doce — digo e dou espaço para que ela entre. — Vem, pode entrar.

— Obrigada — ela agradece. — Achei que não soubesse cozinhar — ela diz entrando na cozinha logo atrás de mim.

— Não cozinho comida em geral, mas sei fazer doce — digo. — Pelo menos alguma motivo para poder usar essa cozinha — ela ri.

— E vou poder provar? Sabe, tenho que ver se realmente é bom — diz ela me fazendo sorrir.

— Tá bom espertinha, se importa de ficar um pouco aqui enquanto vou tomar banho? Assim que voltar sirvo a gente.

Ela concorda e vou correndo tomar banho.

Pego uma roupa bem casual, um short moletom curto e uma blusa de regata.

— Desculpa os trajes, estava querendo me sentir o mais a vontade possível hoje — digo a ela assim que entro na cozinha.

— Tudo bem, eu que vim sem avisar — ela diz sem graça.

— Você é sempre bem vinda, minha casa é sua casa — digo a ela. — E as crianças?

— Estão com o pai, estava em casa com o Phil, ele sugeriu que te chamasse para passar a noite com a gente, uma pizza e um filme talvez — ela dá de ombros. — O que me diz?

— É... — penso um pouco. A ideia de sair de casa já me cansa. Hoje não estou muito sociável. — Fico grata pelo convite, mas eu realmente não quero sair hoje — digo a verdade. Posso ver o olhar desaposentado dela e isso me corta o coração. — Se quiser, vocês podem vim pra cá, e ainda tem a sobremesa — ela sorri.

— Tá bom, vou chamar o Phil — ela diz empolgada. — Mas entendemos se não quiser ficar com a gente hoje. Sei que é difícil nos suportar durante toda a semana.

— Mônica, você e o Phil são os melhores vizinhos, e as garotas são ótimas também, amo está com vocês, com o Phil nem tanto, sabe que temos momentos — digo fazendo careta e ela ri.

— Vocês brigam muito, né? — ela faz uma pergunta retórica. — Mas e todas a cenas que presenciei de quase beijos?

— Que? Não sei onde viu isso — me faço de desentendida.

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