Sarah
Depois de um dia diferente e incrível no trabalho, estávamos nos preparando para se despedir. Já estava no finalzinho da tarde, e o sol quase se pondo.
- Obrigado por me convidar, foi uma tarde encantadora - fala o Tomás para todos nós. - E obrigado por me receber - diz aos anfitriões da casa.
- Nos que agradecemos a campainha de vocês nessa tarde - diz Ben para todos nós.
- É uma pena vocês terem que ir - diz Mônica enquanto caminhamos até a porta. - Mas saibam que serão sempre bem-vindos.
- Obrigada - Dani fala. - Bem, vamos indo para que ficar tarde.
- Eu te deixo em casa - diz Tomás.
Todos paramos o que estávamos fazendo, Ben abriu a porta e ficou encarando o Philip. Todos esperamos uma reação do meu namorado, que ficou olhando e encarando o novo casal do grupo.
- Não quero incomodar - diz Dani sendo educada.
Eles pareciam perdidos nos olhos um do outro, e nem perceberam que estavam sendo observados.
- Não seria incômodo nenhum, faço questão - diz Tomás todo galante.
- Então está bem - Dani cede as investidas.
Pigarreio chamando a atenção de todos ali.
- Vamos indo então? - digo.
- Antes de irmos - Phil finalmente se pronuncia. Assim que saímos da casa ele para e continua a falar. - Espero que você saiba que a Dani é importante para todos nós, você é um cara legal, só não estraga tudo. Detestaria ter que bater nessa cara novinha.
O garoto olhou assustado para o Philip.
- Ele está brincando - digo tentando amenizar o clima estranho que se instalou.
Tomás sorri sem graça.
- Não estou não - Philip diz. - Mas acho que você já sabe disso.
- Não se preocupe senhor, não vou machucá-la.
- Não seja ridículo Philip - Dani fala. - Eu gosto dele, você vai ter que aceitar isso.
- Não se preocupem, meu namorado está um pouco alterado hoje, mas ele não é assim normalmente - digo dando um beijo na bochecha dele.
- Tudo bem, Sarah - Dani fala. - Até que ele está se comportando bem.
- Pera, namorados? - Tomás fala surpreso. - Só eu que não sabia?
- Oh não, na verdade só nós sabemos - diz Rebeca.
- Se puder manter discrição sobre o assunto, agradeço - diz Philip gentil de repente.
- Tudo bem cara, entendo - Tomás diz. - Podemos ir?
- Claro, foi um prazer ver vocês - diz o Jonathan. - Até amanhã no trabalho e Mônica e Benjamim, até a próxima.
- Tchau pessoal - Beca fala se despedindo.
Quando estávamos saindo em direção aos nosso carros, ouço alguém chamar meu nome.
- Sarah? - ouço uma voz me chamar.
Olho para trás de imediato sem dar a chance de pensar.
E me arrependo logo que vejo de quem era a voz.
- Savana - engulo em seco assim que termino de falar o seu nome.
Não olho para ninguém, mas posso ter certeza que todos ali estão nos olhando.
- Oh meu Deus, é você mesmo - ela diz e vem correndo até mim.
Dou um passo para trás com um pouco de receio.
- Sim, sou eu - digo seca.
Ela recua e arruma sua postura, como volta-se a si mesma.
- Oi, sou Savana - ela se apresentando aos meus amigos. - Irmã da Sarah.
Não preciso olhar para trás para saber que essa revelação chocou a todos ali.
Respiro fundo e me viro para eles.
- Me dão licença um pouquinho? - peço a eles e saio dali carregando a minha irmã pelo braço.
Fomos para um canto mais afastados deles, mas nem tanto assim.
- Achei que fosse ficar mais feliz em me ver - ela fala assim que paramos de caminhar. - Já faz muito tempo.
- É, tem razão. Já faz muito tempo - digo e sua alegria some. - Não sei se percebeu, mas estou em um momento particular com meus amigos.
- Sim, percebi - ela fala como se fosse óbvio. - Mas e daí? Eu sou sua irmã, sou família e é o que importa.
- Família? Você ainda fala como se você um motivo de orgulho? - pergunto incrédula.
- Por que não seria?
- Vocês me venderam, isso é ser família? - falo um pouco mais alto do que pretendia.
Sei que podem ter ouvido algo, então respiro fundo antes de continuar. Tento não levantar a voz novamente.
- Você que se foi, você que foi embora e nos deixou aqui - ela joga toda a culpa para cima de mim. Como já era de se esperar.
- Não é assim que eu me lembro do que aconteceu - digo irritada. - Você contou ao papai meu segredo e ele quis me forçar a ficar, quando viu que não iria ceder ele me expulsou da família e você não fez nada para impedir isso.
- O que eu poderia fazer? Ele é o nosso pai, você sabe como ele é - ela diz ficando aborrecida. - O que isso importa? Você está aqui agora, podemos esquecer tudo e recomeçar.
Ri sem humor.
- Olha Savana, eu não tenho a menor das intenções em voltar a pisar do mesmo ambiente que vocês e quem dirá falar com minha ''família''. E como pode ver - digo apontando para os meus amigos. - Eu sobreviver sem vocês, e pretendo continuar assim.
Volto para frente da casa, onde eles estavam ainda nos olhando. Tinha estranheza nos olhos do Philip, e supresa nos demais.
- Sarah? - Savana fala mais uma vez. - Eu...
- Acho que é melhor para nós duas fingir que esse encontro nunca aconteceu - digo me virando para ela novamente. - Ou melhor, faz igual aos últimos cinco anos, quando você não lembrava que eu ainda existia.
- Isso não é justo - ela fala chorosa.
- Sabe o que não é justo? Você querer voltar a minha vida como se nunca tivesse saído dela. Só por favor, vai embora e me deixe em paz.
Ela sai quase que correndo de volta para casa.
- Desculpe meter vocês nisso - digo ainda de costa para eles. - Eu vou indo, antes que ela volte ou meu pai apareça.
Começo a andar em direção ao carro e não olho mais para trás.
Sempre que o dia parece bom, ele fica péssimo no final.
Entro no carro e o Philip entra em seguida, ele da partida no carro.
- Quer conversar? - ele pergunta quando vê que já nos afastamos.
- Talvez mais tarde - digo.
O resto do caminho é feito em silêncio.
Continua...
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Beijos, Larissa.
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Minha CEO
RomanceDa saga "o destino me levou para" vem aí, minha CEO. Sarah acaba de se mudar para a cidade de Porto Alegre, onde a mesma viveu sua vida inteira. Com problemas não resolvidos do passado e concorrendo a uma promoção no trabalho, ela foi para lá para s...