Capítulo 49

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Sarah

Depois de um dia diferente e incrível no trabalho, estávamos nos preparando para se despedir. Já estava no finalzinho da tarde, e o sol quase se pondo.

- Obrigado por me convidar, foi uma tarde encantadora - fala o Tomás para todos nós. - E obrigado por me receber - diz aos anfitriões da casa.

- Nos que agradecemos a campainha de vocês nessa tarde - diz Ben para todos nós.

- É uma pena vocês terem que ir - diz Mônica enquanto caminhamos até a porta. - Mas saibam que serão sempre bem-vindos.

- Obrigada - Dani fala. - Bem, vamos indo para que ficar tarde.

- Eu te deixo em casa - diz Tomás.

Todos paramos o que estávamos fazendo, Ben abriu a porta e ficou encarando o Philip. Todos esperamos uma reação do meu namorado, que ficou olhando e encarando o novo casal do grupo.

- Não quero incomodar - diz Dani sendo educada.

Eles pareciam perdidos nos olhos um do outro, e nem perceberam que estavam sendo observados.

- Não seria incômodo nenhum, faço questão - diz Tomás todo galante.

- Então está bem - Dani cede as investidas.

Pigarreio chamando a atenção de todos ali.

- Vamos indo então? - digo.

- Antes de irmos - Phil finalmente se pronuncia. Assim que saímos da casa ele para e continua a falar. - Espero que você saiba que a Dani é importante para todos nós, você é um cara legal, só não estraga tudo. Detestaria ter que bater nessa cara novinha.

O garoto olhou assustado para o Philip.

- Ele está brincando - digo tentando amenizar o clima estranho que se instalou.

Tomás sorri sem graça.

- Não estou não - Philip diz. - Mas acho que você já sabe disso.

- Não se preocupe senhor, não vou machucá-la.

- Não seja ridículo Philip - Dani fala. - Eu gosto dele, você vai ter que aceitar isso.

- Não se preocupem, meu namorado está um pouco alterado hoje, mas ele não é assim normalmente - digo dando um beijo na bochecha dele.

- Tudo bem, Sarah - Dani fala. - Até que ele está se comportando bem.

- Pera, namorados? - Tomás fala surpreso. - Só eu que não sabia?

- Oh não, na verdade só nós sabemos - diz Rebeca.

- Se puder manter discrição sobre o assunto, agradeço - diz Philip gentil de repente.

- Tudo bem cara, entendo - Tomás diz. - Podemos ir?

- Claro, foi um prazer ver vocês - diz o Jonathan. - Até amanhã no trabalho e Mônica e Benjamim, até a próxima.

- Tchau pessoal - Beca fala se despedindo.

Quando estávamos saindo em direção aos nosso carros, ouço alguém chamar meu nome.

- Sarah? - ouço uma voz me chamar.

Olho para trás de imediato sem dar a chance de pensar.

E me arrependo logo que vejo de quem era a voz.

- Savana - engulo em seco assim que termino de falar o seu nome.

Não olho para ninguém, mas posso ter certeza que todos ali estão nos olhando.

- Oh meu Deus, é você mesmo - ela diz e vem correndo até mim.

Dou um passo para trás com um pouco de receio.

- Sim, sou eu - digo seca.

Ela recua e arruma sua postura, como volta-se a si mesma.

- Oi, sou Savana - ela se apresentando aos meus amigos. - Irmã da Sarah.

Não preciso olhar para trás para saber que essa revelação chocou a todos ali.

Respiro fundo e me viro para eles.

- Me dão licença um pouquinho? - peço a eles e saio dali carregando a minha irmã pelo braço.

Fomos para um canto mais afastados deles, mas nem tanto assim.

- Achei que fosse ficar mais feliz em me ver - ela fala assim que paramos de caminhar. - Já faz muito tempo.

- É, tem razão. Já faz muito tempo - digo e sua alegria some. - Não sei se percebeu, mas estou em um momento particular com meus amigos.

- Sim, percebi - ela fala como se fosse óbvio. - Mas e daí? Eu sou sua irmã, sou família e é o que importa.

- Família? Você ainda fala como se você um motivo de orgulho? - pergunto incrédula.

- Por que não seria?

- Vocês me venderam, isso é ser família? - falo um pouco mais alto do que pretendia.

Sei que podem ter ouvido algo, então respiro fundo antes de continuar. Tento não levantar a voz novamente.

- Você que se foi, você que foi embora e nos deixou aqui - ela joga toda a culpa para cima de mim. Como já era de se esperar.

- Não é assim que eu me lembro do que aconteceu - digo irritada. - Você contou ao papai meu segredo e ele quis me forçar a ficar, quando viu que não iria ceder ele me expulsou da família e você não fez nada para impedir isso.

- O que eu poderia fazer? Ele é o nosso pai, você sabe como ele é - ela diz ficando aborrecida. - O que isso importa? Você está aqui agora, podemos esquecer tudo e recomeçar.

Ri sem humor.

- Olha Savana, eu não tenho a menor das intenções em voltar a pisar do mesmo ambiente que vocês e quem dirá falar com minha ''família''. E como pode ver - digo apontando para os meus amigos. - Eu sobreviver sem vocês, e pretendo continuar assim.

Volto para frente da casa, onde eles estavam ainda nos olhando. Tinha estranheza nos olhos do Philip, e supresa nos demais.

- Sarah? - Savana fala mais uma vez. - Eu...

- Acho que é melhor para nós duas fingir que esse encontro nunca aconteceu - digo me virando para ela novamente. - Ou melhor, faz igual aos últimos cinco anos, quando você não lembrava que eu ainda existia.

- Isso não é justo - ela fala chorosa.

- Sabe o que não é justo? Você querer voltar a minha vida como se nunca tivesse saído dela. Só por favor, vai embora e me deixe em paz.

Ela sai quase que correndo de volta para casa.

- Desculpe meter vocês nisso - digo ainda de costa para eles. - Eu vou indo, antes que ela volte ou meu pai apareça.

Começo a andar em direção ao carro e não olho mais para trás.

Sempre que o dia parece bom, ele fica péssimo no final.

Entro no carro e o Philip entra em seguida, ele da partida no carro.

- Quer conversar? - ele pergunta quando vê que já nos afastamos.

- Talvez mais tarde - digo.

O resto do caminho é feito em silêncio.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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