Capítulo 38

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Sarah

Depois da noite de ontem, o Philip não continuou estranho, na verdade, ele decidiu ignorar todos os acontecimentos.

Eu entendo o lado dele, afinal, eu me mudei para outro Estado só para não ver o meu pai ou a minha família. Eu sei o que é ser colocada para baixo e se sentir inferior. Mas minha mãe sempre me disse uma coisa que vou sempre me lembrar "ninguém pode te fazer se sentir inferior, se você não deixar".

Eu levo essa frase aqui dentro, ela estava certa quanto a isso e outras mil coisas. Quando me mudei de cidade, eu mudei a mim também. Não existia mais aquela Sarah de antes, eu sou eu e nada nem ninguém pode mudar isso. Hoje sei que não deixaria ninguém me fazer se sentir inferior, mas a cinco anos, eu deixei toda minha família me julgar.

Então eu entendo o Philip. E se ele prefere ignorar e não quer conversar, é assim que iremos fazer.

Estava no trabalho quando ouço meu telefone tocar, olho no visor da tela e era a Mônica. Desde que saímos da sua casa não nos falamos mais. O Philip provavelmente a culparia pelo ocorrido.

Descido atender, afinal, pode ser algo importante.

Ligação on.

— Oi Mônica, aconteceu alguma coisa? — atendo normalizando meu tom de voz.

— Oi Sarah, você é minha amiga? — ela fala a partir de um nada, sem nem preparar o terreno.

— Que pergunta é essa? Claro que somos amigas — estranho seu questionamento.

— Então faria qualquer coisa por mim? — ela pergunta duvidosamente.

— Depende do que qualquer coisa inclui, o que você aprontou? — fico preocupada.

— Não é nada demais, queria que fosse a um lugar comigo — não sei porque, mas desconfio dessa fala.

— Só isso? Diga a hora e o endereço.

— Vou te mandar por mensagem. Veste uma roupa mais esportiva, e um tênis, pode levar água. Te encontro lá hoje a noite.

Ela fala tudo rápido e desliga.

Ligação off.

Ai ai Mônica, o que você está aprontando?

Ela manda o endereço e quer que eu vá hoje encontrá-la onde ela diz.

Volto ao trabalho e não vejo mais o celular. Tinha tantos papéis na mesa, que assim como quase todos os dias, perco meu celular e outras coisas no meio deles.

— Com licença — Dani fala entrando na sala. — Reparei que ainda não saiu para o almoço, e tomei a liberdade de avisar ao Philip que te trouxe comida — ela fala levantando uma bolsa que provavelmente tinha comida dentro do isopor.

— Não precisava se preocupar — digo. — Mas obrigada, estava com fome mesmo.

Me levanto da minha cadeira e me sento no sofá, onde tem um centro de mesa e que sempre parei para comer ali, quando não saio ou nos jantares que como sozinha.

— Quer se juntar a mim? — pergunto sendo educada e ela nega com a cabeça.

— Não, obrigada — ela fala. — Você teve tempo de investigar sobre aquele cara que te falei?

— Oh, me desculpe Dani — digo desapontada comigo mesma. Como fui esquecer? — Foram tantas coisas que acabei esquecendo, mas irei ver hoje, sem falta.

— Tudo bem, sei que é bastante ocupada e não queria te incomodar.

— Não é incômodo, somos amigas, e amigas se ajudam. Pode deixar, hoje mesmo vejo isso para você.

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