Capítulo 53

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Philip

Tive que passar o dia fora resolvendo umas coisas do trabalho, e conseguir fechar com dois novos clientes muito importantes.

Ia contar a Sarah assim que voltasse, era mais uma desculpa para poder vê-la. Acontece que ela ficou chateada pelo que disse sobre sua irmã e tem me evitado desde então.

Dei um tempo para que ela pensasse em tudo, mas ela não me procurou mais.

Mas a Mônica me ligou avisando que a Laurinha estava com a Sarah e que estava vindo pega-la, e que iriam ficar lá em casa para jantar.

Aproveito que tenho uma desculpa melhor e vou até a sala ver a Laurinha e consequentemente ver a Sarah. Mas o que não esperava era que uma simples visita terminasse em uma briga.

Ela sabe o motivo de eu não passar o natal com meus pais, sabe de tudo que eles fizeram e ainda assim quer que eu esqueça tudo e finja ser uma família feliz?

Saio da sala dela indo direto para minha sala, já estava quase na hora de ir pra casa e não pretendia passar nem mais um segundo aqui hoje.

Arrumo minhas coisas para que não demore a ir embora, assim que a hora mais esperada chega, eu vou para casa.

Vou para casa e sei que minha família me espera lá, mesmo eu não querendo ver ninguém hoje, tinha que ir por elas.

Chego em casa e abro a porta devagar, e ouço elas conversarem.

- Mamãe, porque o titio não pode passar o natal com a gente?

- Não sei meu amor - Mônica fala.

- Meus amigos tem vovó e vovô e titios e todos jantam juntos e não tem briga, porque nossa família é diferente?

- As famílias são diferentes umas das outras, minha linda.

- Nos não podemos ajudá-los? - ela pergunta triste.

- As vezes o melhor a se fazer é ter fé e esperar que o melhor aconteça, as vezes as pessoas não sabem o que há bem estando bem na frente delas. Uma hora eles descobrem, contanto que não demore muito - Mônica fala e aquilo me toca.

Sei que elas sofrem com essa briga, eu posso estar errado quanto a tudo e a Sarah tinha razão?

Algo me diz que vou me perguntar sobre isso o resto da noite.

- Tio Phil - minha pequena me vê e vem correndo ao meu encontro.

- Oi princesa. O tio não vai poder ficar essa noite, tenho uma coisa para resolver. Se importa se eu sair? - pergunto para ela e para Mônica.

- E para onde vai? Não vai me dizer?

- Não, é uma surpresa, uma surpresa de natal - digo a elas que mesmo confusas elas sorriem.

- Boa sorte, confiamos em você - Mônica fala e pisca o olho para mim. Acho que ela já sabe o que vou fazer.

Corro para o elevador e volto ao carro.

Procuro o endereço dos meus pais no GPS só para ver se ainda me lembrava o caminho.

Começo a dirigir em direção a casa deles, pela primeira vez depois de quase 5 anos.

- - ❤️ - -

Sarah

Não consigo mais trabalhar e minha cabeça não para de pensar no que o Phil falou.

Saio pela rua com meu carro e paro em frente a uma cafeteria mais distante do trabalho.

- Um café por favor - peço e aguardo o meu pedido.

Quando tiro o dinheiro da carteira vejo algo na minha bolsa que jurei ter perdido há muitos anos.

Era uma pulseira que usava com minha irmã. Não sei como ela veio parar aqui na minha bolsa, nem lembrava que ainda a tinha.

Olho para aquela pulseira e me vem na cabeça as palavras do Philip. Pago pelo pedido e seguro o copo de café.

Em seguida saio para o meu carro novamente. Mas quando estava abrindo a porta acabo derrubando a pulseira no chão.

- Droga - murmuro por estar com tanta coisa na mão e não conseguir pega-la.

Abro a porta do carro e coloco minha bolsa e o café, mas quando volto para pegar minha pulseira não a encontro mais.

Olho em todo lugar, algumas pessoas passavam na rua e penso se não haviam a chutado. Entro em desespero por perder ela de novo. Não sei porque me sinto assim, afinal não deveria ter importância.

- Está procurando isso? - uma senhora com um sorriso gentil fala.

- Oh céus, a senhora encontrou - digo mais feliz do que esperava está. - Muito obrigada - ela me entrega a pulseira.

- É uma boa sensação não é? - a senhora que achou minha pulseira fala chamando minha atenção.

- O que? - pergunto admirando o objeto em minhas mãos.

- Encontrar algo que achou ter perdido para sempre é uma glória.

- É - concordo sorrindo.

- Não acontece todo dia. Conseguir algo que você ama de volta, então segure firme querida, pode não ter uma segunda chance - ela fala, pisca o olho para mim e depois sai andando.

Fico um tempo olhando para onde ela foi e pensando no que ela disse. Eu conheço essa frase, foi o que disse ao Ben quando estava brigado com a Mônica, e só agora ela parece fazer sentido para mim.

Sei que no fundo o Phil estava certo, não posso deixar essa discussão acabar com tudo, no fim das contas, acho que vale a pena arriscar.

Sorri com meu pensamento e volto para o carro.

Ligo para minha tia Safira assim que entro e coloco no viva voz. Ela atende no segundo toque.

Ligação on.

- Aconteceu alguma coisa? Você nunca me liga.

- Aconteceu tia - digo rindo. - Quero sua ajuda.

- Claro, o que você quiser.

- Tia, eu quero o endereço da Savana

- Da sua irmã? Mas...

- Tia, por favor, depois conversamos.

- O que não faço por você - ela diz rindo. - Te mando por mensagem. E boa sorte.

- Obrigada tia, te amo.

- Também te amo minha luz

Ligação off.

Coloco no GPS e sigo a caminho da casa dela. Não quero nem pensar no que vou fazer quando a ver para não querer desistir.

Coloco uma música e sigo a caminho de lá.

No caminho me passam tantas coisas e tantas lembranças, será que ela vai me perdoar? O que fizemos com a nossa relação?

Muitas dúvidas surgem na minha cabeça, mas de uma coisa eu sei, eu preciso fazer isso por mim, para me livrar de toda essa dor.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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