Capítulo 06

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Sarah

Fiquei com as meninas brincando na sala até o Philip voltar do banho.

Seu perfume chegou invadindo todo o ambiente me deixando um pouco zonza.

— Não ac... — espirro. — Acha que... — espirro novamente.

— Está tudo bem? — ele pergunta preocupado.

— Tá, é que... — mais uma onda de espirro.

— Não parece bem, me deixe te ajudar — ele diz e se aproxima de mim.

O cheiro do seu perfume ficou ainda mais forte quando ele se aproximou. Comecei a espirrar sem parar.

— Foi a água que te deixou assim, não é? Acho melhor você trocar de roupa — ele diz.

— Não... — espirro. — Seu perfume...

— Você é alérgica? Não sabia — ele diz dando uns passos para trás. — Vou tomar banho de novo.

— Não precisa — digo finalmente começando a respirar de novo. — É só ficar longe, o excesso vai já embora.

Depois de falar isso, sinto que seu rosto muda de expressão, não estava mais preocupado, mas sim desapontado.

— Ele ama perfume tia, a mamãe diz que ele exagera — Laurinha fala.

— Acho que sua mãe tem razão — digo rindo. — Mas está tudo bem, já estou acostumada com esses cheiros, acho que você só estava muito perto e o cheiro invadiu de vez — me explico. — Não sou alérgica, só tenho o olfato sensível.

— Não se preocupe, não vai acontecer de novo — ele diz. Pela primeira vez, desde que nos conhecemos, o Philip foi gentil comigo.

Ficamos ali, um olhando para o outro sem saber o que dizer ou fazer.

— Bem, a minha irmã ainda não chegou, o que acha de nos acompanhar e ajudar a preparar o almoço? — ele pergunta sem jeito.

— Claro — concordo com um meio sorriso.

Não acredito que estou me dando bem com ele, e que ele está sendo gentil comigo, e o pior, eu estou gostando de estar aqui.

Acho que estou sentindo mais falta dos meus amigos de Sergipe do que eu imaginava, só pode ser falta deles o que está me fazendo ficar aqui, eu não estou gostando de verdade da companhia dele, estou?

Fomos para a cozinha e levamos a Liz com a gente, ele segurava ela e fazia as coisas sem muito esforço, parecia está acostumado.

Ele me olha e me pega admirando suas habilidades.

— Não sei se a Mônica te contou, mas ela e meu cunhado brigam muito, ela sempre acaba vindo pra cá, então estou acostumado com elas e ter que cuidar das meninas — ele me conta algo pessoal, casos de família que não se diz para pessoas estranhas.

— Ela não disse — digo sem graça, parece que estou invadindo o espaço pessoal deles.

— Vocês vão ter muito tempo para conversar ainda, ela parece confiar em você, já que deixou uma estranha entrar no meu apartamento e cuidar das minhas sobrinhas — ele diz.

— Não sou uma estranha, ela sabia que trabalho na mesma empresa que você e que tinha cuidado da Laurinha da outra vez que ela esteve lá.

— Você era a tia legal que cuidou dela? — ele pergunta espantado e parando o que estava fazendo. — A Laurinha só falava de você, passou dias falando disso, a tia isso, a tia aquilo, mas não sabíamos seu nome.

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