Capítulo 22

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Sarah

Ficamos ali nos olhando por longos segundos, que mais pereciam horas. Ele finalmente me olha nos olhos e fica assim por um tempo. Não sei o que ele espera ou o que está pensando, só sei que ele parece apreensivo, e também parece estudar bem o que vai dizer.

Ainda espero uma resposta dele. Podem ter si passado apenas dois minutos, mas para mim, faziam horas que estávamos ali.

Não sinto mais fome ou vontade de olhar para essa comida. Estávamos apenas a luz da lua e das velas, e aquilo me incomodava ainda mais, e acho que a ele também.

Aqueles olhos que me fuzilaram por tanto tempo agora estão fixados no chão. Ele se levanta e acende a luz, e depois apaga as velas na mesa.

— Acho melhor eu ir embora — digo para ele assim que ele volta a se sentar.

— Eu nunca namorei com a Britney, mas ela se insinuou para mim algumas vezes, saímos uma vez e depois disso todo o escritório estava sabendo, ela inventou muitas coisas e espalhou para todo o escritório que estávamos namorando, que nos beijamos, dormimos juntos e mais um monte de coisa — ele fala de uma vez, com o tom de voz baixa, talvez com uma voz cansada.

— E nada disso é verdade? — pergunto apenas.

— Não, quer dizer, teve um beijo, mas foi ela que me beijou e eu não retribuir, ela estava bêbada e eu jamais me aproveitaria de alguém nesse estado — ele fala e me pareceu sincero em suas palavras.

— Ok — digo por fim. — Por que nunca me disse isso?

— Eu tentei, mas o queria que eu dissesse? Não sabia como falar sobre isso, e não sabia que ela iria se intrometer entre a gente.

— Tá bem — digo por fim.

— Está brava? — ele pergunta com receio de algo que não sei o que poderia ser.

— Não tenho porque está, você não me deve nada — digo a ele e me levanto, caminhando até a porta em seguida.

— Sarah — ele me chama. — O que foi agora?

— Não foi nada Philip — digo abrindo a porta. — Só quero ficar sozinha no meu espaço pessoal, será que dá pra ser?

Foi grosseiro da minha parte, eu sei.

Ainda estou com meu orgulho ferido, sou obrigada a confessar, como assim ele não quer nada sério, eu é quem deveria dizer isso.

— A gente se vê amanhã? — ele pergunta com receio da resposta. Apenas digo que sim com a cabeça.

Saio de lá o mais rápido possível e entro no meu apartamento, trancando a porta em seguida.

Coloco meu corpo contra a porta e deslizo até o chão. Ainda estou um pouco conturbada com o que aconteceu.

— Acho que essa história está com papéis ao avesso — digo para mim mesma enquanto olho para o interior do meu apartamento. — Que cara convencido, até parece que eu estou apaixonada por esse idiota, só estava curtindo o momento.

Que ódio! - bufo com meu pensamento.

Levanto contra a minha vontade e vou para o quarto trocar de roupa, visto o pijama que iria vestir antes de pensar na possibilidade dele aparecer. Para que fui abrir a porta?

Reviro os olhos com meu pensamento.

Penso em descarregar a raiva de diversas maneiras, mas encontro uma motivação melhor.

Poderia quebrar todos os pratos e porcelanas do meu apartamento, só para aliviar essa tensão em meus ombros, como se tivesse levado uma punhalada nas costas. Ou poderia simplesmente gritar no meu travesseiro. Ou o mais provável a se fazer, que era eu me sentar na varanda com uma garrafa de vinho e ficar ali repensando onde eu cheguei. Me ver no fundo do poço talvez me ajudasse a sair dele.

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