Capítulo 52

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Sarah

Depois do almoço fizemos um passeio rápido pelo bairro, mas tive que voltar ao trabalho pois teria uma reunião.

Avisei a Mônica que estava com a pequena assim que peguei a Laurinha na escola. Ela agradeceu e prometeu não demorar a ir buscá-la.

O que não foi verdade já que até agora ela não chegou. A Laura fez o dever de casa enquanto eu trabalhava.

- Tia, a mamãe não disse que já estava vindo?

- Sim, ela deve está presa no trânsito - digo para tranquiliza-la.

- Tudo bem então - ela diz. - O que você está fazendo?

- Uma planilha de gastos - digo a ela.

- Posso ver? - ela pergunta e vem caminhando até minha mesa.

Coloco ela sentada no meu colo e mostro para ela.

- Aqui significa o valor total que ganhamos este mês até agora - digo apontando pra ela com o mouse. - E aqui é o que gastamos - digo e ela fica olhando por um tempo.

- Por que tem mais números gastos?

- Então, o que eu fiz aqui chamamos de balanço, o certo é dar o igual, mas infelizmente ainda não conseguimos, e por isso trabalhamos tanto nos últimos dias.

- Entendi, estão vocês estão com problemas de dinheiro - ela fala entendendo tudo o que disse.

- Isso mesmo, mas esse tem que ser o nosso segredo, tudo bem?

- Sim - ela sorri.

Alguém bate na porta e logo ela é aberta.

- Com licença - fala Philip adentrando na sala. - Fiquei sabendo que temos uma funcionária nova por aqui.

- Tio - Laurinha corre e pula nele.

- Também estava sentindo sua falta - ele diz a abraçando.

- Hoje foi muito legal com a tia Sarah - ela começa a falar. Sorri com isso. E ele também.

- Ja vi que não vai querer mais voltar pra casa - diz Mônica entrando na sala.

- Mamãe - Laurinha fala indo até a mãe e dando um abraço. - A senhora demorou.

- Eu sei meu amor, e me desculpe - ela fala com a filha. - Obrigada Sarah, e me desculpe pela demora.

- Tudo bem, gostei de passar o dia com ela - digo a Mônica.

Me levanto da cadeira e começo a juntar as coisas da Laura, e o Philip vem me ajudar.

- Já demos trabalho demais por um dia - digo a Mônica. - Já estamos indo - diz ela pegando as coisas e sua filha.

- Nos vemos em casa - diz o Philip antes delas saírem.

Elas saem em seguida e logo após se instala um clima pesado na sala.

Lembro do que a Laura me pediu e penso ser a hora perfeita para perguntar sobre.

- A Laurinha me contou que você não vai passar o natal com eles.

- É, já fiz outros planos - ele diz. - A menos que você tenha desisto.

- Ela também me contou que seus pais vão passar o natal com eles - digo me encostando na minha mesa. Coloco as mãos para me apoiar melhor nela.

- Sim, e tem isso também - ele diz mudando a expressão.

- Está desistindo de passar o natal com a sua irmã e suas sobrinhas porque não quer encontra os seus pais - digo a ele. Sei que ele já tinha percebido onde queria chegar.

- Não, estou desistindo de ir porque já combinei de passar com você.

- Você acha que está punindo a eles, mas quem sai perdendo é você - digo o mesmo que ele me disse na outra noite.

- Não estou perdendo nada - ele diz.

- Sim, os problemas sempre vão está aí, mas sabe o que as meninas vão lembrar? - digo. - Que o rancor vence o amor.

- Não é bem assim.

- Elas só querem ter todos juntos no natal, não é pedir muito.

- Eu não posso - ele diz sério. - Você sabe

- Eu sei, jamais pediria se não achasse que fosse tão importante para elas.

- Eu não posso - ele repete. - No natal eles sempre me pediam para tocar uma música no piano, a gente era feliz, e é assim que prefiro me lembrar do natal.

- Não acha que elas deveriam ter a chance de ter memórias como está?

- Não é bem assim, e você sabe - ele diz. - Se eles vão estar lá, eu não vou. A Mônica sabia disso quando os convidou.

- Então é por isso que você não fala para as meninas deles? É por isso que as crianças não podem passar um tempo maior com os avós? Porque tem que escolher entre você e eles, e sempre escolhem você?

- Isso não é da sua conta - ele diz bravo.

- Sentem falta deles, você não enxerga porque está mais interessado em ficar curtindo a sua dor - digo dura ficando de pé novamente.

- Você não faz ideia de como é - ele aponta um dedo em minha direção.

- Então prefere não ajudar e desaposentar suas sobrinhas a esquecer o passado? - pergunto triste com a situação.

- Não acredito que logo você está falando isso - ele ri sem humor.

- O que está querendo dizer?

- Sua família fez uma uma coisa horrível, mas o mundo não parou de girar.

- Isso é completamente diferente, eles me fizeram sofrer.

- Só que você pegou essa dor e guardou tão lá no fundo que ninguém consegue chegar perto, nem você.

- Não acredito que pensei que você era diferente, esta falando como todo mundo - digo caminhando de volta para trás da minha mesa.

- Eu que achei um dia que você poderia me entender - ele fala isso me faz voltar a sua frente.

- Eu entendo - digo chegando mais perto dele e parando na sua frente. - E me arrependo todos os dias de não ter dito a minha mãe o quanto a amava, mas é tarde demais para mim, mas não é tarde demais para você, pode resolver as coisas com os seus pais.

- E você pode resolver com o seu pai e sua irmã - ele muda o foco da conversa rapidamente.

- Você quer que eu esqueça tudo? - pergunto com os olhos cheios de lágrimas.

- Quero que você perdoe, pare com essa briga, segue a sua vida - ele diz de forma calma.

- Assim como você seguiu a sua?

- Isso é uma perda de tempo, não é? - ele fala depois de alguns segundos.

- É, eu acho que sim - digo dando de ombros.

Me viro para ir para minha cadeira, assim que me sento vejo a minha porta sendo fechada. Ele acaba de sair.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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