Capítulo 37

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Sarah

O pai do Phil sai da mesa nos deixando a sós.

Olho para eles, e todos pareciam aliviados, mas ainda sim alguma coisa os preocupa.

Ficamos em silêncio até a dona Margarida quebrar o gelo.

- Me desculpe filho, mas você sabe como é o seu pai. Ele só faz isso para o seu próprio bem.

- É fácil pedir desculpas, não doeu em você - Philip fala de maneira fria a sua mãe. Eu sei, esse não é o Philip que conheço, mas é difícil quando se tem pais como os dele.

- Philip, o que a mamãe está tentando dizer é que, já está na hora de deixar essa briga boba de lado e seguir em frente - Mônica se envolver na conversa.

- Acha bobo o que ele fez? - Phil pergunta a sua irmã.

- Não, mas seu comportamento desde então é, parece que tem problemas em perdoar.

- Não, não tenho problemas em perdoar, mas sim em confiar de novo. E seu pai não é digno do meu perdão, porque ele nunca se arrependeu - ele fala e sai da mesa indo até o jardim.

- Sarah, não acha tudo isso uma bobagem? Olha, o meu marido não quis dizer aquelas coisas, ele estava alterado, quer o melhor para o filho - Margarida fala me incluindo na conversa.

- Eu não acho que deveria me intrometer nesses assuntos - sou sincera.

- Que isso, você já é da família - dona Margarida diz.

- Não me leve a mal, mas eu acho que as pessoas dizem o que querem dizer, e algumas delas, mesmo que você mudasse tudo, ainda assim, não estariam satisfeitos.

Minha fala deixou todos sem palavras, pois não conseguiam continuar a conversa.

- Dona Margarida, eu amo o seu filho, ele não é perfeito, mas quem é? Não se desiste das pessoas que você ama - digo dando um meio sorriso e pego a sua mão por cima da mesa. - Eu tenho certeza que ele ama vocês, mas de mais tempo para que ele possa perceber isso.

- Eu dei cinco anos - ela fala. - Eu quero meu menino de volta.

- Eu sei que quer, mas vou te da um conselho de uma pessoa que possui uma dor semelhante ao do Philip - digo a olhando. - Não o abandone, não escolha um lado, e não defenda o seu marido na frente do seu filho. Eu não estou aqui para julgar o que seu marido fez, mas eu não vou permitir que ele o machuque de novo, e nem a senhora.

Digo e levanto para ir atrás dele, mas antes de sair, ouço algo que me faz parar de caminhar.

- Essa ferida é muito mais funda do que pensa menina - o senhor Paulo fala. - Você é uma boa garota, e sei que meu filho tem sorte por ter você. Onde não puder estar, peço que cuide dele por nós.

- Claro - digo e saio de lá.

Sabe, seria muito mais fácil para mim se eles fossem monstros. Eu estava imaginando um mostro, ele não parece um monstro, está mais para um garotinho assustado.

- O que estava falando com eles? - Phil pergunta assim que eu entro no jardim.

- Do único assunto que temos em comum - digo. - Você!

- Eles amam esse assunto - ele diz e da uma risada forçada.

- Não mais que eu - digo tentando aliviar o clima. - Mas eles te amam, sei que não tem o melhor jeito de demostrar, mas sua mãe está tentando - falo e pego na sua mão. - Entende que isso afeta todos dessa casa?

- Eu sei, é difícil para todos nós, e gostaria que pelo menos você ficasse ao meu lado - ele diz e parece sincero.

- Não é porque tenho opniões diferente que não estou do seu lado - disse a ele. - Eu, mais que ninguém, entendo o que está passando, eles te magoaram, e seu pai não parece arrependido. Mas sabe o que eu percebi, eles não sabem onde você trabalha, não é?

- Não, nem quero que saibam - ele diz sério e frio. Ele respira fundo.

- Sabe que eu não sou uma ameaça, não sabe? Pode me tratar normal por favor - digo séria.

- Desculpe, não foi a minha intenção. É só que essa situação toda me deixa fora de controle. Não era para eles estarem aqui, nem para eles ter te conhecido nessa ocasião. Eu não quero que saibam do meu trabalho e passem a me respeitar por causa dele. Eu sou mais que isso, queria que eles me aceitassem pelo que sou, e não pelo que faço.

- Eu sei que é importante para você - digo e o abraço. - Não acreditar no que ouvimos daqueles que amamos não é uma tarefa fácil, acredite, eu sei - digo num abraço. - Mas não acredite. Você é incrível, e o mundo já deveria saber disso - falo ainda no abraço. - E espero ter deixado isso claro para eles, porque se te machucarem de novo, não é porque são meus sogros que não vou me meter.

- Você é muito maluquinha - ele ri. - Mas eu te amo assim mesmo - ele fala aquelas palavras mágicas e lindas pela primeira vez para mim.

- Eu também te amo - digo pela primeira vez isso a ele.

Eu já sabia disso a muito tempo, mas queria esperar o momento certo para falar. Mas na verdade é que não existe momento certo, tudo acontece na hora e no lugar certo. E aqui, em meio ao caos, fico feliz em ser o motivo da felicidade de um alguém que eu amo imensamente.

- Quer ir embora? - pergunto a ele.

- Sim, por favor - ele fala. - Essa noite já deu o que tinha que dar.

Não falo nada, apenas o ouço e voltamos a casa.

Eles estavam na sala reunidos em silêncio, o senhor Paulo não estava.

- Já estamos indo - digo após ver que o Philip não iria dizer nada. - Obrigada pelo jantar, e foi um prazer te conhecer senhora Margarida.

- Mas já? Não vão ficar para sobremesa? - Mônica pergunta.

- Não vai dar, tenho algumas coisas para fazer em casa, e amanhã vamos trabalhar - invento uma desculpa qualquer.

Laurinha vem e nós abraça, se despedindo. Vejo os olhinhos tristes, e sinto por não poder fazer nada para mudar isso.

O Philip fica em silêncio todo momento que passamos na sala. Mônica não contesta mais, e a Margarida apenas nos abraça se despedindo, e fala algo no ouvido do seu filho. Algo que fez ele sorri.

Pego minha bolsa e saímos de casa.

Fomos o caminho para casa em silêncio. Ele não falou nada, desde que saímos de lá.

- O que sua mãe disse? - pergunto curiosa.

- Quando? - ele se faz de desentendido.

- Você sabe - digo rindo. - Você sorriu.

- Nada demais, ela disse que gostou de você - sorri ao saber disso.

Não falo mais nada também, fomos para casa em silêncio.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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