Capítulo 42

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Sarah

Depois da reunião tive que começar o projeto para cortar custos que estão sendo mal usados na empresa. Convoco uma reunião com os líderes de cada setor e preparo um dossiê com o relatório de gastos deles.

- Bom dia - digo assim que entro na sala acompanhada da Dani.

- Bom dia - eles falam em uníssono.

Todos se levantam e depois sentamos juntos de novo.

- Eu trouxe alguns relatórios de custos para que possamos discutir alguns itens deles - digo e pego as pastas e entrego a eles. - Peço que olhem e compare com as dos demais setores antes de começarmos a reunião.

Ficamos em silêncio por um instante esperando eles terminarem a leitura.

- Não sabia que estávamos gastando tanto - diz a Rebeca vendo os números do setor dela.

- Sim, foi detectado que está tendo um excesso nas verbas designadas a cada setores, dessa forma, foi me solicitado que fizesse alguns cortes ou substituições, e em alguns casos, teremos que realocar alguns dos funcionários.

- Espera, você disse realocar? - Jonathan pergunta.

- Cortar o que exatamente? - pergunta a Britney.

- Bem, se vocês puderem ver esse novo relatório aqui - digo passando para eles o que queremos alcançar. - Esses devem ser os números do próximo mês de gastos. Tem mais funcionários nos setores das Jonathan e da Rebeca, e mais gastos no do Philip e da Britney, o que não faz muito sentido. Então substituímos algumas marcas de produtos, com a mesma qualidade, porém com baixo custo. E queremos criar um setor de apoio com as pessoas que estão a mais na equipe de um e colocar nos outros.

- Mudar os materiais? - Philip fala. - Pode mudar todo o resto se quer saber.

- Eu sei que é arriscado a essa altura, mas confie em mim, eu sei que não há outra escolha. Se não fizemos os concertos agora, pode ser muito tarde lá para frente.

- Ainda acho loucura, e quem vai treinar os novos funcionários desse tal grupo de apoio - pergunta o Jonathan.

- Pode deixar que providencio isso. Quero que entendam que não é uma decisão para sempre, mas momentânea, até o fim deste ano pelo menos.

- Ou melhor, até o fim da sua estadia - Britney resmunga mas consigo ouvi-la.

- Essa é a outra notícia que tenho - digo e faço uma pausa. - Eu vou ficar aqui até dia 26 de dezembro. Então como eu disse, iremos fazer essas mudanças e seguir a risca tudo até o final deste ano.

Eles não falam mais nada. Sei que não estão contentes, eu também não, mas não tem muito o que se fazer.

- Teremos um aumento de trabalho nos setores de todos, conseguimos fechar mais alguns projetos e preciso do máximo feito até o final do mês, quando puxar o novo relatório espero que os números sejam estes ou ainda melhor - digo me referindo ao segundo relatório entregue. - Dúvidas?

- Sim, e o que ganhamos com isso? - Britney pergunta.

- O setor que mais mostrar resultados ganhará uma semana de folga entre o natal e o ano novo, que será divulgada na festa do dia 26 - digo e vejo eles se animarem com a ideia.

- O setor inteiro? - pergunta a Rebeca.

- Sim, o setor inteiro - digo a ela. - E então, estamos combinados?

Eles se entre olham e depois me olham novamente e concordam.

- Ótimo, qualquer dúvida sabem onde me encontrar - digo a eles. - Estarei indo fazer a seleção do grupo e apoio, mas, seria mais fácil de vocês escolhessem quem querem abrir mão.

- Te enviaremos os nomes até o final do dia - fala Jonathan.

- Estão dispensados, podem voltar as suas atividades - digo para eles e me levanto. - Com licença.

Saio da sala em seguida e a Dani me acompanha. Chegando na minha sala a Dani entra comigo e fica parada me olhando.

A encaro de volta e depois reviro os olhos.

Me sento no sofá que havia na minha sala e peço para que ela se sente a minha frente.

- Pode perguntar - digo já sabendo que ela tinha algo a dizer. - So não te garanto que posso te responder.

- Tá, eu não quero me intrometer muito nisso, mas você sabe que eles detestaram a ideia, não é?

- Eu sei, mas estou sem alternativas - sou sincera. - E acho mesmo que temos que igualar os recursos usados, não faz sentido todos os meses os mesmos setores ultrapassarem as verbas.

- É estranho mesmo - ela diz. - Mas lembre que seu namorado detesta mudanças, e espero que vocês saibam dividir as coisas, não quero que briguem em casa por coisas do trabalho.

- Obrigada por se preocupar - digo dando um meio sorriso. - Mas somos adultos, sabemos lidar com essas coisas - eu realmente queria acreditar no que eu disse.

A verdade é que conheço o temperamento do meu namorado, e sei como ele é no trabalho, um cara grosseiro que não sabe ouvir. Não sei como vai ser quando chegarmos em casa, ou quando precisar dele aqui para alguma coisa.

Na verdade, acho melhor evita-lo para não ter brigas desnecessárias.

- Te entendo, qualquer coisa sabe onde me encontrar - Dani diz e se retira da minha sala.

Me levanto só sofá e vou para minha mesa. Assim que me sento, abro o notebook e começo a trabalhar. Porém sou interrompida por batidas na porta.

- Pode entrar - digo imaginando quais as pessoas que poderiam está batendo.

- Com licença - diz o Phil abrindo a porta e entrando em seguida.

Obrigada universo, mais uma vez me proporcionando momentos únicos - digo sarcástica em pensamento.

- No que posso ajudar? - tento ser formal. Qualquer que sejam suas palavras, não quero levar para o pessoal e emocional.

Assim como Dani disse, temos que separar as coisas, aqui eu sou a Sarah, chefe deles, que as vezes tem que tomar decisões ruins para fazer algo bom.

- Não vou enrolar, quero ir direto ao ponto - ele fala mudando o jeito que ele fala comigo. Me lembrou o gaúcho grosseiro que conheci no trabalho. Bem antes de me apaixonar pelo cara.

- Claro, por favor - digo de forma fria. Sem transparecer a minha preocupação.

- O que foi aquilo na reunião? Como pode fazer isso comigo? - ele fala sério.

Olho para ele e o encaro. Fico sem reação. Será que conseguiremos separar as coisas? Ou essa pode ser a nossa primeira briga de casal?

Continua...

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Beijos, Larissa.

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