Capítulo 19

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Sarah

— Podemos ir? — Philip pergunta assim que nos encontramos fora de casa.

— Sim — digo e em seguida o cumprimento com um abraço rápido.

Ele deposita um beijo rápido na minha bochecha. Estende a mão para que eu vá na frente a caminho do elevador.

Cumprimentamos o porteiro antes de sairmos do prédio. Fomos a pé, já que o restaurante era próximo da nossa casa.

O caminho para o restaurante foi tranquilo e mal conversamos, estava com bastante fome, mas ele não precisa saber o quanto estou com fome agora.

— Ouvi um barulho vindo da sua casa hoje pela manhã, está tudo bem? — ele pergunta quando já estamos chegando no restaurante.

Olho para o chão e tento me lembrar a qual barulho ele estava se referindo.

De repente vem um instalo na cabeça e me recordo muito bem do que ele falava. A Samara gritou quando falei do nosso beijo. Assunto este que não irei tratar com ele.

— Ah, não me lembro — digo mentindo. — Deve ter sido o meu celular ou a televisão. Nada de mais.

Ele assente aceitando a minha desculpa.

Paramos em frente ao mesmo restaurante que encontrei a minha tia na primeira vez que sai para almoçar. Depois desse dia nunca mais vim aqui, e nem tive a chance de provar a comida.

Falando da minha tia, eu nunca mais a vi pela cidade, e agradeço mentalmente por isso. Amo minha tia, mas a insistência dela para que eu volte a falar com meu pai é exageradamente exagerada.

Meus dias aqui irão acabar em breve e nem consigo acreditar que vou embora sem ter visto ninguém da família, além da tia Safira.

Balanço a cabeça como se ao fazer isso, me livrasse desses pensamentos.

Sorri para o homem a minha frente que me encarava com um sorriso lindo.

— Você está ainda mais bonita hoje — ele fala me deixando vermelha. — Já esta com o fim de semana programado? — ele muda de assunto percebendo que estava envergonhada.

— Não — digo ainda vermelha pelo elogio.

— Bem, hoje vamos almoçar juntos e depois fazer um passeio pela cidade, amanhã tenho um almoço na casa da minha irmã, pensei que se você quiser, claro, poderia me acompanhar, tenho certeza que ninguém é contra a mulher que uniu à família.

Sorri boba com o jeito que ele falou.

— Combinado então.

Ele sorri bobo também.

O garçom localiza uma mesa vaga e nos acompanha até a mesma. Philip puxa a cadeira para que eu me sente e em seguida se senta na minha frente.

Fazemos nossos pedidos e ficamos em silêncio aguardando a comida. Mas confesso que esse silêncio está me matando.

— Sei que pode achar entranho o que vou te dizer, mas você lembra no dia que fomos naquele restaurante que fica próximo à casa da minha irmã? — assenti nervosa. Por que ele lembraria disso agora? — A moça que nos deu aquele jantar, ela parecia não parar de te olhar aquela tarde, assim como todos na mesa, nunca tive a chance de perguntar e isso não saiu da minha cabeça.

— Philip... — tento explicar.

— Ela está aqui de novo e não tira os olhos da gente — ele fala e fico imóvel na cadeira.

Não disse? Carma! Só pode ser isso.

Respiro fundo e começo a soar frio.

— Eu tenho que te contar uma coisa — digo para ele.

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