Philip
— O que foi aquilo na reunião? Como pode fazer isso comigo? — digo falando sério.
Ela me olha assustada. Abre e fecha a boca algumas vezes, mas nada sai. Nenhuma voz ou grito.
Depois da noite de ontem, nos vimos logo pela manhã, tomamos o café feito por ela, e eu estou vivo para contar a história. Viemos para o trabalho juntos também, e em nenhum momento ela falou que iria fazer uma reunião com os funcionários hoje, só citou uma reunião com o chefe dela.
Fiquei um pouco surpreso com o teor da conversa na reunião, afinal, estamos indo bem na competição e não precisaria de tantas mudanças radicais.
Mas sei que minha morena tem razão, sei que se ela não falou antes é porque não podia.
Olho para ela agora, ela esta aflita e soando frio.
— Eu entendo que está chateado, mas peço que entenda também que isso é o meu trabalho e eu não tive a chance de te falar antes — ela diz desesperada. Aí percebo que devo ter assustado ela.
— Do que esta falando? — pergunto sem entender. — Estou me referindo ao que disse, que irá ficar até o natal — digo e a vejo soltar todo ar que ela prendia no seu pulmão. — O que acha que estava falando?
— Oh, isso — ela diz aparentemente aliviada. — Achei que estivesse falando das mudanças.
— Amor, sei que foi repentino, mas você tem seus motivos e obrigações. Vou te ajudar no que precisar.
— Obrigada, não sabe como isso é importante para mim.
— Eu sei, por isso estou aqui para o que precisar — digo e a vejo sorrir. É a primeira vez desde que entrei nessa sala. — E sobre a sua estadia...
— Ah sim, claro — ela diz sorrindo. — Vou ficar para o natal, e eles vão anunciar o ganhador ou a ganhadora, que seja eu, no dia 26 na festa ou antes da festa, não entendi muito bem — ela diz empolgada. Nesse momento só estou focando na informação que terei mais dias para aproveitá-la.
— E então, já tem planos para o natal? — pergunto sutilmente, não quero assustar ela.
— Sabe que ainda não — ela diz com ironia. — Talvez vá passar um tempo com a minha família, ver a tia Safira, o meu pai e a Savana.
Não consigo me conter e acabo rindo.
— A senhorita está bem sarcástica para quem não tem planos para as festas de fim de ano.
— Você sabe que eu não tenho e mesmo assim pergunta. Mas vou fazer o que sempre faço, fico em casa tomando um vinho com biscoitos de gengibre enfeitados para o natal. Fico perto da minha árvore cheia de enfeites e luzes piscando, vendo o movimento pelo janela, e ouvindo os vizinhos do prédio comemorando.
— Você está me fazendo ter pena de você com esse discurso — digo e ela ri. — E os seus amigos?
— Eles tem suas próprias tradições, jantamos juntos antes da meia noite e no outro dia vou a casa deles abrir os presentes — ela diz e suspira. — Desculpe, não é isso — ela suspira mais uma vez e senta de forma despojada na sua cadeira. Sento na cadeira a frente da sua mesa. — Esse é o natal da minha família. Jantávamos juntos como quase todas as noites e no outro dia acordávamos cedo, quando todos os vizinhos ainda dormiam. Abria os presentes com uma caneca de chocolate quente e marshmallow, trocávamos os presentes e a mamãe fazia panquecas. Isso sim é natal para mim — ela sorri e seus olhos marejaram.
— Bonita essa tradição — digo gentil. — E a dos seus amigos?
— Eles se reúnem com toda a família e parentes, jantam a ceia meia noite, pelo menos em tese, e ficam juntos até se cansarem. Eles fazem amigo oculto e todos esses jogos que causam discórdia. É divertido, mas muito movimentado para mim. E no outro dia eles não se vem, dormem até tarde e voltam as suas vidas no outro dia. Passei apenas um natal com eles. Os outros sempre inventava uma desculpa qualquer, gosto de ouvir os vizinhos celebrando a data. O natal é muito importante para mim.
— Estou vendo o quanto o natal faz seus olhos brilharem — digo. — Mas então, está decidido. Este ano você vai passar o natal comigo e minha família — eu digo a fazendo rir.
— Não quero incomodar — ela fala sem jeito. — Já estou acostumada as minhas novas tradições, e não me leve a mal, mas passar o natal na casa da Mônica seria como passar o meu aniversário de novo e de novo na cabeça. Lembra que meu pai mora lá.
— Sim, eu sei, mas deixa que cuido dessa parte. Você só tem que dizer que sim.
Ela fica relutante em aceitar a proposta. Nem eu sei o que vou fazer ainda, mas eu faço de tudo para vê-la sorri.
— Está bem — ela fala sorrindo. — Podemos tentar uma vez.
— Não vai se arrepender — digo a ela. — Tenho que voltar ao trabalho, nos vemos em casa.
— Até a saída, viemos juntos — ela diz me lembrando.
Saio da sala logo em seguida. Vou a caminho da minha, mas sou parado no meio do caminho. O Jonathan estava indo até a sala da Sarah, acredito que levar a lista de funcionários que deram deslocados de setores.
— Já acalmou a fera? — Jonathan tira sarro.
— Vê como fala da minha namorada — digo sério. — Mas a culpa não é minha de você ter mais funcionários que trabalho no seu setor.
— Perdeu o medo do perigo? — pergunta ele sério.
Rimos de nós mesmos.
— Escuta, agora que sabe que sua amada estará aqui para o natal. Já pensou em convida-la?
— Verdade, tem isso também — digo me lembrando do tal baile. Agora mais que nunca tenho que ir, é importante para ela que eu esteja lá.
— Não se preocupe que já tenho uma ideia — ele diz sugestivo. — No horário de almoço te explico.
Ele fala e segue o caminho para sala da Sarah.
Volto a minha sala pensando em tudo o que conversei com a morena hoje, e também o que o Jonathan falou. Tenho que fazer um pedido especial, assim como ela. Afinal, ela disse que o natal é importante para ela, então sei que ela irá se lembrar desse dia.
Fico perdido nos meus pensamentos e volto ao trabalho depois de sentir alguns olhares em mim.
Continua...
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Beijos, Larissa.
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Minha CEO
RomanceDa saga "o destino me levou para" vem aí, minha CEO. Sarah acaba de se mudar para a cidade de Porto Alegre, onde a mesma viveu sua vida inteira. Com problemas não resolvidos do passado e concorrendo a uma promoção no trabalho, ela foi para lá para s...