Capítulo 50

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Philip

Depois de termos uma tarde incrível, a Sarah tem um reencontro conturbado com a sua irmã. Não é como se nunca tivessem se visto, ou aquele encontro depois de dias sem se ver. Foi um encontro cheio de amarguras e feridas do passado. Foi um tanto desesperador assistir aquilo.

Mas eu não poderia me intrometer, a Sarah disse palavras duras que talvez não fosse nem o que ela sentia. Mas naquele momento, parecia o certo para ela. Vi nos olhos da sua irmã a tristeza e a dor, ela realmente estava feliz em se encontrar com a Sarah.

Olhando para ela assim, me faz lembrar o quanto tenho sorte de ter a Mônica como irmã, e que eu jamais faria nada para chegar a esse ponto, afinal, irmãos brigam o tempo todo, mas o amor é imensurável.

Sei que para Sarah não é fácil encontrar a irmã depois de tantos anos, e de carregar essa mágoa também. Não é fácil, eu sei. Mas acho que ela deveria dar uma chance para felicidade, se libertar da dor.

Não consigo acreditar que a Sarah não vai ouvi-la nem um pouco.

Depois da Sarah expulsar a garota, pude ver o olhar de pena de todos nossos amigos, e do Tomás, mas não sei a quem esses olhos se referiam, se a Sarah ou a Savana.

Depois de tudo, ela sai a caminho do carro.

- Desculpa gente, vou indo. Nos falamos depois - digo a eles enquanto saio atrás da Sarah.

Ainda no carro, ela escolheu fazer o caminho em silêncio, então não insistir no assunto.

Chegando em casa. Vamos para minha casa, lá preparei um jantar para nós. Ela ficou calada o tempo inteiro e não falou mais nada.

- Amor, venha comer - digo a chamando para se juntar a mesa. Ela não responde. - Sarah! Está me ouvindo?

- Ouvi da primeira vez, só não estou com fome.

- E por que não respondeu? - digo me sentando a mesa. Mesmo quando um de nós não queria comer, sentávamos juntos a mesa. - Não pode comer nem um pouco, por mim?

- Desculpe, estava distraída - ela diz e se levanta do sofá e vem até a mesa. - Posso tentar, mas não sei se vai descer.

Tentei puxar assunto com ela, assuntos banais do dia a dia. Ela falou pouco, mas entendi que ela estava pensativa e precisava de tempo. Então o resto do jantar se fez em silêncio.

- E então, está fazendo quatro meses aqui, e você fez muito pela empresa, e conheceu uma pessoa incrível. Eu! - digo para descontrair. - O que espera dos próximos dois meses?

- Hum - ela diz. - Conheci pessoas incríveis aqui, e gostaria de continuar amiga delas e por isso, sei que tenho muito a fazer ainda, e dois meses é muito pouco.

- E sobre aquela pessoa incrível que te falei - sorri sugestivo.

- Não lembro de ninguém especial - ela se faz de desentendida. - Oh sim, você né?

- Como disse? - finjo que não ouvi, a fazendo gargalhar alto.

- Você é de longe a melhor coisa que me aconteceu aqui, e cada dia que passa meu coração fica mais apertado.

- Eu te amo, não se preocupa que vamos dar um jeito com a distância.

- Te amo também - diz ela me dando um beijo na ponta do nariz. Amava quando ela fazia isso.

Terminamos o jantar e ela me ajudou com a louça. Arrumamos à casa e guardamos a louça em seguida.

- Então... eu queria falar com o que aconteceu - ela diz enquanto senta na bancada. - Me desculpe por ter envolvido vocês na conversa com a minha irmã, eu não tinha essa direito.

- Tudo bem, mas não pareceu uma conversa para quem assistia. Diria que foi uma briga.

- É, podemos chamar assim - ela diz. - Mas não deveria ter envolvido vocês nisso.

- Não, não, ainda bem que eu estava lá - digo e ela me olha atentamente. - Eu vi como é difícil para você.

- É... - ela fala olhando para o nada.

- Mas quer saber - digo chamando sua atenção novamente. - Acho que pode ter sido uma coisa boa.

- Como assim? - ela pergunta e solta uma risada fraca.

- Ela está tentando - digo e ela desvia o olhar do meu. - Acho que se desse uma chance a ela.

- Tá, mas como vou confirmar nela de novo?

- Eu sei, mas não pode deixar isso controlar sua vida.

- Não controla - ela diz simplesmente.

Suspiro percebendo que será uma batalha perdida continuar nesse assunto.

- Eu sei que falando e agindo assim você acha que está punindo sua família, mas quem está saindo perdendo é você - ela me olha com um olhar diferente de antes. Parece está magoada.

- Por que acho que já ouvi isso antes? - ela pergunta e pensa um pouco. - A claro, a tia Safira quando minha irmã traiu a minha confiança e o meu pai me expulsou de casa, mas claro, o problema sou eu - ela fala irônica.

- Eu não disse isso, Sarah - digo tentando acalma-lá.

- Pelo que eu tô vendo você concorda com o que todo mundo fala - ela diz se levantando. - Você acha que eu deveria fingir que nada aconteceu, é isso?

- Não, não, não. Não é isso que eu tô dizendo - digo rapidamente. - Estou... só que, se você falar com ela.

- Mas eu não tenho nada para falar com ela.

- Ah, para com isso - digo ainda calmo. - Você não acha que é difícil para ela também? Quer dizer, você viu como ela ficou. Ela sabe que te machucou, da uma chance para ela.

- Não defenda ela - ela diz zangada.

- Não estou defendendo, eu só me importo com você, você entende? - digo ainda calmo. - Eu só quero te ver feliz.

Ela fica em silêncio por alguns segundos, o que me fez pensar que ela estava pensando sobre o que falei.

- É... - ela diz depois de um tempo. - Eu tenho que fazer umas coisas - ela começa a andar até a porta. - Obrigada pelo jantar.

- Sarah! - grito por ela. - Espera.

- Eu te ligo - ela fala.

- Sarah! Sarah! - chamo algumas vezes, mas ela continua andando - Sar... - tento mais uma vez.

Mas já é tarde, ela sai pela porta sem olhar para trás.

Continua...

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Beijos, Larissa.

Minha CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora