07 | Afrontes No Primeiro Dia

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BRIAN BROOKS
𝟬𝟴 𝗱𝗲 𝗦𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼, 𝗧𝗲𝗿ç𝗮

E finalmente veio aí...

O primeiro dia de aula.

Terror de muitos e motivo de ansiedade para outros.

No meu caso, um pouco dos dois, principalmente porque o meu desse ano seria em um colégio novo, frequentado em sua maioria por pessoas burguesas... coisa que nunca fui.

Estava tenso com essa porra. Não queria que me destratassem só por ser pobre.

Alina me pediu para ficar despreocupado quanto a isso, uma vez que estava pronta para colocar qualquer um no seu devido lugar se esse ousasse me diminuir por conta dessa condição, mas não sei se dava para me sentir totalmente seguro assim.

Mesmo que, no momento o qual ela me fez essa promessa, tenha falado com tamanha convicção e braveza a ponto deu precisar fazer um puta esforço pra não rir, já que na hora pareceu uma Pinscher raivosa, ameaçando os outros para ficarem longe e nunca a encostarem.

Ficou igual na noite do boliche, quando perdeu feio
para mim e depois empatou em uma coisa cujo se considerava muito melhor.

Confesso que cheguei a me diverti naquele dia.

Assim como consegui mudar alguns conceitos precipitados que havia formando sobre ela.

Ainda não me sentia confortável para partilhar sobre minha prisão e continuava a achando um pouco doida, especialmente por conta da história maluca de viver
em rotina sem descanso.

Porém, não a considerava mais TÃO insuportável assim, visto que até fora um pouco agradável passar esses últimos tempos na sua companhia.

Desde quando aceitei sua proposta que, graças a ela, quase não nos separamos. Todo dia tínhamos uma coisa para fazer. Tipo ontem, que fomos ao shopping comprar, com o dinheiro que havia recebido do restaurante, meus materiais do colégio e algumas roupas novas.

Nunca tinha ficado tanto tempo assim na presença de uma garota, achava chato e sufocante, por esse motivo nunca tive uma namorada. Entretanto, concordava que isso era necessário em prol da nossa afinidade para o musical, e como estava disposto a fazer tudo para que
no fim as coisas dessem certo, não podia ir contra ou sequer pensar em reclamar dessa situação.

— Cara... mal posso esperar pra quando a gente começar a desfilar pela cidade com esse carro cheinho de garotas — Tyson comentou animado no instante que parei o Camaro em uma das vagas do estacionamento
do colégio.

Revirei os olhos para ele e respondi simplesmente um "pode esquecer", porque não mesmo que o meu carro iria servir como uma espécie de motel móvel, principalmente para esse puto que não sabia aquietar o facho nunca.

O processo de restauração do Camaro estava quase
no fim. Ainda precisava de umas revisões, no motor em especial, mas já dava para usá-lo de maneira moderada.

As horas que não era obrigado a passar com Alina, eu utilizava para terminar o conserto nele... sob pressão, já que Tyson, o folgado, ficava enchendo o meu saco para concluir o trabalho na sua "condução" o mais rápido possível.

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