19 | Alina Faz 18

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BRIAN BROOKS
𝟮𝟵 𝗱𝗲 𝗡𝗼𝘃𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼, 𝗗𝗼𝗺𝗶𝗻𝗴𝗼

— Tem certeza de que quer fazer isso? Porque não sei se é uma boa ideia... — o Simon me perguntou receoso enquanto eu terminava de guardar, com cuidado, a vasilha que continha o cupcake da Alina. — Ela não é de deixar nem eu, que a conheço desde pequeno, ir na cobertura nesse dia. A última vez que tentei, ela ficou sem falar comigo por semanas, alegando que eu era insensível por não respeitar o seu momento e pedido.

"Vocês já estão meio estranhos... com mais essa, acho que as coisas podem ficar piores."

Ele tentou me alertar ao se levantar da minha cama e se aproximar de mim, que me encontrava parado perto da janela do quarto, fechando a mochila já ajeitada.

— Não vão, não! — garanti. — Tenho a desculpa perfeita — terminei de dizer, indo até o guarda-roupa pegar uma camiseta e bermuda para me trocar no banheiro.

Por conta de uma reforma que estava acontecendo na igreja que eles congregavam, os pais do Victor não puderam viajar para lá esse sábado, o que resultou no Simon não conseguindo ir para Phoenix ficar com o seu namorado. Como a Alina, segundo o próprio, não estava recebendo ninguém hoje e ele não tinha nada para fazer na sua casa, decidiu vir passar o dia com a tia e o primo, a fim de não ficar sozinho, já que a Scarlett sempre saía com seus amigos nos finais de semana.

Quando ele chegou, me encontrou já terminando de aprontar as coisas para ir até à torre.

Sem saber, perguntou aonde eu ia e se poderia vir junto, mas, na hora que contei qual era o destino, retesou e tentou me avisar que talvez não fosse uma coisa boa a se fazer, considerando o motivo triste por trás.

Através da Mai, descobri que hoje era o aniversário de dezoito anos da Alina, porém, diferente do que pensei, dela fazer uma mega festa para celebrar, também fiquei sabendo que isso não aconteceria, uma vez que ela detestava esse tipo de comemoração para si mesma e preferia passar o dia sozinha.

Por isso a hesitação do Simon, porque provavelmente ela não me receberia na sua casa e, pior, talvez ficasse brava com a minha aparição...

Só que, mesmo com essa possibilidade, ainda estava disposto a arriscar. Não conseguiria ficar tranquilo se ao menos não tentasse. Desde aquele dia no refeitório, onde precisei a deixar para ir sentar com os caras do time, que pensar nela sozinha, fazendo qualquer coisa que fosse, me incomodava. Ainda não descobrira a razão disso, apenas sabia que sentia uma espécie de agonia no peito ao imagina-la sem ninguém ao redor.

Portanto, eu iria até ela... nem que precisasse fingir ser garçom daquele restaurante de novo.

Desde quando a Mai me contou sobre o aniversário, que vinha pensando nisso. Foi no último treino que ela sem querer deixou escapar a data.

Estávamos combinando de ir fazer algo entre amigos, jogar boliche por exemplo, para relaxar depois de dias puxados por conta das campanhas a presidência do Grêmio, quando ela soltou que certamente a Alina não apareceria, pois, não ousava sair de casa e nem falar com ninguém no dia em que ficava um ano mais velha.

Tentei saber o porquê, mas ela, assim como o Simon e o meu pai, não quiseram me responder. Disseram que era um assunto particular da doida, e se ela ainda não havia se sentido cômoda para me contar, eles não tinham o direito de fazer.

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