11 | Visita Inesperada

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BRIAN BROOKS
𝟬𝟰 𝗱𝗲 𝗢𝘂𝘁𝘂𝗯𝗿𝗼, 𝗗𝗼𝗺𝗶𝗻𝗴𝗼

Tinha acabado de instalar o aplicativo da babá eletrônica no celular da Marian, quando a campainha de casa tocou, anunciando que o meu melhor amigo havia chegado. Marcamos de praticar uns arremessos aqui na rua, visto que os testes para entrar nos Red Scorpions já estavam quase chegando, mais precisamente: faltavam apenas dez dias.

Durante essa semana toda – menos na quinta, por conta do pós-festa fodido – havíamos treinado duro para conseguirmos a vaga que tanto queríamos no time, só que, estávamos deixando para fazer isso no campo da mansão do padrasto do Tyson, cujo era um lugar muito mais apropriado do que na rua.

Porém, como era o primeiro final de semana do mês, e o meu pai sempre deixava para ir ao mercado fazer as compras mensais nesse período, tivemos que combinar de treinar na frente de casa, uma vez que não poderia deixar a Marian sozinha com o meu irmão.

Desde que o Benjamim nascera, estávamos nesse revezamento de tempo para ficarmos com ele e a sua mãe, a fim de evitar que ela se sobrecarregasse, fisicamente e emocionalmente, ao fazer tudo sozinha.

A Alina, por solidariedade, afrouxou um pouco os horários da nossa rotina e mexeu uns pauzinhos para o meu pai trabalhar somente meio turno, pelo menos durante os cem primeiros dias de vida do bebê, que era justamente o período de conhecimento, adaptação e experiência.

Eu nunca imaginei como seria ter um irmão, já que a minha mãe vivia pedindo para Deus livra-la de gerar outro filho por não ter boas condições de criá-lo. Nenhuma ideia, nem mínima, passara na minha cabeça antes do Ben nascer, por isso eu não tinha noção de quão especial poderia ser.

O moleque só possuía seis dias de vida, e apenas chorava, mamava, sujava a fralda e dormia, porém, eu já estava completamente rendido nele e já sentia que poderia fazer qualquer coisa para garantir sua segurança, e me certificar de que ele tivesse toda atenção e carinho merecido.

Lógico que também tinha muita ansiedade, medo e dúvidas sobre como agir ou o que fazer em certos momentos, além de bater uma certa preocupação por idealizar como as coisas seriam puxadas no futuro, só que, nenhum desses sentimentos conseguiam ser maior que o afeto, o qual crescia no meu peito a cada dia. Então, apesar de tê-los, nenhum deles me paralisaria ao ponto de não querer participar e ajudar de toda forma possível no crescimento e conquista lenta da independência do meu maninho.

— É o Tyson — informei a Marian quando devolvi seu celular — A gente vai treinar uns arremessos aqui na frente para os testes do time — ela assentiu concordando. — Se precisar de qualquer coisa é só me chamar.

— Tudo bem, querido — ela me sorriu calmamente e depois voltou com a atenção para o carrinho, onde o Ben se encontrava dormindo.

Ao sair de casa, nem sequer consegui cumprimentar o meu amigo direito antes de receber uma bolada bem na caixa dos peitos. Segurei a bola por puro instinto, mas ainda sim, tomei um puta susto por conta daquela ação.

— Bom dia, porra! — gritei enfezado para o folgado, que já estava do outro lado da calçada, esperando que eu devolvesse sua bola profissional.

Bom dia nada, joga logo! — mandou enquanto dava uns pulos para esquentar o sangue. — Não podemos perder tempo, já basta quinta-feira... Temos que compensar.

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