34 | Pré-Admissões

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BRIAN BROOKS
𝟯𝟬 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗿ç𝗼, 𝗧𝗲𝗿ç𝗮

Sempre tive preferência por dormir sozinho.

Isso de dividir espaço no colchão, independente dele ser enorme, de ter a coberta roubada no meio da noite ou de ter braços e pernas me prendendo durante o sono, nunca foi algo positivo dentro da minha concepção, pelo contrário, me incomodava demais.

Tirando de uns tempos para cá, foram poucas às vezes em que descansei ao lado de uma garota depois de uma foda. Justamente por não gostar, evitava fazer, para que no outro dia não acordasse de mau-humor e acabasse destratando-as, agindo feito idiota.

Dormir acompanhado jamais se encaixou como algo bom e aceitável para mim..., mas isso, porque antes, eu nunca estive tão apaixonado por alguém.

Agora, sendo cachorrinho de uma certa doida, não havia melhor maneira de adormecer e acordar do que com ela ao meu lado, colocada ou até em cima em mim.

Desde que aquela patifaria com o Royce aconteceu que não via logo a hora de poder voltar a ficar assim com ela: deitados juntos, jogando conversa fora e vendo as horas passarem como se nada mais importasse, a não ser nós. Depois da reviravolta na semifinal, estávamos que não desgrudávamos mais, fazendo sexo igual a coelhos para aplacar a saudade, afinal foram mais de um mês longe, e ficando na companhia um do outro pelo resto do dia, seja na escola, no ensaio, na minha casa ou aqui na sua cobertura.

Tudo tinha voltado ao normal.

E eu não poderia estar mais feliz por isso.

Ao ouvir o despertador do celular tocar, parei de divagar sobre o quanto era bom ter a minha doida de volta aos meus braços, e me mexi na cama para acordá-la.

Ontem, como de praxe, fizemos um amorzinho bem do gostoso antes de dormir, e na maioria das vezes que isso acontecia ela ficava ruim de acordar no outro dia, por ter gastado todas as suas energias na hora da foda. Então eu, por em geral despertar primeiro, que precisava acordar a bonita, antes que acabasse perdendo o horário para o colégio.

Com a cabeça dela deitada no meu peito, afastei devagar alguns fios que cobriam a sua testa e comecei a dar uns beijinhos de leve, para que acordasse sem susto.

— Bom dia, linda — a cumprimentei, entre os beijos que ainda dava na sua têmpora, no momento que ela começou a se mexer lentamente.

— Bom dia... — me respondeu sonolenta, e se aconchegando mais ainda.

— Precisamos levantar — informei, fazendo carinho nas suas costas nuas.

A réplica manhosa que eu recebi me fez rir, assim como nos dias anteriores, porque já estava virado um costume dela.

— Não precisamos, não! Podemos filar aula hoje... não tem nada de importante.

Todo manhã ela vinha com essa história e todo manhã eu precisava lembrá-la que havia, sim, algo significativo no colégio, por isso não podíamos faltar.

— Como não? Tem ensaio... e é hoje que vão começar a entregar as cartas das universidades, lembra? Você precisa ir, para pegar a sua.

— Poxa... — ela resmungou, arrancando mais uma risada de mim, e depois de uns segundos, começou a se mover para me soltar.

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