Nossos Sonhos

28 | Trégua

ALINA HAMILTON
𝟮𝟵 𝗱𝗲 𝗝𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼, 𝗦𝗲𝘅𝘁𝗮

Eu sabia que o Royce havia sido um dos responsáveis por alguns problemas emocionais que acabei desenvolvendo ao longo do tempo, com toda sua toxicidade era impossível de não ser, agora...

Não fazia a menor ideia do quão grande fora a sua participação nisso.

Depois do último jogo dos Red Scorpions, o qual só pude assistir por ir escondida no ônibus do time, o Brian e eu sentamos para conversar sobre as ameaças do Royce feitas contra ele. Quando o Tyson me mandou o áudio, eu ainda estava escondida no banheiro do veículo, logo, não pude escutar para não chamar a atenção de alguns jogadores que já estavam ali.

Mas, no momento que ele e o quarterback apareceram, me permitindo ir sentar com os mesmos, nós falamos sobre o ocorrido através de mensagens no celular.

Fiquei tão indignada com a audácia daquele bastardo que nem consegui comemorar direito com o Brian a vitória em cima dos Sidewinders. Ele tentou me fazer esquecer, já que estávamos em vantagem com o áudio e o nosso sexo era algo digno de total atenção, diferente do Royce, no entanto, nem assim fui capaz de relaxar e desanuviar a mente com o novo problema que havia surgido.

Cara, o Royce era tão obcecado por mim que ele se sentiu no direito de sabotar qualquer envolvimento que eu imaginasse ter com outro garoto além dele.

Foi ele o culpado por colocar na cabeça do Percy merdas ao meu respeito. E olhe que essa situação com o garçom foi antes da gente começar oficialmente a namorar, quer dizer... ele vivia fazendo isso desde o começo, desde quando a gente se conheceu.

Que ódio!

Se essa possível rejeição de garotos fosse uma questão que me afetasse de fato, o meu psicológico estaria mais ferrado do que já estava.

Vontade de esganar aquele crápula...

E pelo visto, ele não tinha se limitado a tentar estragar apenas relacionamentos meus com outros caras, parecia que isso se aplicava a garotas também, pois, de acordo com o que soube do Brian, após ele revelar que estava tentando por um fim na nossa rivalidade, o Royce fora também o grande causador da minha estranheza de anos com a dona abelha.

O aniversário dela estava se aproximando – era amanhã no caso, mas essa situação aconteceu na quarta-feira – e a mesma sentiu vontade de convidar o quarterback, que de imediato recusou o convite, mas, depois pensou em aceitar, com o combinado de que a líder de torcida revelasse o que ele tanto tinha interesse em saber. A Crystal terminou concordando com o tal trato... desde que eles voltassem a se falar normalmente, esquecendo as coisas baixas que ela tinha feito com o Simon.

Por hora o moreno acatou essa condição, e foi daí então que a Zyrus resolveu enfim soltar o verbo sobre toda a nossa história.

— Eu não acredito nisso... — soltei depois do Brian me contar tudo o que descobriu. — Não acredito que ele disse essas coisas podres em meu nome, e pior, que ela acreditou! Como assim?

— Acho que você precisa dar um desconto. Na época ela era a fim do cara, óbvio que não iria raciocinar que toda nojeira partiu dele. E eles eram amigos a mais tempo do que ela te conhecia, então era mais fácil acreditar que foi você quem disse tudo aquilo.