25 | Nem Tudo Está Perdido

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BRIAN BROOKS
𝟬𝟱 𝗱𝗲 𝗝𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼, 𝗧𝗲𝗿ç𝗮

Estava me sentindo bem! De um jeito que há muito não ficava. E tudo tinha a ver com uma criatura pequena e doida, a qual se encontrava agora sobre mim, tentando me sufocar – no bom sentido – com seus beijos.

— Alina... — tentei repreendê-la e tirá-la de cima para que parasse de usar sua boca no meu rosto e pescoço. — A gente vai se atrasar!

— Qual é?! Hoje é só entrega das provas e das notas do trimestre. Não tem mais nada de muito importante. Os professores podem nos entregar isso depois... E a minha terapia é só às nove, o que significa que ainda temos duas horas para aproveitar — continuou na sua tentativa de me encher de beijo, e eu por não consegui me controlar acabei dando risada desse seu gesto.

Quem diria que seria ela, a doida das rotinas, a querer me fazer matar aula para ficar em casa só fodendo.

Desde a nossa primeira vez no resort que ela vinha se mostrando insaciável, e agora que decidimos manter uma certa amizade com benefícios até o fim do ano letivo, não queria mais desperdiçar nenhum minuto.

Preciso confessar – mas que fique claro que não se trata de uma reclamação – que estávamos agindo feito coelhos nesses últimos dias, sem nos desgrudamos por um instante sequer. As únicas pausas que dávamos, tirando as paradas entre as fodas, era para comer e tomar banho, nem no celular chegamos a encostar. Tudo para matar a seca de meses da Alina, segundo tinha me contado, e para matar minha vontade dela, que vinha perdurando desde agosto do ano passado, mesmo com o seu fora e mesmo com o meu envolvimento com a Crystal.

Não sabia dizer o que estava acontecendo com as nossas energias para sustentar tanto sexo assim, mas de algum jeito estávamos conseguindo fazer durar. E decidimos que seria dessa maneira até o final de maio pelo menos, cujo seria quando nos separaríamos para enfim seguir rumos diferentes.

Quer dizer, eu ainda tinha em mente a Universidade do Arizona na cidade de Tucson, mas ela... havia desistido completamente de Nova Iorque.

Tentei fazê-la mudar de ideia de todas as formas, até citei a perseverança da Aurora para que servisse de estímulo e continuasse tentando, mas nem isso funcionou. Ela já tinha fixado na cabeça esse pensamento de renúncia, e acredito que nada do que eu falasse seria capaz de estabelecer uma chama de persistência nela.

Esperava que o tratamento psicológico a ajudasse nesse aspecto, porque seria muito triste ver seu trabalho duro de anos ir para o ralo desse jeito, somente por conta de um momento ruim.

Aliás, tratamento esse que ela iniciaria adequadamente hoje, por isso não iria para escola comigo. Decidiu marcar para essa manhã devido ao fato de não querer pisar no colégio ainda, queria que eu fosse primeiro para saber como estariam os ânimos das pessoas em relação a ela e ao que havia acontecido naquele dia no auditório. Estava com receio de ter que encarar todo mundo, onde certamente zombariam dela pelo mal teste.

Além de: também não estar pronta para aceitar o quesito de não fazer mais parte do musical, por ter perdido o papel da Maria.

Em uma das nossas paradas entre-fodas, ela chegou a me contar que deixaria a presidência do clube de teatro e pararia de frequentar as aulas. Continuaria bancando tudo pelos bastidores, por não ser mesquinha nesse nível e pelo Simon ainda estar na corrida para a bolsa, mas permanecer no clube e participar dos ensaios para o show apenas como apoio, não iria fazer, porque era muito doloroso e ela até então não sabia se podia lidar com aquilo.

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