ALINA HAMILTON
𝟯𝟬 𝗱𝗲 𝗦𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼, 𝗤𝘂𝗮𝗿𝘁𝗮Desde o beijo encenado que demos na penúltima aula de teatro, no exercício sobre Improvisos, o Brian vinha agindo de um jeito meio estranho comigo. Não sabia se era coisa da minha cabeça, ou se como a boa emocionada que era, já estava vendo coisas onde não tinha, mas, sei lá... o tratamento dele com a minha pessoa parecia diferente.
Isso mesmo depois deu ter evidenciado que apenas aceitei dar o beijo, por motivos de ter que honrar o meu título de ótima atriz.
Não tinha nenhum interesse carnal por trás.
O Simon havia me desafiado, pensando que não iria aceitar, assim como a Emmy ao me dar o papel de uma cadela para interpretar, porém, calei a boca dos dois ao atuar otimamente como só uma profissional competente faria.
Não que o Brian não fosse extremamente beijável, muito pelo contrário, sua boca era bem gostosa, e o gosto mentolado dela também. A questão era que não queria de jeito nenhum estragar o avanço que tivemos até aqui, enfiando essas coisas no meio. Já havia feito isso antes e tinha certeza que era o pior caminho a se seguir. Sentimentos misturados e confusos, ciúmes que não deveria ser sentido, atrasos nos ensaios por conta de DR's, enfim, um caos... o qual eu tinha por obrigação evitar a todo custo que se repetisse.
Por esse motivo, o Brian e eu precisávamos ser somente amigos.
Apenas!
Uma das razões pelas quais julgava uma certa mudança da sua parte, era o fato dele estar insistindo, desde quando fomos convidados no início da aula de Biologia, para que eu fosse com ele até a festa de boas-vindas que um dos alunos do último ano sempre organizava. Festa essa, que eu fui chamada apenas por educação, já que estava com o bonito na hora que o anfitrião foi lhe convidar. Daí né, para provavelmente não ficar mal com o futuro QB do colégio, ele decidiu estender o convite para mim.
Coisa que nunca fizera antes. E acho que nem precisava explicar o porquê...
O caso era que na minha cabeça, não existiam motivos bons e coerentes o suficiente para o Brian querer a minha presença lá. Fiz questão de esclarecer que não sabia ser uma pessoa extrovertida em festas: eu não bebia, não conseguia dançar certas músicas na frente de outras pessoas, não interagia com praticamente ninguém, visto que a maioria presente me odiava; ou seja, era um tédio e perda de tempo total. E outra, lá estariam o Tyson, a Mai e a Crystal...
Ele não precisaria de mim para nada.
Era melhor ficar em casa, organizando como seria os figurinos e a montagem dos cenários do musical.
Sabia que a Sra. Debra havia pedido para deixarmos para fazer isso depois das audições, mas eu me recusava. Não conseguiria ficar parada, esperando por quase três meses, para dar início aos preparativos do show. Ainda mais por saber que essas audições eram um total desperdício, visto que os resultados já eram óbvios.
Tudo seria igual ao que já estava planejado, então eu não teria motivos para ficar protelando com a organização, sendo que ela precisaria ser mais que perfeita. Isso requeria tempo e perder quase noventa dias, seria muito prejuízo.
— Pode parar de insistir. Eu não vou! Já disse — falei para o Brian, enquanto fechava o meu armário após guardar o livro de biologia nele.
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Nossos Sonhos
RomancePara realizar seu sonho de estudar Música em uma das melhores instituições universitárias de artes performáticas do mundo, Alina Hamilton, de dezessete anos, está disposta a tudo. Até, de inclusive, quitar dívidas médicas da mãe de um cara parcialme...