38 | Baile Em Chromatica

26 10 23
                                    

BRIAN BROOKS
𝟬𝟳 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗶𝗼, 𝗦𝗲𝘅𝘁𝗮

Nem mesmo a adrenalina que estava sentindo me impediu de começar a chorar feito criança quando
a nossa vitória foi anunciada em todo o estádio.

Senti uma fisgada no peito como se fosse explodir de felicidade e satisfação. Mas, estranhamente, não parecia ser só pela partida vencida, e sim, por outra coisa boa que também havia acontecido naquele momento.

Na hora não consegui imaginar o quê, porém, de jeito nenhum pude ignorar aquela sensação.

Minha visão embaçou bastante com as lágrimas que nem consegui reconhecer meus parceiros de time quando se aproximaram de mim, ainda na endzone, para comemorar o recém-título adquirido.

Fui erguido no ar pelo Tyson e o Frederick enquanto os outros garotos começaram a gritar coisas embaralhadas demais para entender.

As únicas coisas que se tornaram um pouco audíveis foram o meu nome, o qual eles passaram a bradar com fervor – até o Xander e suas sombras – e um grito de triunfo sobre termos vencido uma guerra.

E, realmente, fazia sentido. Aquela foi uma guerra vencida. Mas não que os inimigos fossem os Panthers ou qualquer outro adversário que encaramos ao longo da temporada.

Observando tudo o que fizemos, sentimos e falamos até aqui, nossos inimigos foram: nós mesmos.

Desde o começo existiam diferenças idiotas entre alguns jogadores. E o treinador, com seu comportamento mega desrespeitoso com o time inteiro em si, também foi um dos problemas que poderia ter nos impedido de chegar até aqui. Soubemos superar, no entanto, e no fim saímos campeões, mostrando que quando se quer, dá, sim, para sobrelevar as desavenças e fazer um ótimo trabalho em equipe.

Eles ainda permaneceram amontoados quando comecei a me afastar – depois de ter sido posto no chão – para ir ao encontro do Coulson, que me gritou bem eufórico, parecendo querer falar algo de muita importância.

— Vencemos, garoto! Vencemos! Ótimo trabalho — ele me cumprimentou com um abraço estranho assim que me aproximei, após falar com o resto da equipe técnica que também estava ali.

Raríssimas foram às vezes em que notei um sorriso no rosto desse homem. Mas também, quem poderia julgar? Essa era mais uma vitória para o seu currículo impecável, não tinha como não ultrapassar os limites da satisfação.

— Obrigado, treinador — o respondi, retribuindo o abraço sem jeito, coisa que nunca imaginei fazer.

— Preciso que conheça alguém — ele me disse direto,
se virando para chamar a tal pessoa.

Senti o meu estômago embrulhar, os braços, dentro do equipamento, arrepiarem e o coração acelerar, quando reconheci de quem se tratava.

Brian, esse é o Jedd Fisch, da Universidade do Arizona.

O esforço para não arregalar os olhos foi totalmente em vão. Na minha frente agora estava o cara que mais queria conhecer, desde que coloquei como meta na cabeça os Wildcats.

Puta merda, caralho!

Esse homem tinha o poder de decidir o meu futuro e realizar o sonho do meu pai, não dava para fingir costume e tentar disfarçar o nervosismo.

Nossos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora