Capítulo 7

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Lemont passou a manhã tentando convencer Paul a acompanhá-lo em um jogo que foi convidado pelo jornal. Os dois tinham uma coisa em comum: Lemont queria levar o irmão para fugir do tédio que seria falar com os homens e rir em cada piada sem graça e Paul não queria ir pelo tédio que seria falar com os homens e rir em cada piada sem graça. Mas, infelizmente, para o Paul, ele odiava mais o Lemont parecendo um papagaio repetindo o convite do que odiava participar de eventos sociais.

— Está bem, eu vou. — afirmou o mais velho — Só pare de me importunar com isso.

— Sabe que te amo e aprecio a sua companhia. — caçoou Lemont.

— Não morreria se me amasse menos. — Paul fechou o livro que estava em seu colo. — Vou me aprontar.

— Estarei esperando, querido irmão — Lemont piscou um dos olhos, zombando ainda mais da bondade de um coração mole.

Gregório ficou feliz em saber que os rapazes estavam indo jogar. Temeu que eles desistissem do jogo após a falta da presença de Francis. Antes jogavam quase toda a tarde com a irmã, mas durantes os meses que a irmã estava fora, os irmãos passavam a tarde em casa lendo ou nas boêmias da vida - era o caso de Lemont.

— Há tempos que não jogam. — disse ele ao ver os irmãos descendo as escadas com os tacos em mãos.

— De fato — Lemont entrou na carruagem. — , mas não quero ficar parado e dar mais chances da minha irmã me deixar para trás no esporte.

Paul olhou para o campo, lembrando-se das tardes que passavam rindo com os dois perdendo terrivelmente contra a irmã.

— Será bom jogar um pouco. — admitiu, sorrindo em meio às lembranças.

Chegaram no local e o cheiro de charuto percorria os ares do lago. Nem mesmo a harmoniosa concentração de árvores altas formando sombras frescas animaram os jovens ao ver a quantidade de calças reunidas.

— Há tempos não passamos pelo lago da cidade. — comentou Paul

— Fale por você — Lemont lembrou de momentos específicos e companhias que trouxe para o lago e sorriu.

Paul entendeu o sorriso malicioso do irmão.

— Oh, por Deus. — revirou as órbitas dos olhos. — Você não consegue ter um único pensamento sem ser impróprio!?

— Quem disse que foi impróprio? — ele bateu as costas da mão direita no peito do irmão. — Diga-me o que há de impróprio em admirar a mais bela criação de Deus?

Ele soltou o ar quente de suas narinas como resposta para o irmão mais novo. Mas, não podia perder a oportunidade, sendo o irmão mais velho de Lemont.

— Não haverá nenhum marido com quem você já brigou, certo? — levantou o queixo, convencido de sua provocação. — Se um deles vier tirar satisfação com você, deixarei ao léu.

Lemont umedeceu os lábios, sorrindo ironicamente para o irmão.

Paul contou, em um total de dez vezes, o nome Mentis fora pronunciado durante o evento desde o momento que chegaram. Ele e o irmão caminhavam de um lado para o outro, sorrindo educadamente e gastando todas as fichas de boa educação dada pela mãe em uma única manhã.

— O nosso nome deve ter um gosto doce. — brincou Lemont.

— Devo admitir ser um tom bom de pronunciar. — Paul seguiu com a brincadeira.

— Lemont Mentis!

O jovem virou-se na direção que era chamado, encontrando com o casal dono das padarias que forneciam as melhores rosquinhas para o jornal.

Por Todas as Palavras Não Ditas - Série Amores Em Ouro Verde: Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora