Capítulo 8

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O policial chegou com um copo de água para Amélia, a jovem segurou o copo com as mãos trêmulas, sentindo cada fibra do seu ser desmanchando com a súbita ideia de perder sua irmã. Juliet explicou tudo para o delegado. Descrevendo a aparência da pequena Mary para que pudesse iniciar as buscas.

— Faremos o possível, senhoritas — garantiu o delegado — Iniciaremos a busca e... — Olhou para o papel com as informações dadas pela dama de vestido branco. — , assim que encontrarmos algo, iremos até a pensão para avisá-las.

— Podemos fazer mais alguma coisa? — Perguntou Juliet, que sustentava Amélia pelos ombros.

— Podem olhar pelos cantos que a criança mais frequentava.

— Elas são novas na cidade, a pequena mal sabe o caminho da pensão — retrucou a Bernot.

— Aconselhamos que vão para casa, ela pode retornar. Seria bom ter alguém em casa, esperando-a. — O policial tentava mostrar calma, sorrindo simpático, mas com apreensão em seu olhar, sumiço de crianças não era bem algo que a polícia daquela pequena cidade estava acostumados.

Juliet consentiu e levou Amélia de volta para a carruagem. As pernas da Bernot tremiam como geleia, ela nunca se sentiu tão indefesa como agora. Deixou a carruagem dos Collins correndo para procurar a irmã, sem se importar de dar qualquer satisfação para o homem que foi mandado por Petúnia.

Juliet tentava se manter firme, mas o medo também a abalava. Fizeram tudo que podiam, falaram com os policiais, passaram pela praça, na frente da casa dos Collins, mas não encontraram nada.

Mas era o suficiente? Ela ia voltar para casa com Amélia e esperar, rezando por boas notícias? Não, ela não podia ficar parada. Precisava fazer algo, mas não sabia com quem contar. Não era a pessoa mais sociável da cidade para buscar ajuda com outras pessoas. Entretendo, felizmente, ela conhecia a melhor família, pessoas que ela sabe que moveriam cada pedra desta cidade para ajudar alguém: Os Mentis.

— Nós vamos procurar ela. — A Romenik segurou a mão de Amélia, enquanto os balanços da carruagem os levava para a residência Mentis. Estranhando os portões abertos, mas que facilitou a entrada delas — Espere aqui. — pediu ela ao descer da carruagem.

Amélia fechou o punho, tentando forçar-se a parar de tremer. Precisava ficar firme para achar a irmã.

Como ela, sendo a irmã mais velha, pensou que aquela era a melhor decisão? Se Mary preferiu fugir a voltar para a casa dos Collins. Como ela pôde escolher tão facilmente voltar para a casa que deixava sua irmã tão infeliz?

Juliet enroscou um polegar no outro e bateu à porta da residência dos Mentis, mas pareceu mais esmurro desesperado do que uma batida.

Morgali parou de secar Mary com a toalha. Paul levantou da poltrona para atender a porta. Juliet entrou assim que a porta abriu, tomada pelo desespero, surpreendendo o jovem Mentis que nunca a vira perder a postura antes.

— Perdão pela intromissão. Eu sei que não tenho nenhum direito de voltar aqui e fazer um pedido depois de sumir por tanto tempo e não estar mais presente na família, mas eu preciso de ajuda. Uma moça e sua irmã, pequena, se hospedaram em minha pensão, mas a menina acabou fugindo. — ela sentiu a falta de ar com tanta rapidez que falava, mas não parou de falar. — Já fomos na polícia, mas eu peço de todo o coração que me ajudem a procurá-la.

Paul recebeu toda a informação com espanto. Lemont desceu as escadas com um sorriso frouxo ao ver o desespero do irmão que não sabia se entregava água para Juliet ou aquietava logo o coração da jovem.

— Juliet. — Paul finalmente falou, apontando para a sala.

Juliet caminhou até a sala, respirando fundo ao despejar tanta informação de uma só vez. Encontrou Mary e Morgali sentados no sofá, como se nada tivesse acontecido, segurando um pedaço de bolo, a pequena abriu um sorriso e disse:

Por Todas as Palavras Não Ditas - Série Amores Em Ouro Verde: Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora