O segundo dia do torneio iniciou ensolarado. Os homens ainda reclamavam do dia anterior. Culpando os céus por interferir em cada tacada não lançada. A grama estava seca, mas algumas gotas de água ainda escorriam pelas folhas das árvores, pingando na cabeça das crianças que rodavam ao redor da grande árvore para brincar.
Amélia jogava com Mary e algumas crianças, virou professora profissional de pequenas miniaturas de seres que a fizeram ensinar como se jogava. Ela viu Paul chegando com a família, seus lábios tremeram, mas voltou à sua atenção para as crianças quando Mary puxou o tecido do seu tecido para alertá-la que estava com a cabeça nas nuvens...em nuvens turbulentas.
Paul jogou o corpo na cadeira sentando à mesa. Com o rosto apoiado na palma da mão, pegou dois copos de bebida do primeiro garçom que passou. Tomando o primeiro em um único gole, enquanto fitava o outro que segurava com a mão esquerda.
Morgali nunca viu o filho tão triste. Ele ficou em silêncio durante o jantar do dia anterior, subiu para o quarto sem se despedir. Não era de seu feitio. Ela puxou Lemont para o canto da casa quando terminaram o jantar, perguntou para o filho o que acontecera, mas nem mesmo o irmão de Paul sabia a resposta. Desconfiava, mas não tinha certeza.
E Morgali, como a mãe que respeita a privacidade dos filhos, e orgulha-se, mais que qualquer coisa, da liberdade que os filhos sentem ao contar-lhe dos seus problemas, ela decidiu esperar até Paul procurá-la para desabafar. Mas ver o filho com um olhar tão triste apertava seu coração. Sentia-se indefesa e frágil, querendo-os proteger das tristezas do mundo, mesmo sabendo que criou os filhos para esse mesmo mundo.
Lemont sentou à mesa com a mãe e o irmão. Ajeitou a gola de sua camisa branca e tomou da mão do irmão o copo de bebida que o pobre Paul rodava de um lado para o outro.
— Vai beber? — perguntou sua mãe.
— Não estou a trabalho hoje. — Ele sorriu, mas não foi para a mãe, foi para uma dama que passou atrás de Morgali.
— Ah, Juliet! — Morgali levantou-se da cadeira, correndo para receber Juliet, Victória e Rita.
Lemont olhou para o irmão, apoiando o lado direito do queixo na palma da sua mão.
— Vai ficar assim o ano inteiro? — perguntou o jovem.
Paul encarou o irmão e franziu o cenho.
— Sabe que a mamãe fica preocupada. — Lemont abaixou a mão, descansando-a na mesa.
— Não quero preocupá-la. — Paul recostou-se na cadeira, cruzando os braços.
— O que houve, irmão?
— Você não entenderia.
— Não subestime seus conhecimentos de vida — Ele espetou o nariz no ar.
— Já teve seu coração partido? — Paul descruzou os braços, inclinando-se na mesa para ouvir a resposta do irmão.
— Não.
— Então, não entenderia.
— É a Amélia?
Ele fez que sim com a cabeça.
— Ela realmente não quer pensar em um relacionamento novo? — continuou ele, com novas perguntas.
E Paul balançou a cabeça novamente.
— Não a culpo, suponho que também não iria querer confiar em homens depois de um Collins.
— Obrigado pelo seu conselho — Paul enterrou as mãos em seu cabelo. — Sinto que tudo fez mais sentido agora.
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Por Todas as Palavras Não Ditas - Série Amores Em Ouro Verde: Livro 2
RomanceA cidade de Ouro Verde sofreu algumas mudanças com a saída do casal recém-formado entre uma Mentis e um Pimon. Sem tempo para sentir saudade, os ventos trouxeram novos planos para os moradores da cidade, com as mudanças das estações de mais um ano e...