Capítulo 10

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Amélia sentiu uma estranha falta de ar. Mary correu para trás da irmã, cobrindo seu rosto com o tecido fino branco do vestido que Amélia usava. Paul ficou de pé, caminhou até a janela do escritório e viu, claramente, Richard Collins e um rapaz que ele não conhecia, subindo as escadas e batendo à porta da casa. Ele respirou fundo, sabia que isso aconteceria, mas seu sangue ainda fervia quando se tratava dos Collins. O mesmo para Lemont, que não era um rapaz que buscava briga, mas isso mudava quando se tratava dos Collins.

Paul notou a estranha reação de Amélia.

— Fique aqui com sua irmã. — pediu ele.

— Mas... — Ela conseguiu dizer entre sua respiração ofegante.

— Vai ficar tudo bem.

Ele sorriu. Aquele singelo sorriso que conseguiu acalmar o coração de Amélia por alguns segundos. Ela sentiu a mão amolecer, caindo pendurada em sua cintura. Ela estava sentindo-se segura.

Amélia assentiu com a cabeça. Paul e Lemont desceram as escadas. Judite correu para atender, mas Paul pediu para que ela parasse antes dela tocar na maçaneta.

— Judite, por favor, vá ficar com a Amélia e Mary. — aconselhou o rapaz.

Judite concordou e correu, subindo as escadas em direção ao escritório do rapaz.

Richard Collins não bateu à porta, mas sim ficou prestes a derrubar a madeira. Mesmo suas mãos enrugadas e fracas pela idade deixavam os esmurros menos potentes. Bufava como um touro. Não se envolveu até agora nos problemas do filho, mas isso mudaria com a intromissão dos Mentis em assuntos de sua família. Mais uma vez. Para ele, novamente, os Mentis estavam atacando sua família.

Paul abriu a porta, tentando manter a postura. Graças aos céus, o rapaz ao lado de Richard não era o Matheu, seu punho ainda pulsava para dar o soco que não pôde participar há anos com Lemont e Cristopher. Ele arregalou a sobrancelha esquerda ao sentir o ar bufante de Richard. Parecia que o homem o desafiaria para uma batalha de vida ou morte. O rapaz ao lado não estava diferente, estufou o peito, com o queixo erguido. Colton tinha uma estatura igual ao Paul, não compartilhavam de igual apenas a idade ou o tamanho, mas os olhos verdes. Isso incomodou Paul, não precisou pensar muito para concluir que o rapaz era o possível noivo de Amélia.

O incomodou de uma forma estranha ao pensar que os olhos iguais aos dele já fizeram a dama sofrer.

Lemont suspirou, um pouco desapontado por não ser o Matheu. Olhou para o irmão, que estava quase quebrando a maçaneta da porta por apertar tão furiosamente.

— O que o traz aqui, Richard? — Lemont tomou a dianteira da conversa. — No que podemos ajudar?

— Não se faça de tolo, Lemont Mentis. — Cuspiu em fúria. — Onde está a noiva do meu filho?

— Chamem-na, minha conversa é apenas com ela. — acrescentou Colton.

— Acredito que a dama não queira falar com você. — Paul soltou a maçaneta, olhando diretamente para o Colton Collins.

— E por que isso te envolve? — O jovem Collins soltou os braços, jogando o braço esquerdo esticado em direção para dentro da casa. — Chame-a.

— Não me envolve, de fato, mas a moça não quer falar com você e isso importa.

A postura séria e convencida de queixo erguido que Paul manteve irritou o jovem Collins, que subiu o batente que separava a varanda para entrar na casa.

— Não se envolva em assuntos que não são seus. — Rangeu entre os dentes. — Amélia! — ele gritou, chamando-a.

O grito entrou como um trovão no escritório. Mary agarrou o braço da irmã, não estava disposta a deixá-la ir. Judite segurou a mão de Amélia que não parava de tremer.

Por Todas as Palavras Não Ditas - Série Amores Em Ouro Verde: Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora