Capítulo 4

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Duas semanas se passaram. Começaram os preparativos para a grande festa de retorno do primogênito dos Collins. Mary passou todos os dias calada. O que não era nada comum e preocupava a Amélia. Por outro lado, o silêncio agradava Colton, que acabou adiando a partida da criança para o internato.

Quando Amélia vestiu na irmã o vestido de tecidos finos que Petúnia deu de presente, a Bernot ficou tão encantada com a fofura da irmã, que passou minutos apertando-a nas bochechas e braços. Mary jurou que conseguiu ouvir algum dos seus ossos se quebrando com tanto afeto, mas o sorriso da irmã mais nova logo mudou quando o Colton entrou pela sala. E, novamente, protegida pelos ventos de Ouro Verde, que abafaram a visão da sua pequena língua saltando da boca com a ventania que fez a cortina bater em seu rosto.

Colton beijou os lábios de Amélia. Deslumbrando-se com a bela visão da noiva vestindo um vestido amarelo florido com tintas leves de margaridas brancas.

— Vamos! — ele entregou seu braço para ela.

— Sim. — ela cruzou o braço no dele, entregando a outra mão para a irmã segurar.

Ela nunca participou de uma festa tão formal. Nas poucas semanas que ficou na cidade, também não saiu de casa, então, a festa também era o momento que ela teria para ver os rostos da maioria dos moradores da pequena cidade. O salão ficava ao lado da casa dos Collins. Uma mistura de arquitetura velha, com pilastras de pedra com um ar mais moderno com lustres que iluminavam todo o ambiente, com cores claras e tecidos brancos adornando as paredes. Quando Amélia entrou, recebeu os olhares mais afetuosos e outros de espanto. Escutou de Petúnia que Colton saíra da cidade por muito tempo, então, presumiu a surpresa dos cidadãos ao vê-lo voltar, e com uma noiva ao lado.

Na verdade, a imagem dos Collins não estava perfeitamente concertada entre os moradores. É claro, que as desconfianças foram cessadas pelas risadas, boa música e as melhores comidas que os moradores já viram. As cadeiras estavam lotadas, mesas espalhadas por todo o salão, parecia que toda a cidade comparecera.

Cristina Pilmon aceitou o convite de bom grado, mesmo sabendo das intenções de Petúnia de fazer pouco caso das festas que ela dava na residência Pilmon. Entristeceu-se ao ver que Morgali e os Mentis não foram convidados, mas passou a noite dançando com o marido, que tentava agradá-la comparando as comidas e bebidas na festa dos Collins, falando que as escolhas da esposa eram infinitamente melhores.

Bom, nem todos os Mentis não foram convidados. Lemont recebeu convite para ser acompanhante de três belas moças. Aceitou da última, uma dançarina romancista que chegara de viagem apenas de passagem pela sua cidade natal. Ela era conhecida entre os moradores por dançar em grandes palcos, dos mais refinados gostos clássicos.

Mas o Mentis nem precisou entrar no salão. O que ele agradeceu, não estava na sua lista de afazeres do ano socar mais um Collins.

Juliet dançava com Rita em seus braços. Victória agradecia aos céus a presença de Juliet, que continua sendo a única que consegue a proeza de segurar a bebê sem fazê-la chorar. As três dançavam juntas, recebiam olhares, mas não ligavam. Victória soltava uns passos únicos e extravagantes, sempre pausava para recuperar o fôlego e beijar a testa da filha nos braços de Juliet.

Juliet não precisava mais ficar de tocaia pela irmã. Já que ela estava dançando com Romero a noite toda. Sorriu ao ver eles sorrindo. Parecia que tudo voltou ao normal na casa dos Romenik. Romero parou com as apostas e conseguiu um novo emprego. O que deixava as mulheres Romenik mais aliviadas.

— Aquele é o novo Collins? — perguntou Victória.

— Sim, bem, acredito que sim — Respondeu a Romenik.

Por Todas as Palavras Não Ditas - Série Amores Em Ouro Verde: Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora