Ash respirou fundo fechando a porta, entendendo o que aquilo significava. Girou a chave devagar e se virou pra ela. Ava ainda respirava com dificuldade, não sabia dizer se isso era reflexo da bebida, da tensão do momento, do seu corpo protestando por atenção e algum tipo de ação ou se isso tudo estar acontecendo com ele ser o que tornava tudo tão... estranho? Talvez fosse mesmo a mistura de todas essas coisas. Ela não saberia explicar e provavelmente não queria pensar nisso agora.
Ela fez menção de falar algo, buscar na mente alguma lógica, alguma razão para o que estava fazendo, e no modo como agia. Algo que pudesse justificar aquilo tudo, mas antes disso, antes que pudesse começar Ash deu alguns passos e ficou próximo demais, o indicado tocando os lábios rosados, deslizando devagar enquanto os olhos cinzentos analisavam o rosto dela. Ava arfou lentamente em resposta, os olhos fixos um no outro agora. Ash quem falou, quando os dedos dele desenharam uma linha preguiçosa pelo maxilar da garota que sentiu os arrepios começarem pelos braços, se espalhando timidamente por todas as direções.
_Sabe o que isso significa, não sabe? – Ela engoliu em seco, enquanto o mar cinza daqueles olhos a fazia se derreter um pouco mais a cada vez que olhava. O tórax subindo e descendo lentamente, a boca entre aberta. Ash notou que ela também estava salivando então... Ele molhou os lábios, mordendo o inferior. – Se a gente transar agora, não posso perder você depois disso. Não posso... – os dedos deslizaram pelo maxilar de Ava, desenhando a curvatura de sua orelha e se encaixando entre os cabelos dela, segurando assim sua nuca e trazendo o rosto pra perto do dele. As bocas a centímetros agora, os dois se olhando quase em transe. – Consegue fazer isso? Consegue?
Ava arfou sem conseguir reunir palavras ainda, suas mãos deslizaram dos braços de Ash, novamente para seu peitoral, devagar sobre o tecido. Talvez estivesse pensando, sentindo demais aquilo pra ser suficientemente racional pra momento. Ela precisa tocar ele por baixo daquela maldita camiseta preta, precisava sentir ele arrepiar outra vez. Queria as mãos dele apertando-a na cintura, puxando suas pernas e mais do que isso precisava sentir ele...
_Ava. – Ele ainda tinha os olhos nela, que voltou levemente a realidade com a voz rouca tão próxima ao seu rosto. – Você consegue fazer isso? Preciso que fale...
_Eu... – Ela engoliu em seco e precisou morder os lábios agora, seus dedos apertando o estupido tecido entre eles, ela provavelmente o arranhou, mas Ash não desviou os olhos mesmo sentindo as unhas dela contra a pele. – Consigo. Consigo.
Eles se olhavam tão perto, sentindo, desejando, precisando um do outro, mas ainda assim respeitando os talvez ultimos minutos de um limite. Ash suspirou quando suas mãos tocaram a cintura dela a apertando agora e trazendo seu corpo pra perto, Ava prendeu a respiração com o contato, ele cheirava tão bem... porque nunca tinha notado isso. O nariz de Ash roçou a lateral do rosto dela a fazendo fechar os olhos e inclinar o rosto, era quase como um predador sentindo os detalhes de uma presa a quão ele não queria machucar de fato, ainda. O primeiro beijo em seu pescoço a fez perder o equilíbrio, Ava arfou soltando um leve gemido com o contato dos lábios quentes. Esses mesmos lábios roçaram caminhos até o pescoço e orelha, e quando ele falou outra vez a fez rapidamente agarrar a nuca do garoto e colar mais um pouco o corpo em resposta.
_Posso beijar aqui? - Ela assentiu com dificuldade agora, sentindo o corpo formigar em protesto. - Tão cheirosa... - Ash salivou contra a pele do pescoço exposto e beijou sentindo-a reagir ao movimento de sua boca e língua. Ele apertou por reflexo outra vez a cintura dela quando sentiu as mãos tímidas tocarem seu abdômen por baixo da roupa e explorar novamente o caminho. Depois de puxar levemente na base dos fios do cabelo dela e beijar todo o pescoço sensível, sua boca instintivamente se arrastou preguiçosa pelo queixo em direção a boca de Ava. E ela em reposta colou o rosto de imediato. As bocas estavam a centímetros de distância agora, eles podiam sentir as respirações se chocando uma contra a outra, mas ainda não conseguiam fazer aquilo, um beijo ainda ainda parecia demais, parecia intimo demais. Mesmo contrapondo todo o resto, aquele passo, aquele movimento era estranho pros dois.
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A Melhor parte de mim.
RomanceTalvez o amor se mostre pra você de formas diferentes do que se espera. Talvez ele não seja obvio, talvez venha de onde menos se espera, ou mesmo de muita persistência. O amor gosta da surpresa, do olhar que não se deixa, da pele arrepiada, da vonta...