A Melhor parte de mim.

Capítulo 32 - Você na bancada da minha oficina.

  A pele dela se arrepiava quando ele a tocava, disso ela já sabia. Mas não imaginaria que aquilo feito de forma tão lenta seria quase letal. Ash estava ainda de olhos fechados, era como se ele não fosse soltar Ava por nada naquele mundo. As bocas sem conseguir se deixar. Ela sentia a respiração contra o próprio rosto, quente e entre cortada naquele beijo lentamente delicioso. Era simplesmente gostoso sentir a língua dele contra a dela. Ele estava com saudades e dizia isso claramente com aquele beijo delicado.

 A saudade pra ela também estava difícil. Era difícil não querer ele por perto, a voz dele preenchendo todo o lugar ou a forma que ele ficava lindo quando sorria com aqueles olhos de cristal. Ava sentiu tanta falta disso que mal conseguiria explicar. Os dedos dançando entre os cabelos tão macios e ondulados. Era gostoso se enroscar nele. Ela sentiu falta dos detalhes de como as coisas aconteciam. Do cheiro amadeirado do perfume, da forma que ele ronronava quando sentia a necessidade se intensificar contra os dois.
Ela fez uma oração interior agradecendo ao que fosse real por aquele momento.

 Ele precisou morder um pouco o lábio inferior dela e puxar pra si, franzindo o cenho ele finalmente colou a testa contra a dela. Os olhos, aquele mar límpido finalmente ali. Ava se apertou um pouco mais contra ele, precisava. Deslizando a mão pelo maxilar marcado, suspirou quando ele apertou o abraço contra sua cintura.

_ Eu senti sua falta. – Ela sussurrou confessando contra centímetros de distância que conseguiram se dar agora. Ash se iluminou, o rosto ganhando brilho. As bochechas corando com aquele sorriso aliviado, e mesmo com os olhos vermelhos e ainda marejados ele estava lindo.

_ Sentiu? – Ele segurou a nuca de Ava, encarando sua boca. – Sentiu mesmo? De verdade?

_ Sim. Todos os dias. – Ela deslizou um dedo pela boca dele, desenhando o sorriso que ele tinha agora. Ela o beijou, roubou um pouco mais da paz que o beijo deles a transmitia. – Até quando tentei não sentir.

Ash sorriu, o som gostoso e tão baixinho, tão deles. A cabeça em uma negação doce, fazendo seus fios balançarem devagar na frente daqueles olhos de prata. Puxou ela pra própria cintura, laçando suas pernas nele em um movimento fluido e natural. Ela não conseguiu conter o sorriso de resposta, foi gostoso sentir as cócegas que ele fez quando mergulhou o rosto no pescoço da menina e beijou ali. Caminhou devagar pelo lugar, e logo Ava estava sentada sobre uma das bancadas livres. As mãos de Ash dançaram pelo pescoço dela, repousando suaves no rosto da menina que salivava com os olhos turvos sem conseguir deixar os dele.

_ Me perdoa. – Ele falou enquanto observava a boca de Ava tão de perto quando um néctar precioso. A língua deslizando devagar, umedecendo o lábio inferior dela que começava a sentir o calor que não sentia a meses. O casaco de lã parecia extremamente inútil agora. – Eu fui um idiota, eu só... só;

_ Ash. Esquece isso. – Ela puxou a barra da camisa branca, o encaixando melhor entre as pernas. – Já passou, não quero mais falar sobre isso. Eu não quero mais... – A testa contra a dele, precisando naquele beijo, daquelas mãos, daquele jeito que ele a fazia ficar.

_ Eu preciso. Não tá certo. Eu... – ela colou a boca contra a dele. Roçou uma vez a língua contra a de Ash que apertou os dedos contra a pele de sua cintura, deslizando por baixo daquele casaco imenso cor de café; Ava se remexeu inquieta. – Não quero mais fazer nada parecido. Não me deixa repetir isso. Por favor.

_Tudo bem, tudo bem. – Ela engoliu em seco, era difícil. As pernas estavam tremulas, as mãos inquietas e a cintura protestando pra se encontrar contra a dele. A conexão impulsiva, aquela magia explosiva. Quando foi que ficou tão difícil ter uma conversa normal com ele? – Você realmente gostou de mim esse tempo todo? Porque não me contou antes?