Capítulo 23 - Entre a raiz e o dorso.

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P.o.v – Ash.

 A maçaneta redonda parece ser feita de algum tipo de material energético ativo e emanava uma luz própria bizarra que eu com certeza iria precisar tocar em algum momento. Eu tentei esticar a mão esquerda agora mais ainda estava muito longe. A minha cabeça zumbia e latejava e cada vez que eu me mexia parecia doer mais. Eu precisava me concentrar, porra.
Apertei os olhos sentindo o estomago reverberando e protestando com a mistura de tudo que eu nem sei que ingeri até agora. whisky, vodka, absinto e aquelas coisas coloridas. A metade de um cachorro quente frio, as balas de...

_Você está bem? – a voz da menina saiu entre gemidos forçados demais, eu reconheceria até do lado de fora do banheiro. Engoli a bile enquanto sacodia a cabeça como podia pra dizer sim.

 Porra, eu precisava abrir os olhos. Precisava olhar em volta. Se eu não abrisse a porra dos meus olhos iria acabar caindo em algum canto e ai... Um flash dos olhos dela passou pela minha mente e precisei sacodir a cabeça agora. Forcei a visão outra vez enquanto piscava pro borrão no espelho que devia ser eu, e logo abaixo de mim a garota sob a pia do banheiro. Engoli mais uma vez a confusão dentro de mim e voltei minha atenção as investidas nela. Era a calça na altura dos meus joelhos me atrapalhando, eu tinha certeza que meu equilíbrio ainda dava conta de mim. Foda-se.

Ela tinha cabelo preto, não era a Carla, não era a Larissa... e não era ela. Apertei os olhos mais uma vez e a porra da cor alaranjada do cabelo dela veio me assombrar outra vez. Inferno. A intensidade dos gemidos da garota aumentou eu e acho que estamos fazendo anal. Ela estava de costas agora? O corpo dela se chocando contra o meu. As mãos apertando sua cintura mais pra conseguir equilíbrio e ficar de pé. Seria extremamente bizarro cair de quatro no chão do banheiro enquanto fodo alguém. humilhante pra caralho; A maçaneta redonda da porta parecia ser feita de algum tipo de material energético ativo e emanava uma luz própria bizarra que eu com certeza iria ter que tocar em algum momento.

_E-espera. Que cÊ ta fazendo? – Meu corpo se chocou contra a parede atrás de mim agora, a menina estava de joelhos a minha frente enquanto começava a tirar a camisinha de mim.

_Eu vou te chupar. Você não gozou ainda. – Porra de mãos ágeis. Eu quase cai ridiculamente na tentativa de impedi-la.

_Não. Eu preciso.. preciso. Para. Eu não quero.– Ela ria, e o maldito barulho fazia a cabeça tintilar como uma taça de cristal molhada. Espalmei a mão no rosto agora e isso doeu mas serviu pra me fazer abrir os olhos.

_Ash, você está bem? – percebi a mão dela me puxando. Cacete. Eu cai. Eu sou um merda. Um escroto completo. Decadente enquanto puxo minhas calças de volta pro corpo.

_Sem camisinha não. – Ela me ajudou a ficar de pé. Falou algumas silabas sem sentido enquanto a boca se mexia estranhamente. Eu não sabia dizer se era o batom ou os dentes mas ela definitivamente não parecia fazer sentido nenhum agora, provavelmente eu deve ter tocado a cara dela. Nada dela parecia fazer sentindo. O Cheiro, a voz, a forma que mexia o rosto e as palavras misturadas que eu não entendia porra nenhuma. Olhei pra esquerda. A maçaneta redonda da porta parecia ser feita de algum tipo de material energético ativo e emanava uma luz própria bizarra que eu com certeza iria ter que tocar em algum momento. Eu precisava.

Uma onda de escuridão e som alto me invadiu quando eu dei passos pro corredor cheio de gente. Eram pessoas naquela porra, eu podia identificar narizes naqueles borrões desgraçados. Dois passos. Calma, caralho. Respira seu pedaço de merda. Três, quatro passos. A porra da minha cabeça ia explodir com certeza. Merda. Eu preciso beber alguma coisa. Matheus a direita. Puxei seu copo e virei. Giovanni no canto com uma pessoa. A voz do Matheus sempre foi irritante assim? Era difícil ter equilíbrio agora. Eu só precisava de espaço e uma alguma coisa pra beber. Me virei pra voltar pro quintal aberto e talvez pegar um outro cigarro.
Um borrão alaranjado, aquele maldito tom de cabelo.
Aquela maldita trança cheia de fios soltos.
Eu não vou pensar.
Preciso não pensar.
Merda eu acho que vou...

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