Meus finais de semana era sempre a mesma rotina habitual. Ir ao bar lixo do Carl, assistir baseball ou basquete e ficar bêbada, muito bêbada mesmo.
A cidade era pequena, não havia nada mais á se fazer nesse fim de mundo. Já não suportava mais, mas era o que eu tinha.
Hoje era mais um dia desses. Chegava cedo, com o bar vazio, antes que qualquer lugar estivesse ocupado. Passei pela porta do estabelecimento, o sino tocou, fui direito a bancada do bar, e pela primeira vez já havia um homem lá, além de Carl, que passou pela bancada, me cumprimentou brevemente e foi direto para a cozinha.
Me sentei á uma cadeira de distância. O olhei de relance, ele não era daqui, um homem bonito como ele, não aparece todo dia nesse buraco onde eu me enterrei.
____ Obrigado. ____ Agradeceu, virando-se para mim. Pude observar com cuidado seu rosto, seus olhos eram tão azuis que pareciam o mar circassiano.
____ Perdão?
____ É educado agradecer quando alguém te elogia. Você também é muito bonita. ____ O encarei em silêncio. ____ Essa é a hora em que você também agradece o meu elogio.
____ Pela Deusa, essa cidade só aparece maluco. ____ Sorri descrente. ____ E eu pensado que era muito narcisista.
____ Apenas disse em voz alta o que você pensou.
____ Ah é? Então você leu meus pensamentos?
____ Sim.
____ Ótimo. Então eu sou a Beyoncé.
____ Não acredita?
____ Claro que não.
Isso era baboseira. Ele fez uma suposição, no momento em que eu cheguei no bar, eu havia reparado nele e ele percebeu. Simples.
____ Pense em qualquer pergunta, vou te responder.
Falou realmente convicto daquilo que disse, por um momento eu exitei pensando na hipótese, mas logo a descartei. Era loucura.
____ Isso é ridículo.
____ Não é ridículo. Vamos levar como uma brincadeira, apenas pense.
____ Tudo bem, uma tentativa. ____ Me rendi.
Quer conhecer meu apartamento hoje?
Perguntei audaciosa, ele não saberia mesmo. Mas se essa baboseira fosse verdade, eu ainda poderia sair ganhando. O homem que eu queria levar 'pra cama sorriu.