Nasty Desires - O Poder Em Nossas Mãos | Levi + Erwin + Sn

43 • Ameaças divergentes

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Sendo o único restante no rio e sem suas roupas, Ycaro deixa a água fria levar todas as coisas ruins de seu corpo, que logo irão desaguar no mar e sumir para sempre. Seu pescoço dói por ter ficado horas e horas na mesma posição de leitura sem se importar as consequências depois que acabasse seu estudo intensivo. O menino sente em seu interior, que algo está diferente em seu ser costumeiro, seu corpo parece sentir falta de algo que antes nem sequer estava ali o incomodando, seu peito acelera ao recordar uma memória e outra. E definitivamente, Ycaro não parece saber do que se trata mesmo sendo um jovem inteligente e conhecedor de muitas coisas.

Carla — A senhora Sn me mandou te trazer isso! — Com os olhos sendo cobertos por sua mão, a menina de cabelos marrons deixa uma sexta perto do rio e uma muda de roupas para que Ycaro possa se trocar.

Ycaro — Deus, estou sem minhas roupas, me desculpe por isso, não precisa... Digo, eu vou me vestir!

Carla — Não tem problema, eu já estou indo.

Ycaro — Por quê?

Carla — O senhor Erwin me pediu para terminar de analisar alguns papéis. — Virando-se de costas para partir, o coração da menina vibra por ter visto o corpo nada discreto de Ycaro. Um moreno alto de ombros largos e longos cabelos, certamente fizeram a menina deixar toda sua raiva de lado em instantes. O jovem aparentar ser um garoto bobo facilmente manipulável, com o rosto meigo e com traços marcantes, além dos olhos da cor do mar.

Ycaro — Carla, quero pedir desculpas pelo comportamento do meu irmão. Ele não costuma pensar antes de falar e isso acaba machucando alguém. Não vou te pedir para entender o lado daquele idiota, mas peço que não fique chateada pelas coisas que ele disse.

Carla — Eu estou bem, já estou acostumada com esses comentários idiotas dele!

Ycaro — Não se acostume, da próxima vez quebre ele em dois, eu mesmo vou te defender se for preciso! — Secando seu corpo com uma toalha que também estava junto às roupas, Ycaro tenta se vestir o mais rápido possível para poder fazer a moça ficar um pouco mais ao seu lado.

Carla — Sabe, eu acho graça em uma coisa!

Ycaro — O que seria?

Carla — Dos seus irmãos, você é o mais diferente de todos, não de uma forma ruim, é claro. Mas você parece ter saído de algum livro de romance água com açúcar, suas palavras me fazem sentir borboletas e é tão incomum. — Com o rosto pior que um pimentão, Ycaro olha para baixo tentando esconder o rubor, mesmo sabendo que ela viu todo o seu rosto sair da cor natural para se tornar uma aquarela de tons avermelhados.

Ycaro — Talvez os livros que eu tenho lido estejam moldando quem eu sou!

Carla — Isso é bom, agora trate de comer antes que passe mal novamente!

Ycaro — Você já comeu?

Carla — Eu não vou me sentar aí e comer com você.

Ycaro — Eu só queria ser educado!

Carla — Podemos sair juntos outro dia, mas agora o seu pai espera por mim!

Ycaro — Eu preciso que de um recado a Aruna.

Carla — Recado?