77 • Aos olhos dele

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Há um traidor entre eles, há um maldito infeliz que veio se escondendo nessas terras por todos esses anos tramando um plano para fazer o reino cair. O choque da notícia deixou o guardião jovem em uma situação bastante conhecida por aqueles que já estiveram próximos a si, que estiveram cara a cara com o seu posicionamento em relação a traidores de seu povo, mal feitores e quaisquer patife salafrário que importune a paz do lugar e de sua família. Aylin retrocedeu ao estado em que estava na época em que sua mãe recuperou o seu reino das mãos do esquecimento. Mesmo sendo chamado para várias missões ao lado dos filhos da rainha e seus soldados, o jovem optou por manter-se em estado recluso, longe de todos os demais. Durante alguns dias, as únicas permitidas a chegar perto, eram Aruna e Cadente, duas figuras que tiravam a essência de melancolia de suas costas, trazendo consigo alguns raios de sol.

Seus olhos estão focados na figura da menina de cabelos marrons avermelhados, que trabalha bem com as espadas, as testando para combate e treinamento em breve. O sol está fraco em seu brilho diário pois a chegada do inverno está batendo na porta, arriscando neve, nevascas e várias lareiras acesas por todos os cantos do reino. A forma como os seus olhos esverdeados a veem, fariam qualquer conto de fadas ficar no chinelo, a mais linda história de amor tornar-se um conto barato copiado e colado várias vezes.

Aylin - Está achando que ficar balançando esse tanto de espada vai resolver a raiva que você está sentindo, princesa? - Aylin cola seu corpo ao da menina e a impede de continuar testando as espadas recém feitas. A forma como sua mão desliza pelo braço já cansado de Aruna, a faz fechar os olhos por alguns segundos, rendendo-se silenciosamente ao que seu corpo quer. - É melhor descansar, antes que a sua mãe venha arrancar a minha cabeça por deixar você ir longe demais!

Aruna - Eu estou ótima, eu só preciso quebrar mais algumas coisas antes de voltar para casa. - Dando alguns passos para frente, ela sente o arrependimento instantâneo corroer seus ossos. - Por que você fica me olhando desse jeito? Parece que vai me devorar, é esquisito.

Aylin - Contando que eu já te beijei, princesa, te observar de vez em quando é só um bônus! H Seu sorriso de lado mostrando seus dentes levemente afiados e branquinhos, desarma totalmente todas as defesas que Aruna pensava em colocar entre os dois.

Aruna - Que pena que foi só uma vez... Quero dizer, você não devia ter feito aquilo.

Aylin - É só pedir quando quiser, nenhuma outra nesse lugar ou em qualquer outro me interessa! - Provocante, a garota se curva e se apoia no cabo da espada após finca-la no chão, expondo seus atributos em contraste com os colares que usa.

Aruna - Eu não acredito em você. Minha mãe me contou a idade que você tem, não tem vergonha nessa sua cara lisa?

Aylin - A minha idade é só uma contagem de números, nada demais. Passei boa parte da minha vida com a minha avó em um reino fora da terra, depois participei de uma guerra onde eu tive que ver minha mãe morrer, veio uma reconstrução gigantesca do reino e logo em seguida eu fui mandado para cá em missão.

Aruna - E mentiu sobre quem você era...

Aylin - Você iria acreditar que eu sou filho de um quase deus da lua e uma amaldiçoada?

Aruna - Não, nem sequer acredito que titãs existiram algum dia. - A menina se levanta e estica os braços para aliviar a tenção acumulada, virando-se na direção norte, onde algumas nuvens passam a ganhar um tom avermelhado, indicando o inicio do fim de tarde.

Aylin - E quando cheguei aqui, acabei me apaixonando por uma princesa com problema de raiva. Eu acho que devia ter deixado ela tentar me matar aquele dia só para saber como é o gostinho de morrer pelas mãos da pessoa que se ama.

Nasty Desires - O Poder Em Nossas Mãos | Levi + Erwin + SnOnde histórias criam vida. Descubra agora