Nasty Desires - O Poder Em Nossas Mãos | Levi + Erwin + Sn

74 • Mudar, acreditar e aceitar

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Na beira do rio que corta a cidade há alguém, um alguém que tem seus olhos fixos em seu reflexo refletido na água tremula e cristalina em uma manhã muda ao seu ver. Longe de onde esse alguém está, há uma outra pessoa o observando de longe como um predador faminto, esperando o momento em que poderá atacar sua amada presa distraída com a própria face na água. A cena poderia facilmente ser vista como um momento comum no reino animal, onde um leão caça sua presa com destreza no meio da selva, no entanto, se trata de algo não tão simples.

Com os cabelos molhados após uma sessão alucinada de raiva consigo mesmo, usando de uma faca e um espelho para cortar seus fios negros os deixando tão curtos quanto a estética de quando era pequeno, repicados deixando que seus fios caiam em seu rosto. Ycaro encara quem se tornou, na margem borrada do rio, que leva o restante dos fios conforme a mare vem e vai. O auto-julgamento que corre dentro da sua cabeça om faz querer gritar sem um motivo aparente, pois talvez tenha a certeza de que esteja ficando louco ou o que surgiu dentro de si, esteja o corrompendo a loucura.

Ycaro - Ela deve achar que sou algum tipo de idiota, um infeliz... - Erguendo-se com elegância de um bom lutador ou melhor, um bom cavaleiro pronto para um combate, Ycaro empunha sua faca virando-se na direção da sua observadora, desejando arrancar sua cabeça do lugar por tamanha insolência. - Eu acho melhor que comece a correr, diferente dos meus irmãos, eu não tenho medo de quem você seja ou do poder que tenha. - Como um verdadeiro ou talvez louco, o menino aponta sua arma para a direção em que a observadora se encontra. Do outro lado, um sorriso convencional de sociopatia surge nos lábios da predadora inconveniente.

Aurora - Quem diria, o filho quietinho da família se tornaria o mais mortal de todos, chegou a mudar a aparência por não saber mais quem é. - Ao piscar os olhos por um segundo o fez perder a noção e cair diretamente na teia suja da moça que veio de outro mundo. Porém, Ycaro não se mostra surpreso, superior de fato, mas surpreso com o truque sujo é algo que não ficará com facilidade.

Ycaro - Se acha que serei um dos seus brinquedinhos, comece parando por ai, não tenho tempo para esse tipo de joguinho. Aliás, eu particularmente não gosto de quem você é, muito menos dessa sua cara esquisita. Não me atrapalhe em minha evolução se não tem nada a acrescentar.

Aurora - Quanto blá blá blá, só eu posso te ajudar com essa nova versão sua, somos compatíveis, eu não sei se você percebeu, senhor certinho!

Ycaro - Compatíveis? Claramente está enganada, eu não seria compatível com alguém tão sem moral quanto a senhorita. - Descaradamente saindo de seu ponto de segurança, Aurora se coloca de frente a Ycaro, perto suficiente para sentir sua respiração passar em seu rosto.

Aurora - Então vamos fazer o seguinte, senhor sabe tudo. Nós vamos até o meu tio e vamos pedir que ele faça um teste de compatibilidade com nossos poderes, se não forem nem sequer dez por cento compatíveis, eu te deixo em paz. Mas caso eles sejam, você vai ter que me aceitar como sua mestre de treinamento para aprender a controlar esses poderes, principalmente se quiser reconquistar a Carla sem sal.

Ycaro - A senhorita Carla e eu nunca tivemos nada de especial, apenas tive uma atitude infeliz para salvar a vida dela e acabou virando uma bola de neve. Mas tudo já se resolveu, espero que ela não se confunda mais ou pense coisas que não a levem a nada.

Aurora - O que você tem de inteligente, você tem de otário. Quer enganar a si mesmo, continue, mas não evite o óbvio, descontrole de poder é um erro grave. - Com neutralidade, Aurora deixa um beijo no rosto de Ycaro e some no ar o deixando confuso por alguns segundos.

Ycaro - Como eu odeio ser transparente demais. -bPassando as mãos nos cabelos, a luz do sol bate nas pequenas gotas que ainda persistem em seus fios negros causando brilho. Seus olhos azuis se tornam intensos na sombra de seu cenho franzido, onde mais especulações se formam. Recorrer a alguém que considera sábio, é a sua melhor fonte para o agora, onde a calmaria veio como uma pena trazida pelo vento de longe.