Nasty Desires - O Poder Em Nossas Mãos | Levi + Erwin + Sn

62 • Nenhum minuto de paz

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O trotar dos cavalos pode ser ouvido ao longe, trilhando um caminho veloz e machucando a vegetação por onde passam. Ao tocarem as pedras da rua principal, os sons se assemelham a trovões desastrosos no meio do oceano, que causam arrepio na espinha e fazem os marujos não duvidarem da sua fé aos seres do mar. Dos olhos verdes, o susto da notícia que veio da boca de ou outro que mal sabia das coisas por dentro do castelo. Será que de fato sua mãe havia morrido e nem sequer teve a oportunidade de olhar em seus olhos mais uma vez, aqueles olhos brandos que expressavam tudo e nada ao mesmo tempo?

Eren tem sua mente vaga, apenas pensa em como vai encarar sua família por estar longe em plena morte de sua mãe, em como não esteve presente para salvá-la do risco inevitável. Ao lado de sua esposa, comandando uma tropa para regular os estragos no litoral, ele volta para casa sentindo o mesmo gosto amargo da morte quando a mulher foi esfaqueada covardemente e Levi golpeado em seu rosto como se fosse apenas folha de papel.

Nando — Vai ficar tudo bem Eren, deve ser alguma invenção, não pode ser real que ela tenha nos deixado!

Mikasa — Se fosse verdade, todo o reino estaria de luto, as coisas não estariam normais como sempre estão todos os dias.

Havanna — A comandante tem razão comandante Eren, se a majestade tivesse morrido, tudo estaria em caos! — Uma mulher com o corte de cabelo parecido com o de Mikasa, sendo diferenciado pela tonalidade de seu cabelo e formato de seu rosto, tenta confortar o pobre homem, que viu em Sn, uma segunda mãe para espelhar suas dificuldades e procurar uma melhora tanto para si quanto para os demais a sua volta.

Nando — Já estamos chegando, as coisas vão ser esclarecidas no instante em que passarmos pela porta e agora é hora do almoço, horário perfeito! — Passando por Lea, Eren pode notar a calmaria em seu rosto, além do sorriso enquanto atende uma velha senhora a entregando pães frescos e um bolo de amêndoas. Sendo seu amigo de anos e agora amorado, Sol, seu irmão do meio, sempre corre para contar as novidades para a menina e quando possível, a mesma observa com atenção as coisas ao seu redor, sempre relatando os acontecimentos para a corte. — A menina Lea está sorrindo tanto quanto o sol, isso é um bom sinal. A senhora Sn diz que ela veio para iluminar o mundo assim como o Sol!

Mikasa — Eles dois formam um casal bonito, não acha, Eren?

Eren — Acho, mas parece que o caminho fica cada vez mais longo!

Mikasa — Devia lavar os olhos depois de acordar, já estamos em casa. — Alcançando sua mão, Mikasa o faz cair em si, dando a ele um leve susto ao encarar o castelo sendo banhado pela luz do meio dia, que reflete nas vidraças causando um forte tom dourado.

Nando — Vai ficar ai parado?

Eren — Não. — Mal descendo de seu cavalo, suas pernas rapidamente o guiam para o seu destino. Seu coração cheio de remendos clama para que as notícias que ouviu dos homens do castelo, sejam falsa, todas falsas e que sua mãe esteja bem mandando em alguém ou aterrorizando algum de seus filhos após não gostar da atitude de algum deles. Para alguém que viu sua mãe de sangue ser devorada por uma criança quando pequeno, em uma época em que os titãs eram o terror da ilha, ver sua segunda mãe perecer para um destino cruel novamente, por talvez sua culpa, seria insuportável para um jovem homem. — Não pode ser real, ela tem que estar viva, ela não pode ter tido o mesmo destino que ela, elas não podem me deixar assim, podem? — Passando pelos guardas, suas mãos abrem as portas do salão com toda a força que ainda lhe resta. Sua visão turva só consegue procurar um um único rosto no meio do lugar que parece estar duplicado. O som de talheres caindo em pratos e o som da conversa cessando o faz a ver na ponta da mesa do outro lado. — Mãe, me diga que isso não é uma ilusão!