19 • As Coisas Que Acontecem

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Desde o dia em que voltou da costa ao lidar com um grupo indesejado, Sn passou por longos dias sem conseguir pregar os olhos. Todas as vezes que se encorajava a dormir, todas as cenas que passou por sua vida, invadiam seus olhos, inundavam sua mente e quando estava livre de tudo, era hora de se levantar para começar um novo dia. Nem mesmo os chás que costumava tomar quando mais nova, fizeram efeito em seu corpo, nem mesmo exercitar-se até perder todas as forças. Sn se manteve calada por três longos dias, sequer foi em busca de seus homens para tentar expressar seus sentimentos. O cansaço lhe impediu de tentar ter um bom convívio com as pessoas de sua família, mas mesmo assim, eles ainda se mantiveram ao seu lado.


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É mais uma noite de tentativas e ainda deitada buscando sentir-se confortável no meio da madrugada, seus olhos estão focados em uma parte do teto onde tenta manter sua mente em branco. Aos poucos seus olhos piscam miúdos, sua respiração se acalma e uma brisa fresca entra pela janela e dança pelo quarto a fazendo fechar seus olhos por alguns segundos para poder sentir.

Um clarão vindo da janela infelizmente a obriga abrir seus olhos e automaticamente seu corpo se sente diferente diante do que acontece. Assim que o efeito da luz forte se chocando com seus olhos passa, seus pés tocam o chão e ela se levanta sem medo e vai até a janela para ver o que causa tanta iluminação repentina, e a cada passo, seus ouvidos escutam uma voz chamar por seu nome.

Sn - O que diabos está acontecendo lá fora? Que voz é essa? - Quanto mais seus passos a levam para perto da janela, mais a voz se torna reconhecível aos seus sentidos, que mais uma vez sentem-se enganados por tal acontecimento. - Por que...? - A voz é mais do que familiar, a calmaria volta pra si e um formigamento passando por seu corpo a fazem reparar nas linhas brancas que se formam em seus braços, como pequenos raios em uma pequena tempestade. Ao tocar na janela, seu corpo é puxado pela força misteriosa, caindo em frente a um lugar que havia visto apenas nos livros referentes a história de Eldia. - Com toda certeza ou eu enlouqueci, ou é um sonho.

Doroth - Veja só como se tornou uma mulher incrível, uma boa mãe e uma das pessoas principais em toda essa história. Eu tenho orgulho de você, querida! - A voz de Doroth desperta Sn inundando seu coração e seus sentidos. Rapidamente a mãe de seis filhos se levanta par abraçar a mãe que está ao seu lado.

Sn - Mamãe, achei que nunca mais fossemos nos ver desde aquela vez... Eu tive meus filhos, são todos crescidos agora e... e... - Doroth afasta sua filha para que possa olhar em seu rosto um pouco mais velho que antes. Com certa curiosidade, a mesma curiosidade de uma criança, Sn deixa seus olhos percorrerem por todos os cantos onde sua visão alcança, dando de cara com a imensa árvore citada nos livros, nas gravuras e nas lendas.

Doroth - O que fizeram naquele dia, foi a prova que tanto buscava e deixava seu coração com dúvidas. Todo nosso povo é livre desde aquele dia em que as muralhas caíram e tudo se tornou menos pesado para se enfrentar. - Ao lado da árvore, há a mesma mulher que viu anos atrás e uma outra de longos cabelos loiros e roupas brancas, a encarando de volta com um leve sorriso.

Ymir - Você achou o que procurava, filha de Ymir. - Ela ergue seu braço e Sn é jogada para um outro lugar, fios brancos que tecem seu destino e até onde eles podem ir. Um clarão novamente toma conta de seus olhos e rapidamente retoma espaço para um novo cenário onde pernas que não são suas estão correndo e uma delas é atingida por uma flecha que atravessa não só o tecido, mas também a segunda alma que está no corpo.

Nasty Desires - O Poder Em Nossas Mãos | Levi + Erwin + SnOnde histórias criam vida. Descubra agora