Respect - Part 1

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Boom diaa!

Depois de uma década, cá estou novamente kkkkk
Será que alguém ainda acompanha a estória?

Para compensar essa demora infinita, vou postar 3 capítulo hoje.
Espero que gostem.

Boa leitura!

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Camila's POV

Eu não me virei para encará-la. Na verdade, não movi um músculo. Mas não precisava vê-la para saber que tudo em sua presença era frio. Acho que foi esse frio que me congelou no lugar, de costas para ela, minhas mãos sobre a mesa começando a suar.

– O que está fazendo aqui? – eu perguntei, mesmo sabendo. Todos os meus instintos estavam me dizendo que a Lauren que estava ali não era exatamente a mesmo que me mandara àquela carta no Natal. Aquela não era a Lauren com o qual eu me sentia segura. Aquela era a Lauren que tentara me matar em uma fábrica abandonada.

A resposta dela foi um risinho desdenhoso, abafado. Aquele riso que ao mesmo tempo gelava minha espinha e esquentava meu sangue. Ela cobriu os poucos passos que nos separavam, parando logo atrás de mim.

– Vai fingir que não sabe? – ela perguntou, em voz baixa, colocando uma mão em meu quadril.

– Não toca em mim. – eu disse, com a voz surpreendentemente firme.

– Vá em frente e me impeça. – ela desafiou, apertando meu quadril levemente.

Para meu desespero, minhas mãos permaneceram grudadas na mesa. Quando ela estava por perto, era como se meu corpo parasse de me obedecer.
Eu queria impedi-la. Queria querer impedi-la, na verdade. Eu daria qualquer coisa para ser capaz de simplesmente empurrar a mão dela e ferir aquele ego do tamanho do mundo, mas eu não conseguia. Por mais clichê que fosse realmente era mais forte do que eu. Minha mente queria uma coisa, mas meu corpo queria algo bem diferente.

Eu respirei fundo, tentando ignorar o toque dela e a proximidade de seu corpo. Seria mais fácil se as coisas ainda fossem como antes, se eu pudesse simplesmente deixar rolar e tratá-la como um cachorro depois. Não que ela não merecesse, já que era ela quem iniciara aquilo mesmo sabendo qual era minha posição em relação a nós duas. Mas eu não era cruel. Ela me amava, e agora eu sabia disso. Pisar nela tendo aquilo em mente era algo além da minha capacidade.

– Lauren, por favor... – eu pedi, calmamente, sentindo os dedos dela alisarem a pele descoberta acima do cós da minha saia. A filha da puta não estava ajudando – Eu só quero ficar sozinha, ok?

Ela riu de novo, o som soando um pouco mais perigoso do que da última vez. Por mais estranho que fosse, era esse fato que a tornava de certa forma hipnótica.

– Sozinha? – ela murmurou no meu ouvido, seu corpo inclinado sobre o meu – Vestida desse jeito? Quem você está tentando enganar, caçadora? Você resolve andar por aí praticamente nua e espera que eu não perceba suas intenções?

"Não que ela fosse pensar que eu a estava provocando. Lauren não era esse tipo de pessoa. Ou pelo menos eu não achava que era."

Meus próprios pensamentos de algumas horas atrás voltaram com força total, me machucando. Pelo visto eu estava enganada.

A forma grossa, irritada e machista como ela falou... Aquilo doeu. Doeu porque me fez me sentir pequena. Pior que isso, me fez me sentir um objeto. As pessoas geralmente se sentiam atraídas por mim pelo que eu representava e, como eu já havia concluído, aquilo me incomodava por não ter nada a ver com quem eu era como pessoa. Por isso, eu devia admitir, no fundo eu sempre gostei do fato de Lauren se sentir atraída por mim, já que ela era imune ao que havia de sobrenatural. O fato de ela me querer fazia com que eu me sentisse uma pessoa, uma mulher. E, no entanto, lá estava ela, me objetificando como todos os outros. Não por ser híbrida, mas pelo o que eu estava vestindo.

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