Camila's POV
Eu acordei com o som de metal batendo contra metal de leve.
Onde eu estava? Em casa com certeza não era. A cama na qual eu estava parecia bem mais confortável do que a minha.
Aquilo me chamou a atenção.
Aquele pensamento me era familiar. Com certeza já o havia tido antes, só não me lembrava quando... Na verdade, o simples fato de estar acordando nessa cama estava despertando um senso de déjà vu em mim que meu cérebro ainda sonolento não conseguia entender. Eu conhecia aquela cama, assim como aquele cheiro nos lençóis. Era o cheiro de alguém que eu conhecia... Era um cheiro que eu gostava.
Havia um gosto estranho na minha boca e aquele era o único detalhe na situação que não me parecia familiar. Ok, aquilo estava cada vez mais estranho. Mesmo em meu estado de confusão, eu ainda tinha lógica o suficiente em mim para entender que, se eu realmente queria saber onde estava, a melhor alternativa era abrir os olhos. Ainda meio zonza, eu tentei levar as mãos até o rosto para coçá-los.
Apenas para descobrir que ambas estavam presas.
Meus olhos se abriram de súbito e eu inclinei a cabeça para trás, notando finalmente que o barulho de metal que eu havia escutado vinha das correntes que prendiam meus pulsos à cabeceira da cama.
Ok. Eu não ia pirar. Eu não ia pirar. Eu não ia...
– QUE MERDA É ESSA?! – berrei.
... Pirar.
Foi então que eu ouvi uma risada baixa vinda do canto do quarto. Oh, eu conhecia aquele som. Eu reconheceria aquele risinho irritante em qualquer lugar do mundo.
– Lauren?! – eu não tinha certeza se aquilo era uma pergunta ou uma afirmação.
– Aí está ela. – ela disse, se aproximando da cama de forma que a pouca luz daquele "aposento" subterrâneo pudesse iluminá-la – Estava começando a me preocupar.
Foi então que tudo voltou à minha mente.
– QUAL É O SEU PROBLEMA? – eu gritei novamente, agora me desesperando de verdade. Tentei quebrar as correntes que me prendiam, sem muito sucesso – O que significa isso? O que... Que Deus me ajude, Lauren, mas se você não tiver uma boa explicação pra isso, eu...
– Vai fazer o quê? – perguntou ela, se sentando à beira da cama e me encarando de forma divertida – Gritar? Espernear? Não se engane, Camz. Eu não sou idiota, essas correntes são super fortalecidas. Nem você vai conseguir quebrá-las.
– O que você está fazendo? – eu perguntei, tentando manter a calma, porém minha voz tremia com uma infinidade de sentimentos que no momento pareciam indistinguíveis. Raiva, medo, desespero... Entre mil outros que eu não conseguia me concentrar o suficiente para definir – Sua... Sua doente! Você me enganou, você... Você podia ter me matado!
– Ora, vamos lá, caçadora. – disse Lauren, suspirando entediada – Você sabe muito bem que eu estou no ramo a tempo o suficiente para saber definir o quanto de sangue posso tirar de você sem te matar.
– Não interessa! – eu insisti, olhando pra ela com todo o ódio que eu consegui juntar – Você traiu a pouca confiança que eu tinha em você. Me morder sem o meu consentimento naquela fábrica já foi avançar uma barreira importante, mas eu deixei passar... Mas isso? – eu perguntei, me assustando com a dor que o pensamento me causava. Para minha extrema satisfação, Lauren parecia se sentir mal com isso também. Não pior do que eu, é claro. Eu me sentia... Traída. Mais do que isso, violada, de certa forma – Eu mandei você parar e você não me respeitou!
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Vampire
FanfictionVocês acreditariam se eu dissesse que por trás desse mundo ensolarado no qual nós vivemos, existe um submundo sóbrio onde vampiros, magia e profecias acontecem? E vocês acreditariam se eu dissesse que existe uma organização secreta que nos protege d...