Punishment

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Lauren's POV

Eu não vou voltar. Eu não vou voltar. Eu não vou voltar...

Eu queria voltar.

Merda, aquilo era difícil. Não importava o quanto eu me afastasse daquele banheiro pelos corredores vazios da Organização, a imagem de Camila continuava gravada em minha mente. O desejo nos olhos dela, os sons que ela fazia, o calor, o cheiro de Camila... Eu não sabia de onde havia tirado forças para sair de lá. Eu havia abandonado uma Camila totalmente derretida, excitada, sedenta por mim... Tudo porque ela se recusava a aceitar minha proposta.

Não, eu não tinha dúvidas de que eu estava certa em querer que ela parasse de negar. O problema era que, em mais de cem anos de existência, mulher nenhuma havia deixado minha cama insatisfeita. Eu me sentia uma imbecil por largá-la daquele jeito e meu ego protestava por eu não ter dado a Camila o que ela queria. O fato de ter sido uma escolha e não uma incapacidade não parecia importar nem um pouco.

Mas a pior parte era o estado no qual eu ficara. Céus, eu a queria. O zíper da minha calça jeans estava pressionado dolorosamente contra minha ereção já extremamente dolorosa. Ela era tão perfeita, tão linda, tão deliciosa... Sexo com Camila era algo além da imaginação. Em pensar que ela nem tinha tanta experiência... Merda, se era assim agora, imagine como poderia ser se eu a deixasse aprender mais sobre as próprias vontades e capacidades? Oh, e o calor... Eu não conseguia esquecer o calor. Antes de Camila, eu nunca havia tido uma humana, ou algo próximo a uma humana, como era o caso dela. A pele quente, o coração pulsando... Cada detalhezinho era surpreendente para mim. Viciante. E lembrar que aquela era a minha Camila, a mulher que eu amava, apenas deixava tudo mais intenso. Era o sangue dela correndo, o coração dela batendo... Apenas pensar naquilo me deixava ainda mais desesperada.

Não que fosse fácil me deixar mais desesperada, se contarmos o fato de que eu já me encontrava em uma situação digna de pena. Antes de Coraline me largar, eu nunca havia ficado mais de alguns poucos dias sem sexo. Claro, com a dor de ter sido abandonada e a posterior confusão por me descobrir apaixonada por Camila, pensamentos sobre sexo haviam ficado para segundo plano. Depois disso, eu havia passado cerca de um mês me controlando toda vez que beijava ou tocava Camila, sendo forçada a acumular meu desejo cada dia que passava e abusando sem piedade da minha própria mão. Mas agora as coisas haviam mudado. A noite com Camila havia apagado todo o autocontrole que eu havia adquirido. Eu estava de volta à estaca zero e era novamente difícil ficar sem sexo por muito tempo. Já fazia dias... E ela estava tão próxima, no mesmo prédio, e eu não podia fazer nada...

Espera um pouco. Por que não?

Meu Deus, eu era uma mula mesmo. O que eu estava pensando? Merda, eu havia feito tudo errado! Eu havia tido Camila em minhas mãos e o que eu fizera? Como uma grande babaca eu havia ido embora! Claro que eu não devia ter continuado o que eu estava fazendo, já que aquilo seria sim voltar aos velhos padrões, mas também não deveria ter ido embora. No calor do momento eu não havia pensado nisso, mas agora era fácil entender que só o que eu precisava ter feito era lidar com a situação de forma diferente.

Eu havia saído daquele banheiro em um momento de raiva por Camila não ter aceitado minha proposta verbalmente. Mas naquele caso palavras não eram tão necessárias. Se ao invés de apenas tocá-la eu a provocasse até conseguir tê-la contra a parede do banheiro, como havia dito que faria quando entrei, ela teria aceitado sem usar palavras. Afinal, minha proposta havia sido sexo sem compromisso. A melhor maneira de mostrar como a ideia podia funcionar seria demonstrando isso. Eu não precisava que Camila aceitasse minha proposta com palavras. Eu poderia simplesmente arrastá-la para aquela situação de forma que, quando ela finalmente percebesse que estávamos tendo exatamente o tipo de relação que eu havia proposto, já fosse tarde demais.

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