Dreadful Day

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Camila's POV

Uma semana.

Mais precisamente, uma semana, vinte e duas horas e trinta e três minutos desde o dia que as coisas começaram a ficar estranhas com Lauren.

Não que eu esteja contando.

Desde que eu a deixei naquele cemitério, as coisas, se possível, pioraram. O que antes parecia ser apenas uma série de momentos embaraçosos e incômodos que deviam ser ignorados se tornaram uma espécie de guerra declarada.

Claro que a primeira coisa que eu fiz ao chegar a sede naquela noite foi pedir a Simon que ao menos assistisse meus treinos dali para frente. Lauren era ousada, mas não tentaria nenhuma gracinha com meu mentor nos observando. Eu sou uma covarde, sei disso, mas não tinha confiança o suficiente para ficar sozinha em uma sala com ela. Não que isso tivesse resolvido muita coisa. Nós apenas disputávamos umas lutas simuladas e treinávamos meu radar e outras pequenas habilidades vampíricas, mas mesmo assim... Cada toque parecia estranho para mim, cada olhar tinha um significado oculto... O fato de aquele sorriso convencido e postura confiante terem se tornado constantes em Lauren também não ajudava. Ela sabia que me afetava e parecia adorar isso. Eu a evitava o máximo possível, mas ela não perdia a chance de me provocar com indiretas sempre que tinha chance. Claro que, como eu fiz naquela primeira noite, continuei a revidar no mesmo nível sempre que a oportunidade surgia, mas mesmo assim... A situação era perturbadora.

Durante as últimas noites eu também procurei sair para caçar a noite perto de outras equipes de caçadores. Todos estranharam, é óbvio, mas eu não podia me dar ao luxo de sair por aí com Lauren sem nenhuma outra companhia. Naquela noite no cemitério eu havia dado um passo atrevido, perigoso, que explicitara o novo caminho que nossa relação seguira. Eu havia demorado alguns dias para admitir isso, também.

Mas então eu tive o primeiro sonho...

Estava escuro, e eu me encontrava em uma espécie de caverna. Não conseguia enxergar nada, mas supunha que aquela era a minha localização graças às paredes frias que eu sentira quando tateara em busca de uma saída. Eu havia fechado meus olhos e me concentrado, tentando apurar minha audição ao máximo, procurando por algum som que me indicasse como sair dali. Mas só o que eu consegui perceber foi à presença de um vampiro por perto.

Antes que eu pudesse me preocupar com isso, porém, senti um corpo mais frio que o meu encostar–se a mim por trás e abraçar minha cintura. Imediatamente, eu sabia quem era.

– Lauren, o que você está fazendo aqui? – eu perguntei, tentando soar irritada e ultrajada, sem sucesso, já que as palavras saíram como um frágil e trêmulo sussurro. Eu senti Lauren afastar o cabelo do meu pescoço e enterrar o rosto ali delicada e sensualmente.

– Shh... – eu a ouvi dizer, um segundo antes de seus lábios entrarem em contato com a pele do meu pescoço. Um gemido sôfrego escapou de meus lábios enquanto cada pedacinho de pele tocada por aquela boca parecia esquentar a ponto de me fazer imaginar como meu corpo ainda não havia entrado em combustão espontânea.

Notando minha óbvia rendição, Lauren subiu uma mão por debaixo da minha blusa, a posicionando sobre meu estômago, o choque térmico entre sua pele e a minha sendo o suficiente para me fazer abandonar qualquer intenção restante de afastá-la de mim. Deixei minha cabeça cair para trás, de forma a encostar em seu ombro, enquanto ela me pressionava contra si e subia a trilha de beijos lentos, porém intensos em meu pescoço em direção a minha orelha.

– Lauren... – eu murmurei, sentindo o volume em suas calças sendo pressionado contra meu corpo por trás, enquanto sua mão acariciava minha barriga em círculos e seus lábios chupavam levemente o lóbulo da minha orelha.

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