Respect - Part 2

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Como prometido, cá estou novamente com o 2º capítulo do dia.

Espero que gostem! 

Boa leitura!

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Lauren's POV

Aparentemente, meu poder de não pensar só funciona quando eu não quero que funcione.

Eu não sou boa em reprimir coisas. Eu tento, claro. Céus, como eu tento, mas o problema, mais uma vez, é que eu não sou Camila. Ela é ótima em reprimir coisas, já eu... Eu explodo muito fácil.

Os pensamentos me venceram no meio do caminho. Quando cheguei ao quarto subterrâneo, já estava destruída. Irônico, não? Sou perfeitamente capaz de esquecer que tenho um cérebro antes de fazer alguma merda, mas depois... Depois, quando já é tarde demais, meus pensamentos voltam com força total.
Eu estava tremendo. Sentia-me enjoada, o que é notável para uma vampira. Eu não conseguia entender. Aquilo definitivamente não havia sido a pior coisa que eu já fizera com Camila, e ainda assim... Ainda assim minhas próprias palavras e ações ecoavam em minha mente.

Eu a havia machucado. Havia a humilhado. Havia feito tudo de propósito.

Eu menti antes. Eu entendia perfeitamente o porquê estava sentindo tanta aversão a mim mesmo. Havia feito exatamente o que Clarke havia me acusado de sempre fazer. Usar sexo contra Camila. Usar a atração que ela tinha por mim para conseguir o que eu queria. E dessa vez, o que eu queria era humilhá-la.

Eu soquei a parede de pedra a minha frente uma vez. Depois outra. Quando dei por mim, já estava aumentando cada vez mais um buraco na parede ao lado da minha cama com meus punhos. Eu parei e olhei para minhas mãos ensanguentadas. Nunca antes daquele momento eu havia realmente compreendido o fato de que era um monstro. Do que significa ser um monstro.
Eu havia sentido raiva dela. Havia desejado que ela também sentisse raiva de mim. Egoísmo, sem dúvida. Eu gostava de ser importante para Camila. Então se não podia ter seu amor, queria ao menos seu ódio. Queria ser o centro dos pensamentos dela de um jeito ou de outro. Ela não tinha o direito de ter pena de mim. Ou ela me amava, ou me odiava. Eu não era capaz de permitir uma terceira alternativa.

Eu fui atrás dela porque sabia que ela não resistiria. Sabia a manipular fisicamente como mais ninguém. Disse a nerd que ela podia continuar na festa e fui atrás dela mesmo sabendo que ela não queria que eu fosse. Mesmo sabendo que era importante pra ela ficar longe de mim. Eu sabia que o que nós tínhamos não fazia bem a ela. Uma pessoa legal teria respeitado isso e a poupado do arrependimento que ela com certeza sentiria. Uma pessoa legal saberia manter a distância e evitaria fazê-la sofrer. Mas você já deve ter lido contos de fada o suficiente para saber que o monstro nunca é uma pessoa legal.

Um monstro de conto de fadas é capaz de machucar a princesa. O monstro é capaz de dizer palavras duras para humilhá-la, diminuí-la. Dizer que o monstro faz isso porque a ama e está magoado justifica alguma coisa? Claro que não. Só piora a situação. Só me faz pior do que qualquer outro monstro. Pois contos de fadas, afinal, nunca são tão complexos quanto à realidade. E o que eu fiz estava além das capacidades de qualquer vilão de histórias infantis.

Eu havia feito Camila acreditar que eu a amava. Quer mais crueldade que isso?

Eu finalmente a havia convencido da verdade, apenas para feri-la emocionalmente em seguida. Era isso que tornava o que acontecera hoje pior do que tudo que eu já havia feito. Para Camila, quem a machucara no passado era um monstro sem sentimentos. Dessa vez, quem a machucara era a garota que a amava.

O que isso faria com a cabeça dela, com sua autoestima, se esse era o modo como a garota que a amava a tratava? O que ela iria pensar? Se ela já devia estar confusa e perturbada antes, como se sentiria agora? Eu havia esperado Camila finalmente acreditar nos meus sentimentos para fazer a coisa mais vil e mesquinha que podia fazer. Que tipo de monstro eu era?

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