Com cuido Tomás e eu começamos a levar folha por folha até a sala de arquivos e colocá-las com cuido sobre as prateleiras para que secasse.
Praguejei mentalmente algumas vezes por ter tido a brilhante ideia de colocar uma mola na porta para que ela se feche assim que a soltamos.
Na época me pareceu uma boa ideia, assim a porta não ficaria aberta, mas hoje depois de ter que abrir a porta umas dez vezes se tornou um incoveniente.
Pego mais uma folha sobre a mesa pelas pontas superiores com cuidado para que não rasgue e caminho para a sala novamente.
Assim que chego de frente a porta fecha reviro meus olhos para ela como se ela entendesse minha irritação por ela estar fechada.
Com o cotovelo abaixo a maçaneta e com o corpo empurro a porta a abrindo, passo por ela a segurando com o pé até que meu corpo tenha saido completamente da sua frente.
A sala de arquivo é basicamente um pequeno corredor com quatro sequência de prateleiras de aço na parede da direita deixado a sua frente o espaço suficiente para uma pessoa passar de frente ou duas se elas estiverem andando de lado.
Caminho até o fim do corredor e me agacho na frente do último móvel para depositar a folha em minha mão na última prateleira.
Com cuidado coloco a folha sobre ela de modo que não formem vincos ou dobras nelas.
Estava preste a me levantar quando Tomás se aproxima de mim e se abaixa ficando praticamente por cima de mim para deixar uma folha da penúltima prateleira.
Seu corpo parece emanar calor para o meu e seu perfume preenche minhas narinas, uma mistura de fragrâncias canela, menta e talvez notas amadeiradas.
Fecho meus olhos e sem perceber puxo mais ar para os meus pulmões absorvendo mais seu perfume.
O paraíso deve ter esse cheiro!
Mas será que ele é tão quente quanto esse homem, com ele assim tão perto parece que a temperatura da sala subiu uns quinze graus!
- Pronto terminamos! Ele fala me tirando do transe que me encontro.
Abro meus olhos depressa e me viro para ele pedindo aos céus que ele não tenha percebido que eu estava toda derretida pela sua aproximação.
- ham! É a única coisa que consigo dizer, quando me viro e ainda me desequilibrando quase caindo de bunda no chão.
É sério eu preciso para de me comportar como uma pessoa lesada na frente dele.
- Disse que já terminamos, essa é a última! Ele fala com um sorriso e aponta para a folha que ele acabou de deixar na penúltima prateleira.
Tenho certeza que ele está rindo de mim!
Tomás me estende a mão me oferendo ajuda para que eu me levante já que continuo agachada.
Estico meu braço na direção da sua mão e a seguro, no momento em que minha mão toca a dele que se fecha envolta dela praticamente a cobrindo, fazendo minha mão parecer minúscula dentro da sua.
Um arrepio, uma eletricidade percorre todo o meu corpo, como se passássemos energia entre elas, olho para o Tomás com os olhos levemente arregalados, isso nunca tinha me acontecido antes.
Tomás olha para nossas mãos juntas com uma expressão engraçada, como se ele estivesse vendo algo totalmente surpreendente como um alienígena ou um bicho de duas cabeças.
Ele pisca algumas vezes antes de se recompor e voltar a me encarar com uma expressão neutra.
Ele me dá um impulso me ajudando a levantar, apoio minha mão livre na prateleira, ficando em pé.
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Trilogia Amigos: Minha Tentação - Livro III
RomanceOs dois tem uma característica em comum: Os dois são mandões! Ela sempre foi apaixonada por ele! Ele a via apenas como a irmãzinha do melhor amigo! Mas depois de alguns anos sem vê-la descobriu que ela se tornou uma belíssima mulher. Será que nesse...