05 - R•H

673 55 125
                                    

Ricelly Henrique:

Oi Nim – meu irmão falou assim que atendeu. — Tá tudo bem?

Desculpa aí te acorda mano – falei com certa dificuldade. — Estou com uma dor terrível na garganta e tremendo de frio.

Cê tá doente Ricelly? – sua voz preocupada me fez encolher os ombros. — Puta que pariu viu?! Já tomou remédio?

Não tem, ta tudo fechado a essa hora – suspirei. — Eu liguei para perguntar a Mohana se tem algum chá para aliviar, não quero preocupar a mãe... E Amanda já estou com Helena doente.

Espera, vou ver aqui com ela – ele disse e a chamada ficou muda.

Me encolhi no sofá da sala e me agasalhei melhor, esperei pacientemente meu irmão voltar a falar comigo.

Não demorou muito para ouvir a voz de minha cunhada, Mohana começou a me explicar como fazer um chá de gengibre, contudo não tinha o gengibre.

Tem limão? – ela perguntou e eu concordei. — Tem alho?

Sim, isso tem – falo olhando para o alho e para o limão a minha frente.

Ótimo, agora quero que você coloque a água pra ferver, machuque o alho dentro de um copo, lave e corte o limão ao meio, esprema o limão no copo do alho – ela deu uma pausa e fiz de acordo com o que ela dizia. — Pronto?

Pronto.

Coloque essa banda do limão dentro do copo e por fim coloque a água quente, tampe o copo com algumas coisa e deixe ele ir esfriando, quando estiver morna, coe, coloque pouca açúcar e tome.

Obrigado cunhada – falei.

Vai melhorar um pouco, mas não descarta o uso do remédio, descanse um pouco, pode ser?

Claro.

Boa noite, Henrique e vê se fica bem – ela disse.

Amanhã a noite eu vou te buscar – meu irmão disse.

Não precisa, nim..

Precisa sim, e preciso passar pra vê a Lila também.

Meu irmão se despediu e encerramos a ligação.

Fiquei conversando com Amanda por mensagem, mas em momento algum falei para minha esposa que não estava bem, não queria preocupa-la, já basta Helena doentinha.

{•••}

Vê Marília batendo em minha porta e com um semblante tão desesperado mexeu com todas as minha estruturas.

Ela entrou e eu fiquei parado na porta, não compreendia e nem imaginava o que de fato acontecia, no entanto pude ouvi-la falar de suas preocupações. Fechei a porta e me voltei para dentro.

Assim que Marília colocou o bebê conforto no centro da sala, não tive tempo de fazer o mesmo com as bolsas que Deyvid me entregou, ela avançou ao meu encontro e me abraçou forte novamente.

Acabei soltando as bolsas e a apertei, que saudade que estava daquele abraço, daquele cheiro, daquele contato... Que saudade que estava dela.

Embora ainda não entenda o motivo de sua repentina visita, eu adorei. Não posso explicar o quanto me sinto feliz com sua presença, Marília se afasta um pouco e seus olhos preocupados analisam meu rosto, sinto ela encostar o dorso de sua mão em minha testa e então compreendi.

Ligação CovardeOnde histórias criam vida. Descubra agora