06 - M•M

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Marília Mendonça:

Meu coração apertou quando sem nenhuma objeção ele concordou e não respondeu o meu 'eu te amo'. Me abracei fortemente a ele, necessitava sentir o calor de seu corpo, Henrique ainda estava com febre e eu faria o possível para que ele ficasse bem.

Ao me afastar, sentei na cama me encostando na cabeceira, ele se aproximou e deitou a cabeça em minhas pernas. Olhei para a mesinha onde coloquei o bebê conforto e sorri vendo o meu menino dormir tranquilamente.

Iniciei um carinho por entre os cabelos do Ricelly, ouvi seu suspiro e notei que agora ele já estava dormindo.

Peguei meu celular e comecei a falar com minha mãe, pedi para ela me mandar alguma receita fácil para o almoço, não sabia cozinha mas tentaria, por ele tentaria qualquer coisa. Engraçado pensar que o homem da minha vida está bem aqui comigo, e não está de fato comigo.

Minhas escolhas né fizeram trilhar um caminha diferente do dele, mas não posse ser egoísta, de forma alguma. Ele está em um casamento feliz, tem uma filha linda e encantadora, uma esposa que faz qualquer coisa para vê o sorriso e a felicidade dele.

Henrique tem uma família linda, e eu não posso estragar isso, imagine o quão egoísta seria de minha parte ficar no meio deles, justo agora que parecem tão bem. Não sou idiota e nem surda, ouvi perfeitamente quando ele disse as gêmeas que estava bem até demais com Amanda e que foi ela que o incentivou de vir me procurar.

Com cuidado o afastei e voltei a deitar do seu lado, seus olhos se abriram levemente e voltaram a fechar, o ouvi resmungar. Franzi o cenho e me aproximei afim de ouvi-lo.

— E essa febre que não baixa? – disse colocando minha mão em sua testa. — Ô amor, melhora – sussurrei passando a mão no seu rosto.

Marília – ele chamou meu nome e o olhei. — Marília.

— Oi amor, tô aqui – segurei sua mão e ele abriu os olhos, mas parecia não me enxergar.

Henrique tava suando muito, por Deus, ele está piorando. Ia me levantar e procurar um remédio pra febre na minha bolsa, mas ele não deixou, parecia inconsciente.

Marília – ele repetia meu nome.

— Eu tô aqui meu amor – falei o puxando para perto e o abraçando. — Tô aqui.

Não vai... Não me deixa – senti uma imensa vontade se chorar.

Ele estava delirando.

— Não vou, eu não vou a lugar algum – falei o apertando.

Promete? – perguntou. — Você... Você me mandou embora e..

— Henrique, amor acorda – comecei a chamá-lo. — Olha pra mim, estou bem aqui como você – pedi já chorando. — Acorda meu amor.

— Lila? – ele me olhou.

— Finalmente – falei voltando a o abraçar. — Fica bem minha vida – me afastei um pouco e beijei todo o seu rosto. — Se te acontece alguma coisa, eu morro – as lágrimas acumulada em meus olhos desceram.

Ricelly me olhava sem entender nada, parecia tentar falar algo mais nada saia, seus olhos preocupados e confusos encarava os meus como se pedisse explicação.

Levantei rapidamente e sai do quarto o quanto antes, procurei na bolsa por entre os remédios e nenhum deles era para febre. Me desesperei, o coração estava apertado e o medo de uma piora me consumia, procurei na bolsa do Léo se tinha algum.

Por sorte encontrei um paracetamol em gotas, era melhor do que nada, peguei uma colher e voltei para o quarto correndo.

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Ligação CovardeOnde histórias criam vida. Descubra agora